segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010


A Sea Shepherd Conservation Society foi oficialmente fundada no estado de Oregon, nos EUA, em 1981. Já havia a idéia de sua criação quando o Capitão Watson fundou a Earth Force Society em Vancouver, no Canadá, em 1977. O objetivo inicial de ambas as organizações era o de proteção e conservação dos mamíferos marinhos, visando, como meta imediata, o fim da caça ilegal às baleias e focas, porém, posteriormente, a Sea Shepherd expandiu sua missão, incluindo toda a vida marítima.

Em 1978, com apoio financeiro de Cleveland Amory, do Fund for Animals, a Sociedade comprou seu primeiro navio, o inglês Westella, e rebatizou-o de Sea Shepherd. Sua primeira missão foi viajar rumo às águas gélidas do Leste do Canadá para interferir na atual matança de filhotes de focas harpa, conhecidas como “casaco branco”. No mesmo ano, a Sea Shepherd perseguiu e abalroou o notório navio baleeiro Sierra num porto português, pondo fim à sua in
fame carreira de fantasma dos mares.

O sucesso da campanha contra a caça às focas e o abalroamento do Sierra marcaram o início das 160 viagens históricas da Sea Shepherd durante as próximas duas décadas, assumindo um papel de fiscalização e execução de leis internacionais de conservação onde elas não se aplicam – em alto-mar.

A Sea Shepherd continua realizando sua missão, apoiando e fazendo cumprir tratados internacionais, como acordados pela Carta Mundial da Natureza das Nações Unidas, comprometendo-se com a erradicação da caça ilegal de baleias; contra o assassinato de tubarões para uso de suas barbatanas, a destruição de habitats, os crimes contra a vida marinha e a violação de leis que regem os oceanos.

Declaração de igualdade

A Sea Shepherd Conservation Society opera internacionalmente sem preconceito a raça, cor, convicção religiosa ou qualquer outra consideração, com exceção de uma aderência imparcial ao apoio da
s leis de conservação internacionais de proteção a espécies marinhas em extinção e seus ecossistemas.

As operações ilegais que nós nos opomos habitualmente tentam acusar a Sea Shepherd de ser anti-japonesa, anti-nativo americana, anti-escandinava etc., devido a sua oposição contra a caça às baleias ou a matança de golfinhos. A Sea Shepherd é constantemente acusada de ser anti-canadense ou anti-africana por opor a morte de focas. Já foi acusada inclusive de ser anti-latina por ser contrária às atividades ilegais de finning de barbatanas de tubarão por sul americanos.

Nada poderia ser mais longe da verdade. A Sea Shepherd não se opõe aos baleeiros japoneses ou noruegueses, Se opõe aos baleeiros ilegais como é definido nas leis de conservação internacio
nais. Não sei opõe aos caçadores de focas canadenses ou sul-africanos, e sim à matança indiscriminada de focas.

A Sea Shepherd Conservation Society opera fora do chauvinismo cultural insignificante da espécie humana. Seus clientes são as baleias, os golfinhos, as focas, as tartarugas, as aves marinhas e os peixes de todos os oceanos. A Sea Shepherd representa exclusivamente os interesses deles.

Os voluntários da
Sea Shepherd vêm do mundo inteiro, incluindo das nações que nós somos forçados a opor como o Japão, Noruega, e Canadá.

A Sea Shepherd não é anti-qualquer nacionalidade ou cultura. É pró-Oceano e trabalha a favor dos interesses de toda a vida na Terra. A Sea Shepherd se opõe aos criminosos e unicamente às operações de criminosos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010


Gaia, era a deusa da Terra, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora quase absurda.

Gaia é a personificação do antigo poder matriarcal das antigas culturas Indo-Européias. É a Grande Mãe que dá e tira, que nutre e depois devora os próprios filhos após sua morte. É a força elementar que dá sustento e possibilita a ordem do mundo. Nos mitos gregos, os conflitos entre Gaia e as divindades masculinas representam a ascensão do poder patriarcal e da sociedade grega sobre os povos pré-existentes.

Antes do homem ser criado, só havia terra e ar e antes mesmo de existir o ar e a terra, se necessitava de um lugar para estes se manifestarem. Este lugar era o Caos: que era o lugar onde existia só a possibilidade de ser. No sonho do Caos só existia o Pensamento, que crescia e palpitava e este Pensamento estabeleceu a Ordem. Tão poderoso e eficaz foi este Pensamento que chamou a si mesmo de Eros, e ao pronunciar aquele nome, o Caos se transformou no Momento. Do Caos e Eros surgiram a obscuridade chamada Nyx e o movimento chamado Boreas, o vento.

Em sua primeira dança cósmica, Nyx e Boreas, giraram em movimento arrebatado e frenético até que tudo que era denso e pesado descendeu, e tudo que era leve ascendeu. A matéria densa era Gaia e de sua chuva e de sua semente proveu sua descendência.

