Sexualidade Sagrada
Na idade da pedra a mulher era vista como portadora de poderes sobrenaturais, devido à maternidade (procriação), o ciclo menstrual e a produção do leite. Isto era considerado como uma força sagrada ou cósmica.
O homem era colocado em posição secundária a mulher que em algumas pinturas Rupestres era retratada no centro de forma dominante (deusa mãe).
Os primatas acreditavam que tudo o que existia era obra de um único deus (monoteísmo) e este tinha forma feminina.
A mulher sendo vista como esta divindade foi-lhe feita estatuetas para devoção e adoração (a palavra adorar vem do latim ad e orare que significa orar para alguém). As estatuetas tinham enormes seios, cadeiras largas, ventre proeminente, órgãos sexuais grandes, cintura e coxas grossas.
Considerada como símbolo da fertilidade pelas suas formas avantajadas, naquela época acreditava que este tipo de mulher era mais fértil e capaz de gestar vários fetos complicações.
Em todo o período Paleolítico esta Vênus era imaginada e adoração em meio a ritos religiosos e sagrados.
A grande mãe se encontra no céu, o céu é o universo e o universo é o cosmo. Sendo então o cosmo uma representação do sagrado e tendo na sexualidade e na fertilidade a expressão de força sagrada à prática sexual significava partilhar a força vital.
A sexualidade faz parte da reprodução e por isso ela se integra aos rituais de fecundidade e na seqüência os ritos de puberdade e de iniciação.
Em culto a essa divindade símbolo da fertilidade se realizaram as primeiras cerimônias mágicas que terminavam em festas orgíacas. Este rito sexual simbolizava uma prece pela sobrevivência e multiplicação dos homens. Tais manifestações saíram do privado, tornando-se um fato cultural.
O relacionamento sexual era praticado como devoção religiosa de forma ritualística; pois este canalizava energias cósmicas; o qual criava um ambiente mágico que os mantinham em contato (comunhão) com a sua deusa; ou seja; a sexualidade sagrada tem o ato sexual como parte de um ritual religioso fazendo aumentar o crescimento espiritual.
Esta foi a única divindade durante um longo tempo.
Com o passar dos séculos a imagem da mulher decaiu com a descoberta da função do homem no processo reprodutivo. O fálus (pênis) passa a ser imponente e potente, recebendo todo o reverenciamento que a vulva recebeu por milhares de anos. A menstruação da mulher agora é vista como algo impuro, a tornando um ser fraco e maléfico. Juntando com a necessidade humana da época em criar outros deuses para compreender os mistérios do mundo a deusa mãe perde o reinado para os deuses do Olimpo - politeísmo - (Zeus, Hera, Afrodite, Dionísio, Apolo, Hermes, Posídon etc.).
Na era das cavernas a sexualidade era símbolo de poder da deusa suprema e agora se transformou em relacionamento do deus com a deusa no plano humano, onde o ato sexual continuou ultrapassando a carne.
Nos escritos de Hesíodo (poeta grego 800 a.C.) e Homero (autor de Ilíada e a Odisséia - 850 a.C.) estão presentes as façanhas dos deuses que ocorrem boa parte envolvendo a sexualidade.
Afrodite nasce da espuma do mar formada pelo sêmen de Urano. Mais tarde dá a luz a Hermafrodite (pai Hermes), deus andrógeno com características dos dois sexos e a Príapo (Min no Egito) deus da fertilidade (pai Dionísio/Baco) em permanente estado de ereção.
Héracles (Hércules) violava cinqüenta virgens em uma só noite e mantinha relações com o sobrinho Iolaus e o Hylas; enquanto que Teseu seduzia donzelas e monstros.
Os romanos invadiram a Grécia e assimilaram a sua cultura de vários deuses e sua sexualidade. Surge nessa época a escola Hipocrática que prega na cópula uma prática saudável. Acreditava-se também que o útero da mulher deveria ser constantemente regado de sêmen se não ela enlouquecia e ficaria estéril.
Os gregos concebiam a cópula entre seus deuses (um deus personificado e um homem).
Em Roma uma manifestação teatral denominada os mimos se expressam corporalmente em mímica, gestos e dança de caráter obsceno. Tendo origem nas danças de adorações primitivas em honra a antiga deusa da fecundidade.
Por volta de 3.000 a.C. os Sumérios teatralizavam o casamento sagrado (união entre um deus e um mortal) para fazer pedidos aos deuses. Este comportamento prosseguiu pela Grécia (chamado de Hiero Gamos), no Egito até a era Romana.
