quinta-feira, 30 de setembro de 2010


Anglo-saxão é a denominação dada à fusão dos povos germânicos anglos, saxões e jutos que se fixaram no norte e centro da Inglaterra no século V .

Os saxões eram um povo germânico que vivia no território que é hoje o noroeste da Alemanha e o leste da Holanda.
No século I, os Saxões tiveram uma influência importantíssima na unificação das regiões da Inglaterra.

Os jutos foram um povo germânico que, ao que se pensa, teve origem na Jutlândia, na moderna Dinamarca, e em parte da costa frísia.
Os jutos, com os anglos, os saxões e os frísios, atravessaram o mar do Norte para assolar e mais tarde invadir a Inglaterra,

Durante os séculos IV e principalmente V, os saxões começaram uma forte investida contra as Ilhas Britânicas, em busca de colonização. O Império Romano acabou deixando a ilha e os saxões, nos séculos VI a IX foram, aos poucos, dominando o território, começando pelo leste. Em seguida, capturaram o centro da Ilha, chegando até o Mar de Severn.
Por um tempo, a atual Escócia e a Cornualha ficaram livres, assim como o atual País de Gales. Porém, mais tarde, os saxões tomaram também a Cornualha e a Escócia, mas não conseguiram capturar o País de Gales, apesar de que reinos como Powys, hoje o maior estado-distrito de Gales, que alcançavam áreas da atual Inglaterra além de áreas do País de Gales terem perdido grande parte de suas posses.

Concluiu-se que os saxões derrotaram quase que totalmente os celtas na Grã-Bretanha, já que Gales é, em sua maioria, de terreno rochoso e pobre. Os reinos galeses não tinham condições mais de se opor aos saxônicos, que se tornaram os verdadeiros donos da Inglaterra.

No mesmo século, na Inglaterra, os saxões sofreram com a invasão dos Vikings da Dinamarca, que procuravam se instalar nas terras inglesas. Tomaram grande parte dos reinos saxônicos, mas foram parados e, depois, expulsos da Inglaterra por Alfredo de Inglaterra, o Grande.

Os Anglos são uma palavra inglesa moderna usada para se referir is ao povo germano cujo nome deriva-se da antiga região cultural de Ânglia,foram um dos maiores grupos a fixar-se na Bretanha no período pós romano, fundando diversos reinos da Inglaterra Anglo-saxõnica e instalando-se na Ânglia Oriental, Mércia e na Nortúmbria no século V d.c .

A Bretanha meridional e oriental foi chamada de Engla-lond, "terra dos anglos", em inglês antigo, mais tarde England, o termo em inglês para Inglaterra.

Língua anglo-saxónica, também conhecida como inglês antigo - língua germânica falada por este povo, que deu origem ao inglês moderno

O Tratado de Latrão, que criou um novo estado, assinado pelo ditador fascista Benito Mussolini, então chefe do Governo italiano, e o cardeal Pietro Gasparri, secretário de Estado da Santa Sé. Este Tratado formalizou a existência do Estado do Vaticano (cidade do Vaticano), Estado soberano, neutro e inviolável, sob a autoridade do papa, e os privilégios de extraterritorialidade do palácio de Castelgandolfo.

Por outro lado, a Santa Sé renunciou aos territórios que havia possuído desde a Idade Média e reconheceu Roma como capital da Itália.

O acordo também garantiu ao Vaticano o recebimento de uma indenização financeira pelas perdas territoriais durante o movimento de unificação da Itália. O documento estabeleceu normas para as relações entre a Santa Sé e a Itália, reconheceu o catolicismo como religião oficial desse país, instituiu o ensino confessional obrigatório nas escolas italianas, conferiu efeitos civis ao casamento religioso, aboliu o divórcio, proibiu a admissão em cargos públicos dos sacerdotes que abandonassem a batina e concedeu numerosas vantagens ao clero.

Estado da Cidade do Vaticano é o centro da Igreja Católica e uma cidade-estado soberana sem costa marítima cujo território consiste de um enclave murado dentro da cidade de Roma, capital da Itália. Com aproximadamente 44 hectares e com uma população de pouco mais de 800 habitantes, é o menor Estado do mundo, tanto por população quanto por área.

Cidade do Vaticano é uma cidade-estado que existe desde 1929,uma Monarquia absoluta eletiva teocrática, governada pelo Papa. É distinta da Santa Sé, que remonta ao Cristianismo primitivo e é a principal sé episcopal de 1,142 bilhões de Católicos Romanos de todo o mundo. Ordenanças da Cidade do Vaticano são publicados em italiano; documentos oficiais da Santa Sé são emitidos principalmente em latim.

As duas entidadas ainda têm passaportes distintos: a Santa Sé, como não é um país, apenas trata de questões de passaportes diplomáticos e de serviço; o estado da Cidade do Vaticano cuida dos passaportes normais. Em ambos os casos, os passaportes emitidos são muito poucos.

O sujeito de direito internacional é a Santa Sé. As relações e acordos diplomáticos com outros estados soberanos portanto, são com ela estabelecidos e não com o Vaticano, que é um território sobre o qual a Santa Sé tem soberania.

Com poucas exceções, como a China e a Coréia do Norte, a Santa Sé possui representações diplomáticas com quase todos os países do mundo.