Gaia é o ser primordial de onde todos os outros Deuses se originaram,Na mitologia romana é conhecida como Tellus. Gaia é a energia da própria vida, Deusa pré-histórica da Mãe Terra, é símbolo da unidade de toda a vida na natureza. Seu poder é encontrado na água e na pedra, no túmulo e na caverna, nos animais terrestres e nos pássaros, nas serpentes e nos peixes, nas montanhas e nas árvores.
A Terra, às vezes tomada pela Natureza, tinha vários nomes: Titéia, Ops, Vesta e mesmo Cibele.

Dizia-se que o homem nascera da terra molhada aquecida pelos raios de Sol. Deste modo, a sua natureza participa e todos os elementos e quando morre, sua mãe venerável o recolhe e o guarda em seu seio.
A humanidade como um todo reunida em torno do arquétipo Terra está associada tanto à este mundo que é corpóreo, tangível, material e estático, quando ao seu simbolismo oposto do Céu que está ligado ao outro mundo, incorpóreo, intangível, espiritual e dinâmico. Para entendermos o arquétipo da Terra e da Deusa Mãe Terra, devemos entrar em contato com as contradições Céu e Terra, Espírito e Natureza.

A imagem patriarcal cristã da Terra,era sem nenhuma ambigüidade, negativa, ao passo que o arquétipo positivo do Céu era dominante. A parte decaída inferior da alma pertencia ao mundo da Terra, enquanto que sua verdadeira essência que é o "espírito", se originava no lado celestial masculino de "Deus", ou do Mundo Superior. O lado terreno então, deveria ser sacrificado em nome do Céu, porque a Terra era feminina, pertencendo ao mundo dos instintos, representanda pela sexualidade, sedução e o pecado.

Houve um tempo em que as religiões eram matriarcais. São as religiões voltadas para a devoção da Natureza e das forças da Natureza, e de seus ciclos, respeitando seus movimentos de expansão e retração. Elas refletiam uma visão de mundo a partir do olhar da mulher, da mãe Natureza. Mas esta visão foi soterrada pelo patriarcado e o império da razão e do racionalismo. E estamos pagando caro por isso!

A visão patriarcal do mundo, refletida nas religiões patriarcais, foi diminuindo o feminino, o corpo, o dinheiro, a Terra, os frutos, nega a manifestação do Espírito. Pois o Espírito se expressa no vivo, no material. O invisível se expressa por meio do visível. Disso decorre toda sorte de dificuldades com o prazer e com a expressão da Vida nas suas mais variadas formas. Quem quer que negue a energia feminina, nega a Terra. Quem nega a Terra, nega seu feminino.

Por muitos milhares de anos, a Terra não tem recebido as completas transmissões da energia do Divino Feminino. O sistema da Rede na Terra foi manipulado para excluir o Divino Feminino no seu pleno poder, e a energia da Deusa deixou o planeta, exceto em alguns lugares onde os ecos continuaram. Entretanto, com o Processo de Ascensão, o retorno da deusa e do divino Feminino tem sido um factor chave no reequilibrio da energia do Planeta.

A origem dos cultos centrados na reverência e gratidão à Terra, como Mãe, é tão antiga quanto os atos de semear, plantar e colher. Entregar sementes à terra para que elas germinassem, crescessem e frutificassem era um ato sagrado que dependia da benevolência e ajuda das forças sobrenaturais. A personificação da Terra como Deusa é universal, tendo sido cultuada como Mãe por todas as antigas culturas, em parceria, às vezes, com seu consorte o Pai Céu ou com suas Filhas. Mas havia uma dualidade no seu culto, pois além de ser vista como Doadora e Provedora dos alimentos, Ela também era a Destruidora encarregada da dissolução dos resíduos vegetais, animais e humanos.

A dinâmica do mundo era baseada nesta união de princípios opostos – vida/morte – que aconteciam no ventre da Terra, revelando como cada nova forma de vida era criada a partir de uma morte anterior. Além de receber os mortos proporcionando-lhes repouso e cura à espera do renascimento, a Terra também abrigava o mundo subterrâneo, regido por divindades ctônicas e habitado pelos seres ancestrais e sobrenaturais. A profusão de figuras femininas oriundas dos períodos paleolítico e neolítico comprovam a ancestralidade dos cultos de fertilidade centradas em uma Mãe, Avó ou Mulher Terra.

As crenças e os rituais eram ligados às irregularidades topográficas como montanhas, grutas,fontes, rios ou à diversidade da vegetação, selvagem ou cultivada. As grutas eram ligadas ao mundo subterrâneo, sendo as aberturas com simbolismo uterino que serviam como locais para rituais e celebrações. As montanhas eram consideradas lugares propícios para a comunicação entre o mundo celeste e o subterrâneo.

