quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Santa Catarina relembra a maior tragédia do Estado

22 de novembro de 2008, Santa Catarina sofria com a maior tragédia registrada no Estado, provocada por chuvas frequentes que duraram cerca de três meses, e que atingiu mais de 2 milhões de catarinenses. O número oficial de óbitos é de 135 pessoas e duas ainda estão desaparecidas, com a principal causa por soterramento: 97%. Entre desalojadas e desabrigadas, foram 78 mil pessoas. De acordo com a Defesa Civil Estadual, um terço do território catarinense foi atingidos pelas chuvas: 63 municípios catarinenses decretaram Situação de Emergência e 14 decretaram Estado de Calamidade Pública.

De acordo com os especialistas, a principal causa do desastre foi a “solifluxão”, que é quando parte do solo se desmancha. Na época, geólogos identificaram mais de quatro mil pontos de deslizamentos nas áreas atingidas. Entre os dias 22 e 23 de novembro, os níveis de precipitação pluviométrica alcançaram números recordes. Em Blumenau, durante cinco dias, choveu mais de 600mm, quando a média mensal é de 110 a 150mm. Nos demais municípios do Vale do Itajaí, os números não eram diferentes. A cidade de Itajaí, localizada na foz do Rio Itajaí-Açu, teve 80% de seu território inundado.

Os danos ainda são incalculáveis. Mais de 23 rodovias estaduais foram danificadas, além das estradas federais. O turismo, as indústrias, a agropecuária, as pequenas e microempresas, o comércio, os abastecimentos de água, luz e gás também foram prejudicados.

A Defesa Civil considera ainda que 2,4 mil famílias continuam desabrigadas e 3,6 mil permanecem desalojadas nos municípios afetados.

No primeiro semestre de 2009, ocorreram chuvas intensas e inundações em estados do Norte e Nordeste. A tragédia começou em abril, no Maranhão, atingindo, posteriormente, os demais estados das duas regiões.

No dia 8 de abril de 2009, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, informou, com base em dados repassados pelos estados, que as chuvas no Nordeste causaram prejuízos de aproximadamente R$ 1 bilhão. As enchentes atingiram 320 municípios da região e causaram 44 mortes, além de 130 mil desabrigados, conforme dados divulgados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec).

Nesse mesmo período, o rio Amazonas teve uma das maiores cheias de sua história, provocando enchentes em mais de sessenta municípios.

Enchentes em Alagoas e Pernambuco em junho de 2010

18 de junho de 2010, junho e julho são os meses que mais chove em Alagoas e em Pernambuco. O meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Giovanni Dolif, classifica como raridade o que ocorreu agora nos dois estados.

“A gente teve a contribuição de três principais fatores. O primeiro deles aconteceu alguns dias antes. Foi uma frente fria que passou pela Região Sudeste do Brasil e deixou um canal, uma região, com muita umidade sobre o oceano. Segundo fator: a temperatura do oceano, que estava acima do normal, de um grau a um grau e meio, o que contribui com mais umidade. E o terceiro fator, que foi determinante, foi a propagação de uma área de instabilidade do oceano em direção à Região Nordeste”, explica o meteorologista do Inpe, Giovanni Dolif.

No estado de Pernambuco, várias cidades também foram destruídas pela chuva. No caminho, vários deslizamentos de terra, estradas destruídas e mais chuva. Chegamos a Palmares, a 130 quilômetros do Recife. No local onde funcionava um supermercado, os alimentos estão todos na rua. Tudo estragado, muitas frutas e leite. O cheiro é muito forte. As pessoas ainda estão andando de máscara.

“Foi uma coisa que veio como uma tsunami para acabar com a cidade de Palmares”, comparou o construtor de obra Jose Vieira da Silva.

Meteorologistas dizem que, antes do temporal, chovia de forma moderada havia quatro dias. Com o solo já encharcado, os rios transbordaram. Na região da tragédia, os principiais são o Mundaú e o Paraíba, que nascem em Pernambuco e passam por Alagoas. As cidades mais castigadas ficam às margens desses rios. O Mundaú, por exemplo, subiu mais de seis metros.

“Não há previsão de extremo de chuva como aconteceu. Esse fenômeno é pouco frequente. Dificilmente vai acontecer em um espaço de tempo tão próximo”, prevê o meteorologista do Inpe, Giovanni Dolif.

Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo protagonizam o maior desastre natural da história do país.

12 de janeiro de 2011 a região serrana do Rio de Janeiro enfrenta o que tem sido considerado o maior desastre natural do país. Desde 1967, em Caraguatatuba (SP), não se tinha um número tão alto de vítimas. Outros estados também sofrem com as enchentes, como São Paulo e Minas Gerais. No entanto, no estado do Rio de Janeiro, as cidades de Petrópolis, Teresópolis, Friburgo, Areal, São José do Vale do Rio Preto e Sumidouro já somam mais de 500 vítimas fatais e um número ainda incontável de desalojados. Esta tragédia, que dá somente seus primeiros passos no socorro das vítimas, ainda não nos permite avaliar os estragos causados pela enchente e todo o trabalho que ainda será necessário realizar, mas já coloca em questão a urgência da prevenção de catástrofes climáticas no país.

De acordo com especialistas, a explicação para a repetição de tragédias no RJ é a falta de controle e planejamento no crescimento das cidades. O relevo das cidades serranas funciona como uma barreira que impede a passagem das nuvens. Concentradas, elas provocam muita chuva numa única área. A parte alta das montanhas é um terreno muito inclinado e a vegetação cresce sobre uma camada fina de terra. A água da chuva vai penetrando no solo, que fica encharcado e se descola da pedra. O volume de terra desce como uma grande avalanche, devastando o que encontra pela frente.

As chuvas que atingiram a serra do Rio estão entre as mais intensas já registradas na localidade e as de maior índice pluviométrico da história de Nova Friburgo, a cidade mais afetada. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Estado, em Petrópolis e Teresópolis, porém, o índice ficou abaixo dos recordes anteriores.

Segundo a chefe da seção de Previsão do Tempo, Marlene Leal, por causa da intensidade do temporal e a geografia da área, a "catástrofe era inevitável". "Na proporção e na intensidade com que as chuvas caíram não havia como evitar que uma tragédia acontecesse. Eu confesso que a proporção atingida - em uma área tão extensa, região montanhosa, de vale, aliada àquelas cabeças d'água que se formaram descendo em velocidade montanha abaixo em uma área imensa - me surpreendeu."

Somente em Nova Friburgo a concentração pluviométrica chegou a 182,8 milímetros em um período de apenas 24 horas. De acordo com Marlene, o recorde anterior em na cidade havia sido de 113 milímetros em um período de 24 horas, registrado em 24 de janeiro de 1964.

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