Os atenienses acreditavam que o ato sexual era uma dádiva dos deuses; o qual devia ter profunda dedicação.
Nesta fase a sexualidade e a religiosidade atraem multidões e todas as religiões reconhecem a energia sexual como a própria existência.
No Sul da Índia os Múria construíram templos sagrados, chamados de Ghotuls, nos quais os púberes (crianças quando passam pela puberdade, onde se desenvolvem os órgãos reprodutores) aprendem sobre atos sexuais e as meninas têm a sua primeira relação aos seis anos.
Os hindus encontravam no ato sexual o símbolo da criação divina, por isso nas paredes das entradas dos templos na Índia do Nepal encontram-se esculturas de multidões em cópulas.
Na Babilônia foi construído um santuário e em seu centro ergueu-se uma enorme torre (E-temen-na-ki); o qual em seu topo encontra um leito ritualístico. A cada cerimônia vem uma mulher ou homem do povo e fica a mercê da divindade de forma personificada. Enquanto ocorre a mágica união do deus com um mortal os demais cantam e rezam a fim de que seus pedidos sejam atendidos. As mulheres (meretrizes, messalinas, cortesãs, gueixas) e os homens que praticavam o ato sexual sagrado nos templos eram considerados sagrados, como também o dinheiro de tal prática recebido pelos sacerdotes. E de acordo com Heródoto (historiador grego do século III a.C.) toda mulher virgem tinha que realizar a sua primeira cópula no templo sagrado e a recusa era vista como pecado.
E em Hierápolis, no Líbano as mulheres virgens realizavam o ato sexual sagrado em prol da deusa Atar.
A prática do ato sexual sagrado existiu entre os hebreus durante os séculos XIII a.C. até 586 d.C. que era também comum a prática masculina.
Nos árabes esta prática ocorria em meio à romaria que faziam até Kaaba.
No Egito as mulheres permaneciam a serviço das deidades e cumprido a sua tarefa no templo podiam retornar para casa.
Em outras culturas a mulher para fugir dos maus tratos do marido ou patrão praticava a sexualidade sagrada o que a tornava intocável pelo agressor.
Há casos em que a mulher é levada a esta prática através da sujeição do conquistador guerreiro. Como fez Ramsés III, seus prisioneiros foram presos e suas esposas feitas súditas nos templos.
No geral as mulheres vinham aos templos por determinação da lei ou não, para uma noite ou por toda a vida, o que se sabe é que essa era uma enorme prática e que só os templos de Afrodite e Corinto eram mais de mil.
A sexualidade sagrada era encontrada essencialmente na região Sul da Índia, no Ocidente Próximo, em toda Ásia Ocidental, na antiga Grécia e no Oeste e Noroeste da África.
O ato sexual em todas as suas formas (oral, anal, vaginal, grupal etc.) era visto como bom e alegre.
No Oriente três doutrinas se destacaram: o Tantrismo, o Kama Sutra e o Taoísmo. As três possuem denominadores comuns que são:
1º a sexualidade a serviço do prazer;
2º consiste no incentivo a esta prática;
3º o ato sexual em sua diversidade (oral, anal, vaginal, grupal etc.) não é pecado.
No Tantra o homem faz com que a mulher se sinta divina, os levando a alcançar a iluminação. Durante a união sacramental que liberta o corpo e a mente, ambos se transformam, no casal divino através do qual flui a energia cósmica criando uma conexão com o deus. Em sua realização se encontra as mulheres dos templos e vários casais, sendo permitido a troca dos mesmos auxiliados por um guru. Mais muitas pessoas usavam a religião para esconder a devassidão e o desejo sexual.
Na China o ato sexual é considerado um dever sagrado por mais de 20 séculos; onde os taoístas pregavam que a sua prática levava ao aperfeiçoamento da alma e quem se superasse na cama alcançaria também a vida eterna. Surgem então livros sexuais, receitas, formulas e exercícios para que o homem pudesse aumentar o seu desempenho sexual, ocorrendo aí uma superpopulação chinesa.
O Yin representa o feminino e o Yang o masculino. Para os chineses a essência Yin era inesgotável e Yang tinha uma produção limitada. Devido a isso o homem deveria prolongar-se mais tempo dentro da mulher para poder absorver mais essência Yin (surge a idéia de quanto mais se demora no ato sexual, melhor é).