A natureza e a origem da Terra eram descritas de forma diversa em vários mitos de criação, geralmente surgindo do vazio, caos ou oceano primordial ou formada do corpo de uma divindade morta. Ela ficava apoiada sobre um animal, como a tartaruga, na tradição indígena norte-americana ou no mito chinês da deusa Nu Kwa, ou sustentada por seres sobrenaturais colocados nas quatro direções cardeais como os gnomos do mito nórdico. Alguns mitos nativos descrevem como diversos animais mergulhavam no oceano primordial, de onde traziam lama ou areia para formar a Terra.
Dependendo da nação o animal era o rato aquático, o castor ou a lontra. Nos mitos dos índios norte-americanos o nascimento da humanidade decorre da união entre a Mãe Terra e o Pai Céu. Em outros mitos os seres humanos aparecem de repente por um buraco na terra -sipapu- ou são formados pelas divindades com lama, barro, galhos e penas.

Os terremotos eram atribuídos à mudança da posição da divindade, dos seres sobrenaturais ou dos animais que sustentavam a Terra, como no mito peruano da Pacha Mama. Para pedir clemência os povos antigos faziam sacrifícios de animais, oravam e batiam tambores. Na antiga China o imperador se prosternava perante cinco montículos de terra representando as quatro direções cardeais e o centro e fazia oferendas para a Terra.

Omitimos de nós mesmos o passado, negando assim o conhecimento de que a Terra vivia em fartura, e as esplêndidas civilizações antigas se relacionavam com seus ciclos com períodos favoráveis de plantio, como os Sumérios, por exemplo. Baseavam-se nesta premissa, pois valorizavam a arte, e um conceito antiqüíssimo que, há cerca de trinta anos, passou a atender pelo nome de Sustentabilidade. Os povos que hoje chamamos de primitivos sabiam que suas necessidades agrárias não podiam comprometer as possibilidades e reclamos das gerações futuras. Porquê esquecemos isso?
Diversas divindades desta época simbolizam a mulher e o Feminino. Exumando a cultura dos povos antigos, reponta sua ligação com a Terra: para eles, era uma relação de mãe e filhos. Para as altas culturas agrárias do Neolítico, a Terra era a figura sagrada dos cultos e ritos de ligação com o sagrado, era a Deusa Máxima. Era ela quem gerava e mantinha tudo o que era vivo.
O corpo da Terra era o próprio corpo da Deusa. Nas culturas agrárias desse período, era preciso conhecer o céu e a Terra; povos antigos da Mesopotâmia valiam-se dos ciclos dos planetas, plantavam e colhiam segundo suas revelações e ausências.
A Terra era única: consagrada e casada com a água, as terras, o Universo, os seres humanos, em prefeita união com tudo.
O culto mais difundido entre os índios norte-americanos é da Mãe Terra, seguido pelo da Mãe dos Grãos, que aparecia como uma única divindade - a Mãe, múltipla como Suas filhas, as Donzelas do Milho, ou em forma de Três Irmãs, que simbolizavam os alimentos básicos:milho, feijão, abóbora. As colheitas eram as oportunidades para agradecer com oferendas, festividades, danças e orações.

Dependendo da localização geográfica e da natureza da colheita, estas cerimônias se estendiam durante vários meses, com danças típicas em forma de rodas ou espirais, mas envolvendo sempre toda a comunidade. Uma dança muito comum na Europa era a dança do pão, considerado o alimento sagrado usado em rituais, como amuleto de proteção ou para a cura. O pão jamais podia ser desperdiçado ou jogado fora, sendo também usado em sinal de boas vindas ou recepção dos noivos entre os povos eslavos e dos Balcãs. Antes de cortar o pão as camponesas romenas o abençoavam e agradeciam à terra pelo “pão de cada dia”.

Muitos séculos vêm testemunhando a usurpação, pelos homens, do título de propriedade da Natureza, revogando assim toda a sacralidade da Terra, da Água e dos valores femininos.

Entronizamos um Deus distante do convívio de todos os seres, a própria Criação, e o exilamos em um céu remoto, acessível apenas a supostos escolhidos; tudo o mais foi relegado, rotulado de heresia e apreciado apenas como ambição de difícil acesso para mulheres com baixa capacidade para desenvolver seu lado racional.

Esquecemo-nos das origens e ligações dos seres autodenominados pensantes com a Terra. Mediante esta união, hoje desprezada, construíam-se “primitivamente” as relações sociais, os sistemas políticos, agrários, econômicos, a arte e todas as produções humanas.
A Terra, por ser respeitada em todos os seus ciclos como um ser vivo, interativo, latente, pululante, que possuía necessidades, que deveríamos respeitar como um corpo humano, os servia com abundância e prosperidade.

O Conhecimento do tempo cíclico regia o entendimento e a percepção de mundo.

