O líder da Igreja Católica da Irlanda, cardeal Sean Brady, pediu desculpas por seu envolvimento em eventos ocorridos 35 anos atrás e que beneficiaram um padre acusado de abusar de crianças.
"Quero dizer a todos que tenham sido feridos por qualquer falha de minha parte que peço perdão a vocês, do fundo do meu coração", disse o cardeal.
No ano passado, a Igreja da Irlanda admitiu acobertar casos de abuso sexual de crianças por décadas.
Em 1975, Brady participou de reuniões nas quais crianças assinaram votos de silêncio em relação a acusações contra o padre Brendan Smyth, um dos sacerdotes pedófilos mais conhecidos da Irlanda.
Justificou a ausência de denúncias em relação a esses abusos com a cultura do "silêncio" e do "segredo" que reinava na época.
Duas investigações feitas por ordem do governo irlandês revelaram a ocorrência de muitos casos de abuso em várias instituições assistenciais para crianças administradas pela Igreja Católica no país, e como padres acusados de abuso eram simplesmente transferidos por bispos para outras paróquias.
Os investigadores descobriram que autoridades eclesiásticas compilaram informações confidenciais sobre mais de cem padres acusados de abuso sexual, mas mantiveram estes documentos em segredo.
A Igreja Católica da Irlanda divulgou mais detalhes sobre como Brady pediu a dois meninos vítimas de abuso, de dez e 14 anos, para assinar os acordos.
A Igreja informou que o pedido foi feito para "evitar que outros casos fossem revelados" no levantamento de provas para um inquérito interno.
A declaração da igreja não explicou a razão de o cardeal Brady ou seus superiores na época não terem dividido suas informações com a polícia. O padre Brendan Smyth continuou a abusar de crianças nos anos seguintes.
"A preocupação do arcebispado de Dublin na gestão dos casos de abusos sexuais com crianças, pelo menos até metade dos anos 1990, foi de guardar segredo, evitar o escândalo, proteger a reputação da Igreja e de preservar seus bens", continuou o documento. "A comissão não tem dúvidas de que os abusos a crianças pelo clero foram dissimulados pelo arcebispado de Dublin e as outras autoridades eclesiásticas durante o essencial do período", destacou o relatório.
"As autoridades do Estado facilitaram esta dissimulação, ao não assumirem suas responsabilidades" e "o bem-estar das crianças, que deveria ter sido a prioridade, não era nem um fator levado em consideração no início", acusou o relatório.
A comissão divulgou ainda "o caso de um padre que admitiu ter abusado sexualmente de mais de 100 crianças" e de um outro que "reconheceu ter cometido abusos, em média, uma vez a cada quinze dias durante seu ministério que durou mais de 25 anos". Em entrevista à imprensa, o ministro irlandês da Justiça, Dermot Ahern, manifestou seu sentimento de "repugnância e de cólera" ao ler este informe.
Ahern disse que o relatório é um "catálogo de atos maléficos cometidos em nome do que era considerado como o bem geral". Ele destacou a "ironia cruel de uma igreja que, motivada em parte pelo desejo de evitar o escândalo, criou um outro, de dimensão incrível".
O escândalo de abuso sexual na Irlanda não é o único a abalar a Igreja Católica recentemente.
De acordo com expecialistas em Roma, uma autoridade do Vaticano afirmou que ocorreram 3 mil casos de comportamento sexual inapropriado de padres católicos na última década, a maioria nos Estados Unidos.
"As autoridades do Estado facilitaram esta dissimulação, ao não assumirem suas responsabilidades" e "o bem-estar das crianças, que deveria ter sido a prioridade, não era nem um fator levado em consideração no início", acusou o relatório.
A comissão divulgou ainda "o caso de um padre que admitiu ter abusado sexualmente de mais de 100 crianças" e de um outro que "reconheceu ter cometido abusos, em média, uma vez a cada quinze dias durante seu ministério que durou mais de 25 anos". Em entrevista à imprensa, o ministro irlandês da Justiça, Dermot Ahern, manifestou seu sentimento de "repugnância e de cólera" ao ler este informe.
Ahern disse que o relatório é um "catálogo de atos maléficos cometidos em nome do que era considerado como o bem geral". Ele destacou a "ironia cruel de uma igreja que, motivada em parte pelo desejo de evitar o escândalo, criou um outro, de dimensão incrível".
O escândalo de abuso sexual na Irlanda não é o único a abalar a Igreja Católica recentemente.
De acordo com expecialistas em Roma, uma autoridade do Vaticano afirmou que ocorreram 3 mil casos de comportamento sexual inapropriado de padres católicos na última década, a maioria nos Estados Unidos.
Destes 3 mil casos, 300 são relativos a pedofilia.
Os casos de pedofilia atingiram ainda a Holanda, onde a Igreja Católica recebeu 1.100 denúncias de pessoas que afirmam ter sofrido abusos sexuais por parte de membros do clero entre os anos 50, 60 e 70.
Na Alemanha, as denúncias de pedofilia chegam a 120 e teriam ocorrido entre as décadas de 1970 e 1980 em escolas jesuítas locais. O caso envolveu até mesmo o sacerdote Georg Ratzinger, irmão do papa, que liderava os rapazes do coro da catedral de Regensburg. O sacerdote negou saber dos casos de abusos e foi inocentado pelo Vaticano.
Na semana passada, na Áustria, a imprensa local noticiou casos de abusos cometidos em dois institutos religiosos nas décadas de 1970 e 1980.