Na tribo Thongas o ato sexual é visto como sagrado no ritual de purificação. Ao falecer um integrante eles acreditavam que a sua fonte da vida (líquido seminal e a secreção vaginal) fora contaminada pela morte. O ritual consiste na união sexual dos casais dentro da floresta, onde o homem ejacula nas mãos da parceira e ela por sua vez esfrega-as em seu umbigo e retornam para a aldeia por caminhos opostos.
O Cristianismo e o Islamismo não apoiavam a sexualidade sagrada de forma oficial.
O Cristianismo e o Islamismo não apoiavam a sexualidade sagrada de forma oficial.
A associação de prostituta ou prostituição sagrada com santuário pode ter existido na cultura Harapaa (3.000 a.C.) onde hoje é o Paquistão.
Acredita-se que o surgimento da prostituição na humanidade tenha sido iniciado dentro dos rituais sagrados.
Em alguns templos a sua função principal era a defloração pelo lingga (fálus sagrado - pênis) e a mulher não poderia se casar sem passar por esse ritual. Esse costume durou até o século IV d.C. quando foi proibido pelo imperador Constantino; o qual construiu uma igreja cristã sobre o templo de Astarte.
As práticas sexuais desenfreadas fizeram espalhar as doenças sexualmente transmissíveis. E em plena Idade Média o Cristianismo fez uma reviravolta na sexualidade e em seus conceitos sagrados, inserindo no contexto o profano e o impuro. Tornando pecado a prostituição sagrada e o ato sexual fora do matrimônio.
As pessoas passam a culpar e punir a si mesmas e a vigiar as demais, ocorrendo aí uma verdadeira caçada as bruxas, o que causou por quatro a cinco séculos um surto de psicose em massa na Europa Ocidental (cinto de castidade masculino e feminino/ masturbar enlouquece etc.).
Os ensinamentos cristãos junto com os ataques dos reformadores hindus vencem de forma radical o comportamento sexual da humanidade. O que levou a prostituição sagrada a cair em descrédito e a desaparecer quase por completo.
E em meio a esta mudança a filosofia chega e toma o lugar dos mitos, passando a explicar os mistérios do mundo através do uso da razão e do pensamento lógico (Renascimento).
Apesar de 2.000 anos de repressão sexual, ainda hoje existem comunidades na África, na América do Sul e na Austrália onde se realizam o rito religioso de forma sexual, mais a mulher não é mais vista como um ser divino e sim como um objeto de troca. Letícia Luccheze.
Na idade da pedra a mulher era vista como portadora de poderes sobrenaturais, devido à maternidade (procriação), o ciclo menstrual e a produção do leite. Isto era considerado como uma força sagrada ou cósmica.
O homem era colocado em posição secundária a mulher que em algumas pinturas Rupestres era retratada no centro de forma dominante (deusa mãe).
Os primatas acreditavam que tudo o que existia era obra de um único deus (monoteísmo) e este tinha forma feminina.
A mulher sendo vista como esta divindade foi-lhe feita estatuetas para devoção e adoração (a palavra adorar vem do latim ad e orare que significa orar para alguém). As estatuetas tinham enormes seios, cadeiras largas, ventre proeminente, órgãos sexuais grandes, cintura e coxas grossas.
Considerada como símbolo da fertilidade pelas suas formas avantajadas, naquela época acreditava que este tipo de mulher era mais fértil e capaz de gestar vários fetos complicações.
Em todo o período Paleolítico esta Vênus era imaginada e adoração em meio a ritos religiosos e sagrados.
A grande mãe se encontra no céu, o céu é o universo e o universo é o cosmo. Sendo então o cosmo uma representação do sagrado e tendo na sexualidade e na fertilidade a expressão de força sagrada à prática sexual significava partilhar a força vital.
A sexualidade faz parte da reprodução e por isso ela se integra aos rituais de fecundidade e na seqüência os ritos de puberdade e de iniciação.
Em culto a essa divindade símbolo da fertilidade se realizaram as primeiras cerimônias mágicas que terminavam em festas orgíacas. Este rito sexual simbolizava uma prece pela sobrevivência e multiplicação dos homens. Tais manifestações saíram do privado, tornando-se um fato cultural.
O relacionamento sexual era praticado como devoção religiosa de forma ritualística; pois este canalizava energias cósmicas; o qual criava um ambiente mágico que os mantinham em contato (comunhão) com a sua deusa; ou seja; a sexualidade sagrada tem o ato sexual como parte de um ritual religioso fazendo aumentar o crescimento espiritual.
Esta foi a única divindade durante um longo tempo.