Examinando os astros e sua interação com a Terra, os humanos entendiam que tudo nascia, crescia e reproduzia-se para morrer, renovando assim o mundo; tal qual os ciclos femininos, que prefiguram a mesma dinâmica na renovação celular mensal necessária para que o novo possa florescer.

Com isso, constatamos que muitas rupturas ocorreram a partir do abandono da sacralidade da Natureza, da Terra e do Feminino, hábeis a auxiliar como inspiração para nossas atitudes. Quando tivemos oportunidades de seguir as leis da Natureza como um guia, longe de ser uma questão de conformismo, nos assemelhávamos à Terra, e isso nos trazia serenidade, harmonia e paz.

Atualmente, quando observamos a vida humana, constatamos o desligamento dos homens com o Planeta, esquecemo-nos do valor da união com esta Terra provedora e generosa que nos nutria, desrespeitando assim nossa própria essência de criaturas sagradas.

Quem sabe, como boa matriarca que alimenta seus filhos com fartura em todos os aspectos, ela esteja apenas esperando que voltemos pra nós mesmos, relembremos de onde viemos e quem somos, e com tal consciência, apenas esteja aguardando o momento exato que nos brindará com novos tempos de fartura e abundância, ao sentir que finalmente decidimos voltar para nós mesmos, para a Terra. Que decidimos voltar para casa.

Como se respondesse a nossa atual crise de meio ambiente, o nome Gaia se escuta hoje em dia por todas as partes. Existe a "Hipótese de Gaia" do físico James Lovelock, que propõe que o planeta terra seja um sistema auto-regulado; a "consciência de Gaia", que instiga para que a terra e suas criaturas sejam consideradas um todo e simplesmente e o termo "Gaia", que expressa reverência faz do planeta um ser vivo de que toda a vida depende. A esse fenômeno está associada a idéia que só uma personificação do planeta pode devolver-lhe uma identidade sagrada, de modo que seja possível estabelecer uma nova relação entre os seres humanos e o mundo natural.

Não é coincidência que em pleno século XXI regresse a mentalidade grega para formular essa experiência, posto que no Ocidente a última Deusa da Terra foi Gaia. É certo que na mitologia clássica a Deusa já tinha a mesma posição de Mãe Suprema de todo o ser vivo que tinha no período Neolítico, no entretanto, a terra seguiu sendo inclusive em filosofia, um ser vivo (zoon), segundo a terminologia platônica.
Essa consciência perdeu-se nas referências judias e cristãs em essa perda se faz evidente no modo em que passamos a tratar a terra como se fosse matéria morta. Fica óbvio portanto, que Maria, a Deusa Mãe reconhecida pela igreja cristã, tenha adquirido todos os atributos das Deusas Mães, exceto o de Deusa da Terra.

As imagens mitológicas da Grande Mãe, Criadora do Universo, são numerosas, como numerosos são estágios da revelação do ser dela, mas a forma mais difundida e conhecida de sua manifestação, a forma que define sua essência é a de Terra Mãe.

Carolina Rubin/Rosane Volpatto



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010


Ecofeminismo

Ecofeminismo é uma corrente oriunda do movimento feminista que relaciona historicamente a mulher e a natureza com a subjugação e exploração sofrida por ambas. O ecofeminismo representa um forte movimento no sentido de reforçar a importância da mudança de paradigma também para a melhoria da relação entre gêneros, assim como da relação com o meio. Seus expoentes trabalham em nome da transformação do atual e ultrapassado modelo civilizacional representado pelo patriarcado. Assim lutam pela mudança de paradigma uma vez que associam a este o resgate dos valores femininos simbolizados pela proteção e pelo ato de cuidar, entre outros.

A ele liga-se também uma corrente literária. O termo foi usado pela primeira vez por Françoise d'Eauboune. Desde a década de setenta que o movimento feminista defende a ideia de que o ambiente e feminino, deste modo o combate ecológico está ligado à libertação da mulher. De acordo com Karen J. Warren feminismo ecológico "é o nome dado a uma variedade de posição que têm raízes em diferentes práticas feministas e filosofias". Por outro lado para Carolyn Merchant, uma historiadora deste movimento,
"as mulheres e a natureza têm uma antiga associação, associação que tem persistido ao longo da cultura, linguagem e história".

Tenha-se em atenção que foi Rachel Carson (1907-1964), com o seu livro "Silent Spring" (1962) que fez despertar a consciência dos cientistas, políticos e historiadores para o movimento ecológico. Esta aproximação ao Ecofeminismo deu-se em 1987 com a conferência "Perspectivas ecofeminista", preparada para celebrar os 25 anos de publicação do livro de Rachel Carson. Todavia a primeira conferência a fazer apelo a esta aproximação aos problemas da mulher do ambiente teve lugar em 1974 na Universidade da Califórnia, a que se outras seguiram na década imediata. Os dois textos mais marcantes que historiam este movimento são os de Susan Griffin, Mulheres e Natureza (1978) e Carolyn Merchant, A morte da natureza (1980)

É de salientar aqui o papel assumido pelas mulheres sem passado na defesa e valorização do meio ambiente. O facto mais evidente disto está na obra de Rachel Carson, o que poderá juntar-se a iniciativa de outras mulheres desde o século XVIII, como o prova o estudo de Márcia Myers Bonta, Mulheres no Campo (1991).

