Lixo hospitalar exige cuidados especiais
Se não receberem manejo adequado, os dejetos gerados por unidades de saúde, necrotérios, consultórios e até clínicas veterinárias representam um grande perigo, tanto para a saúde das pessoas quanto para o meio ambiente. O Brasil gera cerca de 149 mil toneladas de resíduos urbanos por dia. Estima-se que a geração de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) represente de 1% a 3 % deste volume (entre 1,49t e 4,47t).
Dentre os dejetos que constituem resíduo hospitalar estão bolsas de sangue, seringas, agulhas, resto de medicamentos e curativos, material radioativo, lâminas de bisturis, membros humanos amputados e restos de comida servida a pacientes com doenças infecciosas. Quando a inadequação do descarte de resíduos se junta à falta de informação sobre o risco potencial desse tipo de material, surgem casos como o que aconteceu na semana passada, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Duas crianças se feriram enquanto brincavam de espetar uma à outra com agulhas de seringas que haviam sido jogadas num terreno baldio. Uma dona de casa tentou acabar com a brincadeira e também acabou ferida. No lixo, havia também outros materiais hospitalares, cuja origem é desconhecida.
Os médicos começaram a medicar preventivamente os feridos com AZT (para evitar uma possível replicação do vírus HIV) e com vacinas contra hepatites A, B e C. Um caso emblemático envolvendo descuido com lixo hospitalar aconteceu no lixão de Olinda (PE), em 1994. Uma catadora de lixo e seu filho comeram uma mama amputada. Na época, Leonildes Cruz Soares disse aos jornais que havia preparado a carne porque não tinha nada mais o que comer.
O perigo do lixo hospitalar
. Resíduos biológicos - culturas de microrganismos de laboratórios de análises clínicas; bolsas de sangue ou hemocomponentes; descarte de vacinas; órgãos, tecidos e líquidos corpóreos; agulhas, lâminas de bisturi, vidrarias de laboratórios;
. Resíduos químicos - Medicamentos de risco, vencidos ou mal conservados; produtos químicos usados em laboratórios de análises clínicas; efluentes de processadores de imagem.
. Rejeitos radioativos - Material radioativo ou contaminado com radionuclídeo, usado na medicina nuclear, laboratórios de análises clínicas e radioterapia.
. Resíduos comuns que se equiparam aos domiciliares - Restos de refeições de pacientes sem doenças contagiosas; sobras do preparo de refeições; fraldas e papel de uso sanitário, absorventes; papéis, plásticos e material de limpeza.
. Resíduos perfurocortantes - materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como agulhas, lâminas e vidros.
Há uma propaganda antiga, veiculada na tevê, por volta da mesma época (1994), relatando o caso de dona Leonildes, moradora do lixão de Peixinhos.
ResponderExcluirNessa propaganda uma dona de casa chorava, enquanto um narrador noticiava, na tevê, a história de dona Leonildes e seu achado, bem como ao destino que ela deu a este. Gostaria muito de rever essa propaganda. Já vasculhei o YOUTUBE, porém não sei quais palavras chaves utilizar, a fim de especificar a pesquisa. Se alguém souber ou se lembrar dessa propaganda, veiculada, pelas emissoras de tevê, em 1994 e puder me dar uma luz, agradeço!