Na Espanha, o Vaticano disse saber de 14 casos de abuso sexual de crianças, que teriam ocorrido de janeiro de 2001 até março de 2010, na Igreja Católica da Espanha.
O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin foi direto em seus pedidos de total prestação de contas na igreja a respeito do abuso infantil e foi designado para a Sé de Dublin com um mandato de reconstruí-la após as revelações sobre abusos disseminados na arquidiocese.
Conversando com repórteres após celebrar uma missa em Dublin ele disse que "líderes religiosos" deveriam ser mais cuidadosos em seus comentários sobre o escândalo dos abusos.
"A Igreja Católica na Irlanda, tal como a conhecemos, foi seriamente afetada e provavelmente afetada demais para conseguir se arrumar", escreveu recentemente, "Está afundando, afundando rápido", Patsy McGarry, correspondente religioso do irlândes “Irish Times”.
Os casos de pedofilia atingiram ainda a Holanda, onde a Igreja Católica recebeu 1.100 denúncias de pessoas que afirmam ter sofrido abusos sexuais por parte de membros do clero entre os anos 50, 60 e 70.
Na Alemanha, as denúncias de pedofilia chegam a 120 e teriam ocorrido entre as décadas de 1970 e 1980 em escolas jesuítas locais. O caso envolveu até mesmo o sacerdote Georg Ratzinger, irmão do papa, que liderava os rapazes do coro da catedral de Regensburg. O sacerdote negou saber dos casos de abusos e foi inocentado pelo Vaticano.
Na semana passada, na Áustria, a imprensa local noticiou casos de abusos cometidos em dois institutos religiosos nas décadas de 1970 e 1980.
Na Espanha, o Vaticano disse saber de 14 casos de abuso sexual de crianças, que teriam ocorrido de janeiro de 2001 até março de 2010, na Igreja Católica da Espanha.
O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin foi direto em seus pedidos de total prestação de contas na igreja a respeito do abuso infantil e foi designado para a Sé de Dublin com um mandato de reconstruí-la após as revelações sobre abusos disseminados na arquidiocese.
Conversando com repórteres após celebrar uma missa em Dublin ele disse que "líderes religiosos" deveriam ser mais cuidadosos em seus comentários sobre o escândalo dos abusos.
"A Igreja Católica na Irlanda, tal como a conhecemos, foi seriamente afetada e provavelmente afetada demais para conseguir se arrumar", escreveu recentemente, "Está afundando, afundando rápido", Patsy McGarry, correspondente religioso do irlândes “Irish Times”.
A carta dirigida ao povo irlandês é o primeiro documento da história da Igreja dedicado exclusivamente à pedofilia.
O papa Bento XVI, em carta aos católicos da Irlanda, pediu perdão às vítimas dos abusos cometidos por padres pedófilos no país,"...estou profundamente consternado com as notícias de abusos contra crianças e jovens indefesos cometidos por membros da Igreja, especialmente sacerdotes...desses atos pecaminosos e criminosos e da forma como estes foram enfrentados pelas autoridades da Igreja na Irlanda".
"Vocês sofreram dolorosamente e peço perdão. Sei que nada pode apagar o mal que suportaram. A confiança de vocês foi traída e vossa dignidade, violada", escreveu às vítimas.
"...diante do ocorrido, é compreensível que seja difícil perdoar ou se reconciliar com a Igreja"...
"Em seu nome, expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos nós sentimos. Sei que, para alguns de vocês, chega a ser difícil entrar em uma igreja após o que aconteceu. Peço-lhes que não percam a esperança"
As frases mais duras da carta foram direcionadas aos padres pedófilos.
"Vocês traíram a confiança depositada por jovens inocentes e seus pais. Por causa disso, terão de responder perante Deus e perante os tribunais devidamente constituídos. Vocês perderam a estima do povo irlandês e lançaram vergonha e desonra sobre vossos semelhantes", afirmou.
"...além do imenso dano às vítimas, houve um enorme dano à Igreja e à percepção pública do sacerdócio e da vida religiosa".
A Igreja Católica irlandesa agradeceu "profundamente" ao Papa Bento XVI pela sua carta sobre os abusos sexuais cometidos por sacerdotes contra menores neste país, enquanto as vítimas se declararam decepcionadas com seu conteúdo.
Segundo Maeve Lewis, diretora-executiva da "One in Four", a carta não pede a demissão da maior autoridade da Igreja irlandesa, o cardeal Sean Brady, tal como pedem todas as vítimas.
Para os grupos de afetados, a mensagem "não discute as preocupações das vítimas" e o Papa evita assumir a responsabilidade do Vaticano pelos abusos sexuais de menores, ao dirigir suas críticas principalmente aos padres.
Andrew Baden, a primeira pessoa que levou a Igreja da Irlanda aos tribunais em 1995, afirmou que o comunicado "não aborda o assunto com total seriedade".
"O contexto é inapropriado, já que, por definição, uma carta pastoral está dirigida somente aos católicos praticantes e, portanto, omite muitas pessoas que foram afetadas pela questão".
"Como havíamos previsto, a carta não aborda nenhum dos assuntos que apresentamos em nossa carta aberta ao Papa no último mês", acrescentou.
No texto, as vítimas pediam, além do pedido de desculpas, uma admissão de culpa do Vaticano por seus próprios fracassos e a demissão de vários religiosos irlandeses, inclusive a de Brady.
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