Com o passar dos séculos a imagem da mulher decaiu com a descoberta da função do homem no processo reprodutivo. O fálus (pênis) passa a ser imponente e potente, recebendo todo o reverenciamento que a vulva recebeu por milhares de anos. A menstruação da mulher agora é vista como algo impuro, a tornando um ser fraco e maléfico. Juntando com a necessidade humana da época em criar outros deuses para compreender os mistérios do mundo a deusa mãe perde o reinado para os deuses do Olimpo - politeísmo - (Zeus, Hera, Afrodite, Dionísio, Apolo, Hermes, Posídon etc.).
Na era das cavernas a sexualidade era símbolo de poder da deusa suprema e agora se transformou em relacionamento do deus com a deusa no plano humano, onde o ato sexual continuou ultrapassando a carne.
Nos escritos de Hesíodo (poeta grego 800 a.C.) e Homero (autor de Ilíada e a Odisséia - 850 a.C.) estão presentes as façanhas dos deuses que ocorrem boa parte envolvendo a sexualidade.
Afrodite nasce da espuma do mar formada pelo sêmen de Urano. Mais tarde dá a luz a Hermafrodite (pai Hermes), deus andrógeno com características dos dois sexos e a Príapo (Min no Egito) deus da fertilidade (pai Dionísio/Baco) em permanente estado de ereção.
Héracles (Hércules) violava cinqüenta virgens em uma só noite e mantinha relações com o sobrinho Iolaus e o Hylas; enquanto que Teseu seduzia donzelas e monstros.
Os romanos invadiram a Grécia e assimilaram a sua cultura de vários deuses e sua sexualidade. Surge nessa época a escola Hipocrática que prega na cópula uma prática saudável. Acreditava-se também que o útero da mulher deveria ser constantemente regado de sêmen se não ela enlouquecia e ficaria estéril.
Os gregos concebiam a cópula entre seus deuses (um deus personificado e um homem).
Em Roma uma manifestação teatral denominada os mimos se expressam corporalmente em mímica, gestos e dança de caráter obsceno. Tendo origem nas danças de adorações primitivas em honra a antiga deusa da fecundidade.
Por volta de 3.000 a.C. os Sumérios teatralizavam o casamento sagrado (união entre um deus e um mortal) para fazer pedidos aos deuses. Este comportamento prosseguiu pela Grécia (chamado de Hiero Gamos), no Egito até a era Romana.
Os atenienses acreditavam que o ato sexual era uma dádiva dos deuses; o qual devia ter profunda dedicação.
Nesta fase a sexualidade e a religiosidade atraem multidões e todas as religiões reconhecem a energia sexual como a própria existência.
No Sul da Índia os Múria construíram templos sagrados, chamados de Ghotuls, nos quais os púberes (crianças quando passam pela puberdade, onde se desenvolvem os órgãos reprodutores) aprendem sobre atos sexuais e as meninas têm a sua primeira relação aos seis anos.
Os hindus encontravam no ato sexual o símbolo da criação divina, por isso nas paredes das entradas dos templos na Índia do Nepal encontram-se esculturas de multidões em cópulas.
Na Babilônia foi construído um santuário e em seu centro ergueu-se uma enorme torre (E-temen-na-ki); o qual em seu topo encontra um leito ritualístico. A cada cerimônia vem uma mulher ou homem do povo e fica a mercê da divindade de forma personificada. Enquanto ocorre a mágica união do deus com um mortal os demais cantam e rezam a fim de que seus pedidos sejam atendidos. As mulheres (meretrizes, messalinas, cortesãs, gueixas) e os homens que praticavam o ato sexual sagrado nos templos eram considerados sagrados, como também o dinheiro de tal prática recebido pelos sacerdotes. E de acordo com Heródoto (historiador grego do século III a.C.) toda mulher virgem tinha que realizar a sua primeira cópula no templo sagrado e a recusa era vista como pecado.
E em Hierápolis, no Líbano as mulheres virgens realizavam o ato sexual sagrado em prol da deusa Atar.
A prática do ato sexual sagrado existiu entre os hebreus durante os séculos XIII a.C. até 586 d.C. que era também comum a prática masculina.
Nos árabes esta prática ocorria em meio à romaria que faziam até Kaaba.
No Egito as mulheres permaneciam a serviço das deidades e cumprido a sua tarefa no templo podiam retornar para casa.
Em outras culturas a mulher para fugir dos maus tratos do marido ou patrão praticava a sexualidade sagrada o que a tornava intocável pelo agressor.
Há casos em que a mulher é levada a esta prática através da sujeição do conquistador guerreiro. Como fez Ramsés III, seus prisioneiros foram presos e suas esposas feitas súditas nos templos.