Os ecofeministas vêem a dominação patriarcal de mulheres por homens como o protótipo de todas as formas de dominação e exploração: hierárquica, militarista, capitalista e industrialista.

Eles mostram que a exploração da natureza, em particular, tem marchado de mãos dadas com a das mulheres, que têm sido identificadas com a natureza através dos séculos.[...] os ecofeministas vêem o conhecimento vivencial feminino como uma das fontes de uma visão ecológica da realidade. (Capra).

O ecofeminismo vê a dominação ao qual a mulher foi sujeitada assim como outras raças (índios e negros) e seres mais fracos, paralelamente a dominação e usurpação da natureza e de suas riquezas. Uma vez que entre os povos primitivos, segundo alguns historiadores, sempre houve uma forte conexão entre a mulher e a natureza, através do culto ao feminino e a Terra em si como símbolo maior deste princípio.

Esta visão sacralizada da natureza percebia o homem como parte dela e este em troca lhe tratava com respeito e cordialidade, com o carinho de um filho para com a sua mãe. Na medida em que a natureza foi perdendo este seu caráter sagrado paralelamente iniciou sua exploração. Os valores patriarcais de dominação e centralização de poderes logo começaram a ser sentidos também pelas mulheres dando prosseguimento a mesma associação anterior, só que de forma diferente onde a mulher, assim como a natureza, tornou-se mera propriedade masculina. O atual resgate fruto da mudança de paradigma possibilita a homens e mulheres repensarem essa relação histórica entre si e com a Terra.
A recuperação do princípio feminino se baseia na amplitude. Consiste em recuperar na Natureza, a mulher, o homem e as formas criativas de ser e perceber. No que se refere à Natureza, supõe vê-la como um organismo vivo. Com relação à mulher, supõe considerá-la produtiva e ativa. E no que diz respeito ao homem, a recuperação do princípio feminino implica situar de novo a ação e a atividade em função de criar sociedades que promovam a vida e não a reduzam ou a ameacem. (Shiva).

A questão do resgate do feminino corresponde mais ao equilíbrio do que a sobreposição de um modelo sobre o outro. O patriarcado se enfraqueceu no momento em que o feminismo alcançou maiores espaços e maior peso cultural. Ou seja, não há de fato um culpado, o masculino não é determinado como o inimigo, mas sim como um extremo apenas de uma complexa realidade histórico-socio-cultural existente entre homens e mulheres. Por um longo período este extremismo vem sendo perpetuado causando enormes prejuízos para ambos os gêneros da raça humana, além de inúmeros desequilíbrios que atingiram não apenas a sociedade como também ao nosso meio em comum: a Terra.

Em um mundo constituído por homens e mulheres ainda assim o poder há centenas de anos vem sendo centralizado pelo masculino alicerçado em diversos princípios prepotentes e manipuladores características do patriarcado que ainda são sentidos nos dias de hoje em nossa atual bagagem cultural que infelizmente herda um vasto legado de dominação, destruição, medo e culpa; obra de uma visão masculina judaico-cristã que permitiu ao homem branco sentar-se em seu trono sobre a natureza e subjugar espécies diferentes da sua, fazendo incluir nesta categoria mulheres, índios e negros entre outros, que como o restante da natureza também não eram dignos de possuir uma alma. O que já era o suficiente para justificar qualquer atrocidade cometida e respaldá-la em bases religiosas que disseminavam estes valores.

El patriarcado capitalista dominante es una ideología basada en el miedo y la inseguridad[...]Y el ecofeminismo dice: hay suficiente para todos, no tienes que asustarte, no tienes que destruir la vida para conseguir un poco... Se necesita confianza para permitir a la vida evolucionar en libertad y alimentarse a sí misma en el proceso. El ecofeminismo es una filosofía de la seguridad, de la paz, de la confianza, el patriarcado capitalista es asustadizo, es estrecho de miras, está tan terriblemente asustado que no puede tolerar a otras especies o culturas. (Shiva, 2005).

Como colocam os autores trata-se de um imprescindível resgate não apenas para as mulheres mas para toda a civilização e principalmente para as futuras gerações. A mudança de paradigma torna-se urgente para que se coloque um ponto final definitivo nesta história sangrenta marcada por conflitos e guerras por poder e dinheiro que tanto castigaram a Terra e seus povos ao longo de centenas de anos de domínio e exploração.

La recuperación del principio femenino permite trascender los cimientos patriarcales del mal desarrollo y transformarlos. Permite redefinir el crecimiento y la productividad como categorías vinculadas a la producción —no a la destrucción— de la vida. De modo que es un proyecto político, ecológico y feminista a la vez, que legitima la vida y la diversidad, y que quita legitimidad al conocimiento y la práctica de una cultura de la muerte que sirve de base a la acumulación de capital. (Shiva).

O movimento ecofeminista traz à tona a relação estreita existente entre uma exploração ea submissão da natureza, das Mulheres e dos Povos estrangeiros pelo poder patriarcal, a dominação das mulheres está Baseada nos mesmos fundamentos e impulsos que levaram à exploração da natureza e de Povos. Tanto o meio ambiente como as mulheres são vistos pelo capitalismo patriarcal como "coisa útil",, seja como objeto de consumo, como meio de produção ou exploração. Além disso, o capitalismo patriarcal apresenta uma intolerância diante de outras espécies, seres humanos ou culturas que julga subalternas ao seu poder, buscando, assim, dominá-las. Neste contexto estão inseridos tanto o meio ambiente quanto as mulheres.

O Ecofeminismo pode ser dividido em três tendências:

a) Ecofeminismo clássico.


Nesta tendência o feminismo denuncia a naturalização da mulher como um dos Mecanismos de legitimação do patriarcado. Segundo o Ecofeminismo clássico, uma obsessão dos homens pelo poder tem Levado o mundo um guerras suicidas, ao envenenamento e à destruição do planeta. Neste contexto, uma ética feminina de proteção dos seres vivos se opõe à essência agressiva masculina, e é fundamentada Através das características femininas igualitárias e por atitudes maternais que acabam pré-dispondo as mulheres ao pacifismo e à conservação da natureza, enquanto os homens seriam naturalmente predispostos à competição e à destruição;

b) Espiritualista Ecofeminismo do Terceiro Mundo.


Teve origem nos Países do Sul, Tendo a influência dos Princípios religiosos de Ghandi, na Ásia, e da Teologia da Libertação, na América Latina. Esta tendência afirma que o desenvolvimento da sociedade gera um processo de violência contra a mulher eo meio ambiente, TENDO suas raízes nas concepções patriarcais de dominação e centralização do poder. Caracteriza-se também pela postura crítica contra a dominação, luta pela antisexista, antiracista, antielitista e anti-antropocêntrica. Além disso, Atribui ao principio da cosmologia uma tendência protetora das mulheres para com uma natureza;

c) Ecofeminismo construtivista.


Esta tendência não se identifica nem com o essencialismo, nem com as fontes religiosas espirituais das correntes anteriores, embora compartilhe idéias como Antiracismo, anti-antropocentrismo e anti-imperialismo. Ela defende que a relação profunda da Maioria das mulheres com a natureza não está associada uma características Próprias do sexo feminino, mas é originária de suas responsabilidades de gênero na economia familiar, Criadas Através da divisão social do trabalho, da distribuição do poder e da propriedade . Para tanto, defendem que é Necessário para assumir novas práticas de relação de gênero e com a natureza.

PULEO alerta para uma debilidade teórica existente nas duas primeiras tendências, como também para um Possível risco de se afirmar A utilização de estereótipos femininos na sociedade. O Ecofeminismo construtivista, por sua vez, desconsidera uma mística da importância, o que acaba dificultando uma mobilização das mulheres em torno do tema, elemento este que para o Ecofeminismo Espiritualista tem representado uma força prática efetivamente mobilizadora.

As mulheres pobres do Terceiro Mundo, que são Vivem em uma economia de subsistência, como maiores Vítimas da crise ambiental em seus Países, são pois as primeiras uma sentirem o reflexo da diminuição da qualidade de vida causadas pela poluição ou escassez dos recursos naturais, ambiente quais são explorados indiscriminadamente para satisfazer as "Necessidades" do Primeiro Mundo.


A lógica do capitalismo tem se demonstrado incompatível com as exigências ecológicas para a sustentabilidade da vida. Portanto, ao contrário do que muitos ecologistas pensam, não é possível ecologizar o capitalismo, assim como também não é possível acabar com uma dominação e exploração do gênero feminino sem superar as estruturas capitalistas patriarcais que a mantém .

Deste modo, tanto a solução da crise ambiental quanto a da opressão das mulheres não devem ser tratados como problemas isolados. A salvação da vida no planeta, assim como uma emancipação não só das mulheres como de todos os seres humanos, dependem de uma mudança estrutural e organizacional da sociedade.

E para isto, é imprescindível uma ação conjunta dos movimentos sociais contra seu opressor comum: o capitalismo patriarcal.