No geral as mulheres vinham aos templos por determinação da lei ou não, para uma noite ou por toda a vida, o que se sabe é que essa era uma enorme prática e que só os templos de Afrodite e Corinto eram mais de mil.
A sexualidade sagrada era encontrada essencialmente na região Sul da Índia, no Ocidente Próximo, em toda Ásia Ocidental, na antiga Grécia e no Oeste e Noroeste da África.
O ato sexual em todas as suas formas (oral, anal, vaginal, grupal etc.) era visto como bom e alegre.
No Oriente três doutrinas se destacaram: o Tantrismo, o Kama Sutra e o Taoísmo. As três possuem denominadores comuns que são:
1º a sexualidade a serviço do prazer;
2º consiste no incentivo a esta prática;
3º o ato sexual em sua diversidade (oral, anal, vaginal, grupal etc.) não é pecado.
No Tantra o homem faz com que a mulher se sinta divina, os levando a alcançar a iluminação. Durante a união sacramental que liberta o corpo e a mente, ambos se transformam, no casal divino através do qual flui a energia cósmica criando uma conexão com o deus. Em sua realização se encontra as mulheres dos templos e vários casais, sendo permitido a troca dos mesmos auxiliados por um guru. Mais muitas pessoas usavam a religião para esconder a devassidão e o desejo sexual.
Na China o ato sexual é considerado um dever sagrado por mais de 20 séculos; onde os taoístas pregavam que a sua prática levava ao aperfeiçoamento da alma e quem se superasse na cama alcançaria também a vida eterna. Surgem então livros sexuais, receitas, formulas e exercícios para que o homem pudesse aumentar o seu desempenho sexual, ocorrendo aí uma superpopulação chinesa.
O Yin representa o feminino e o Yang o masculino. Para os chineses a essência Yin era inesgotável e Yang tinha uma produção limitada. Devido a isso o homem deveria prolongar-se mais tempo dentro da mulher para poder absorver mais essência Yin (surge a idéia de quanto mais se demora no ato sexual, melhor é).
Na tribo Thongas o ato sexual é visto como sagrado no ritual de purificação. Ao falecer um integrante eles acreditavam que a sua fonte da vida (líquido seminal e a secreção vaginal) fora contaminada pela morte. O ritual consiste na união sexual dos casais dentro da floresta, onde o homem ejacula nas mãos da parceira e ela por sua vez esfrega-as em seu umbigo e retornam para a aldeia por caminhos opostos.
O Cristianismo e o Islamismo não apoiavam a sexualidade sagrada de forma oficial.
O Cristianismo e o Islamismo não apoiavam a sexualidade sagrada de forma oficial.
A associação de prostituta ou prostituição sagrada com santuário pode ter existido na cultura Harapaa (3.000 a.C.) onde hoje é o Paquistão.
Acredita-se que o surgimento da prostituição na humanidade tenha sido iniciado dentro dos rituais sagrados.
Em alguns templos a sua função principal era a defloração pelo lingga (fálus sagrado - pênis) e a mulher não poderia se casar sem passar por esse ritual. Esse costume durou até o século IV d.C. quando foi proibido pelo imperador Constantino; o qual construiu uma igreja cristã sobre o templo de Astarte.
As práticas sexuais desenfreadas fizeram espalhar as doenças sexualmente transmissíveis. E em plena Idade Média o Cristianismo fez uma reviravolta na sexualidade e em seus conceitos sagrados, inserindo no contexto o profano e o impuro. Tornando pecado a prostituição sagrada e o ato sexual fora do matrimônio.
As pessoas passam a culpar e punir a si mesmas e a vigiar as demais, ocorrendo aí uma verdadeira caçada as bruxas, o que causou por quatro a cinco séculos um surto de psicose em massa na Europa Ocidental (cinto de castidade masculino e feminino/ masturbar enlouquece etc.).
Os ensinamentos cristãos junto com os ataques dos reformadores hindus vencem de forma radical o comportamento sexual da humanidade. O que levou a prostituição sagrada a cair em descrédito e a desaparecer quase por completo.
E em meio a esta mudança a filosofia chega e toma o lugar dos mitos, passando a explicar os mistérios do mundo através do uso da razão e do pensamento lógico (Renascimento).
Apesar de 2.000 anos de repressão sexual, ainda hoje existem comunidades na África, na América do Sul e na Austrália onde se realizam o rito religioso de forma sexual, mais a mulher não é mais vista como um ser divino e sim como um objeto de troca. Letícia Luccheze.
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