Luciana P. Urbim
/ROSÂNGELA ANGELIN - Militante feminista.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


Teologia da Libertação e Educação Popular Terra - Eco Sagrado

Terra - Eco Sagrado foi o tema abordado no 4° Seminário de Teologia da Libertação e Educação Popular.

Com este tema, a equipe coordenadora do seminário procurou oferecer um espaço para falar e escutar sobre este eco que ressoa nas nossas relações com a natureza, conosco mesmo e com a divindade.

O livro é apresentado em três partes:

Parte I - Eco dos assessores com textos de Ivone Gebara e Arno Kayser;

Parte II - Eco dos movimentos socias com textos sobre as experiências que tem sido realizadas nas bases destes movimentos;

Parte III - Sarau teo-ecológico popular com poesias e canções apresentadas pelos participantes do seminário.

Ecologia e desenvolvimento sustentável à luz da Bíblia


A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Nosso tipo de desenvolvimento atual tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.

1. A terra está gemendo enquanto a alma continua “bela” (Ec 2.1)

A eco-teologia talvez seja a forma mais adequada de se fazer teologia em nosso tempo. O conceito de eco-teologia surgiu nos últimos 30 anos, a partir de uma consciência de alguns teólogos, preocupados com o esgotamento dos recursos naturais, por conta da ganância humana.

A eco-teologia parece reunir subsídios convincentemente capazes de curar a visão vesga da teologia tradicional, que sempre procurou Deus além ou fora da natureza. Isto é, sempre se preocupou com Deus longe, lá no céu, distante de sua criação.

Para Rubio, a igreja é criticada pelo mundo moderno pelo fato de sempre ter se esquecido da realidade atual para pregar apenas uma salvação no “outro mundo”. Para ele, " o cristianismo é hoje acusado de ter dado origem e de ter impulsionado o progresso com a sua atitude estúpida e suicidamente arrogante em relação ao meio ambiente ".

Nesse mesmo tom de crítica, Frei Beto disse que," enquanto a igreja prega o céu além da vida nesta terra, o consumismo acena com o céu na terra ".
Francis Bacon dizia: devemos “subjugar a natureza, pressioná-la para nos entregar seus segredos, amarrá-la a nosso serviço e fazê-la nossa escrava” .

Este paradigma ecoou durante os séculos e chegou ao nosso tempo de forma sistemática e tecnológica. Este paradigma é muito difícil de ser destruído, pois tem como principal instrumento o marketing publicitário, que desperta o desejo do consumo a partir dos olhos.

Segundo Frei Beto, "para se ter acesso a essa felicidade, basta ter acesso ao consumo que propicia segurança e conforto".

Esse vírus da modernidade contaminou-nos a todos, indistintamente. Vivemos numa pandemia tecnológica! A expressão “pandemia” significa doença que afeta a maior parte de uma população. E poucos de nós dão sinais de que estejam dispostos ao martírio da abdicação e da renúncia do consumismo aleatório.
O nosso tempo moderno parece ironicamente retroceder ao período da arte que pintava o grotesco. Como disse Frei Beto, "busca-se, avidamente, a eternização do presente; multidões malham o corpo como quem sorve o elixir da juventude". Morreremos todos, porém, saudáveis e esbeltos .

De algum modo, fazemos leitura semelhante do texto de Ec 2.1.

O autor descreve o período de sua vida em que buscava cegamente e a todo preço o “prazer da vida”. Mesmo que para isso tivesse que escravizar pessoas. O texto mostra a busca insana do prazer e a qualquer custo. Procurou o prazer na bebida (v.3); no consumismo e na riqueza (v.4); na promiscuidade (v.8); na falta de amor e no individualismo (v.9). Infelizmente, esses ingredientes que juntos formam a base do hedonismo ainda se fazem presente em nosso mundo moderno. Porém, em nosso tempo, a tecnologia chegou ao topo, com poder de agredir e explorar a terra de forma inimaginável.

É por isso que não dá para acreditar nesses tais “projetos de desenvolvimento sustentável”, até porque, quem os faz não tem interesse algum de abdicar do luxo e do aparato “tecnologicamente correto”. Portanto, a única forma para se falar de desenvolvimento sustentável a luz da Bíblia deve ser a partir da consciência cristã de que devemos todos “frear radicalmente o nosso ímpeto consumista”. Até porque autor de Eclesiastes nos ensina que, depois de experimentar tudo isso, chegou à conclusão de que tudo era ilusão.

2. O crer na providência é marca característica da vida cristã (Mt 6.25)

É comum encontrar crentes em nossas igrejas que conhecem o texto de Mt 6.25. Porém, é também comum perceber que quase todos nós temos dificuldades para aplicá-lo na prática. Isto é sinal de que nos vemos correndo ansiosamente pelos recursos materiais. Andamos ansiosos porque queremos satisfazer nossos desejos de consumo. Criamos “necessidades” que, quase sempre, são banais.

Contudo, teremos de rever nossa relação com o cosmos, especialmente, com a nossa casa (o planeta Terra). O teólogo Leonardo Boff compara nosso tempo à figura de uma nave espacial em pleno vôo. Para ele, essa nave tem recursos limitados de combustível, de alimentos e de tempo de transcurso.

1% dos passageiros viaja na primeira classe com superabundância de meios de vida, 4% na classe econômica com recursos abundantes. Os 95% restantes estão juntos às bagagens, no frio e na necessidade. Pouco importa a situação social e econômica dos passageiros. Todos correm ameaça de morte pelo esgotamento dos recursos da nave. Todos terão o mesmo destino dramático: ricos, remediados e pobres, caso não haja um acordo de sobrevivência para todos indistintamente. Desta vez, não há uma arca de Noé que salve alguns e deixe perecer os demais .

Assim, a eco-teologia assume o caráter de urgência e contemporaneidade, sugerindo-nos a necessidade de se fazer teologia a partir de um novo modelo ou de um novo objeto que, a rigor, deve ser a terra; ou seja, precisamos lembrar de que Deus está presente também na natureza. Aliás, essa é exatamente a mensagem de muitos Salmos, mostrando que Deus se faz presente em toda a natureza (Sl 19). Não podemos mais, face à irrupção da morte de nossa mãe terra e conseqüentemente de todos nós, perpetuar a atitude reticente de passividade.

Ou, como diz a música de Zé Geraldo: "tudo isso acontecendo e eu aqui na praça, dando milho aos pombos". É tempo de decisão! Paulatinamente isso vem ocorrendo. Como disse Rubio, "muitas vozes somam hoje ao imenso clamor, alcançando já espaços públicos com manifestações populares".

Críticas e culpados ecoam por todo lado. Contudo, já está superada a fase de encontrar culpados pela degradação da natureza. É verdade que os vilões da natureza são os mega-produtores de bens e serviços; mas eles não teriam necessidade de produzir tanto se não houvesse demanda. Precisamos reconhecer que estamos todos contaminados pelo vírus do consumismo. Portanto, precisamos urgentemente voltar a crer e esperar pela providência divina, assim como nos ensina Mt 6.25.

3. Crer na salvação é crer na redenção de todas as coisas (Cl 1.13)

É fundamentalmente bíblico o ensino de que a salvação proposta em Jesus Cristo não visa apenas à alma humana. O texto de Cl 1.13 mostra claramente que a salvação em Cristo alcançará até mesmo as regiões celestiais ou cósmicas. Outro texto paulino que evidencia esse ensino é o de Rm 8.19.

Há ainda a profecia do Novo Céu e na Nova Terra, anunciada por Isaías 65.17; e ainda o mesmo sentido é repetido em Ap 21.1. É nesse sentido que a eco-teologia encontra seu espaço em nosso tempo.

O conceito bíblico-teológico da redenção se mostra como relevante objeto de releitura, na tentativa de olhar a salvação proposta em Jesus Cristo muito mais além do que salvação espiritual ou i-material. É nesse sentido que o conceito de redenção cósmica se mostra tão atual. De uma vez por todas, ele tanto destrói o doentio modelo platônico de salvação da alma apenas quanto promove a idéia do novo Céu e da nova Terra. O fundamento absoluto de nossa fé cristã está da doutrina da morte e da ressurreição em glória, mas também corporal de Jesus.

Para Moltmann, "Deus não seria o criador de todas as coisas, se não quisesse a redenção de todas as coisas". Segundo ele, a visão da redenção cósmica por meio de Cristo, portanto, não é uma especulação, mas surge de forma lógica da cristologia e da antropologia.

Se faltassem esses horizontes, o Deus de Jesus Cristo não seria criador do mundo e a redenção se tornaria mito gnóstico de ódio ao corpo e ao mundo .

Ao contrário do que muitos pensam, essa releitura não significa diminuir o atributo criador e redentor de Deus; ao contrário, é afirmá-lo ainda mais. Como Calvino dizia: "a criação é o teatro da glória de Deus". Deste modo, o olhar místico, contemplativo e admirável para a natureza, obra das mãos do criador, deve causar em nós a integração entre todas as formas de vida com o cosmos. Certamente essa atitude pacífica entre humanos e natureza freará o nosso desejo ávido de “consumir”.

Considerações finais

Enquanto esperamos pelo cumprimento profético do novo Céu e da nova Terra, que tal voltarmos nossos desejos para as coisas simples e prazerosas da vida ingênua? Acho que cairia bem o conselho do Eclesiastes:

"Coma com prazer a sua comida e beba gostosamente o seu vinho; goza a vida com o amor que amas. Procure sempre parecer feliz, enquanto viver nesse mundo de ilusões; pois, tudo na vida é apenas vapor".


Rev. Adilson é pastor na IPI do Jabaquara, São Paulo, SP