A Cúria Romana é o órgão administrativo da Santa Sé, constituído pelas autoridades que coordenam e organizam o funcionamento da Igreja Católica. É geralmente visto como o governo da Igreja. Curia no latim medieval significa "corte" no sentido de "corte real", pelo que a Cúria Romana é a corte papal, que assiste o Papa nas suas funções.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010


A história da banda irlandesa começou no final da década de 70. O baterista Larry Mullen Jr colocou um cartaz na escola onde estudava a fim de encontrar interessados em formar uma banda. Logo apareceram Adam Clayton, David Howell Evans (The Edge), Paul Hewson (Bono Vox) e Dick Evans, irmão de David, que deixou a banda em 1978.

Com estes integrantes, estava formada a banda Feedback, que mais parte passou a se chamar The Hype, para finalmente chegar ao nome conhecido mundialmente: U2. O primeiro compacto do grupo foi lançado em 1979, sob o título “U2-3”.
A banda de rock irlandesa U2 não se envolveu em questões políticas e religiosas “de uns tempos pra cá”. Bono, vocalista do U2, não é um oportunista em busca de um Prêmio Nobel da Paz. Se você pensa dessa maneira ou ouviu alguém dizer isso, seus problemas acabaram.

Paul Hewson, mais conhecido por Bono, que de facto se viria a tornar numa das personalidades mais relevantes do mundo da música e não só.
Seus pais, Iris era protestante e Bob, o seu marido, era católico. Numa Irlanda conservadora, isto representava uma anormalidade de grande escala, que marcou desde cedo a educação e a identificação pessoal do jovem Paul. Desde cedo, este revelou uma personalidade forte e curiosa, sempre a questionar tudo o que via.

Na sua adolescência, Bono já revelava uma certa aversão em relação a religiões organizadas, no entanto, encontrou o seu refúgio espiritual numa seita Cristã com base em Dublin, o Shalom. Desde os primeiros tempos da banda, sempre expressou o desejo de não se tornar numa típica “pop star” e trabalhou para se tornar um cantor cada vez melhor.

Larry Mullen Jr, em 1978, o jovem Larry sofreu uma perda trágica. A sua mãe faleceu num acidente de automóvel em 1978, mesmo antes de ele completar 17 anos. Depois disto, Larry quis deixar a banda, e era o que teria feito se Bono não o convencesse a ficar. De facto, o vocalista foi o seu grande apoio uma vez que tinha passado pelo mesmo.

O som da bateria de Larry pode ser ouvido distintamente logo nos primeiros álbuns dos U2.
Larry defende que o verdadeiro nome da mesma é “The Larry Mullen Band”.

David Howell Evans, o nome The Edge foi atribuído por Bono devido às suas feições e ao hábito de observar tudo a partir da periferia.

Foi durante o Outono de 1976 que o jovem viu o bilhete de Larry. Foi o primeiro a responder ao “anúncio” e apareceu na sua casa juntamente com o irmão Dick e o amigo Adam Clayton. Nesses encontros, Edge demonstrou o seu talento a tocar guitarra, e a química entre os membros tornou-se evidente desde o início.
O estilo que desenvolveu ainda muito jovem, nada devia aos blues ou ao hard rock.
“Sempre pensei que os solos de 15 minutos são uma perda de tempo, e o que eu gostava mesmo era de pessoas que tocavam as canções. É muito difícil a canção ser realmente boa com uma guitarra única e interessante.”

The Edge juntou-se a um grupo religioso Cristão, o Shalom, no início dos anos 80, juntamente com Bono e Larry. Estavam os três à procura de espiritualidade e da resposta à grande pergunta, no entanto, estes assuntos colocaram a banda em risco.

Adam Clayton, o baixista não sentia a necessidade desse tipo de suporte e não frequentava as reuniões do Shalom, mas apesar de tudo, sempre respeitou a posição dos outros três, mesmo quando sentiu que a tensão entre as crenças e os assuntos da banda poderiam acabar com os U2. No entanto, a sua posição na banda nunca esteve em risco, e para provar isso, Adam foi o padrinho de casamento de Bono em 1982. “Adam salvou a banda mais que uma vez, e essa foi uma delas” disse Barry Devlin, baixista dos Horslips “Na época de October eles queriam acabar e dedicar as suas vidas a Deus, mas Adam conversou com eles e convenceu-os a continuar.”

“Boy”,foi gravado numa época em que os membros da banda, exceto Adam Clayton, faziam parte deste grupo de estudos bíblicos.

A religião quase foi responsável pelo fim do U2.
“Enquanto a banda estava fazendo uma turnê, entre ‘Boy’ e a gravação de ‘October’, segundo álbum do da banda , um membro da comunidade da região norte de Dublin dizia ter recebido uma profecia de que Deus queria que a banda parasse de tocar.”

Encontravam-se divididos entre os ideais Cristãos e o estilo de vida do rock and roll. Enquanto que Larry e Bono escolheram a banda rapidamente, Edge encontrava-se mais dividido. Tinha muitas dúvidas e quase abandonou os U2 no período que antecedeu o álbum War. Mas no fim de contas, acabou por aceitar o conselho de Bono e seguir o seu coração e, depois de um período de procura, também escolheu a banda. O guitarrista apercebeu-se de que não havia nenhum problema entre as suas crenças e a sua música, as pessoas é que colocavam esse problema.

O U2 não parou, e aquele foi um momento decisivo para o grupo. E então eles sentiram na pele que, se seguida a ferro e fogo, a crença religiosa pode ser um grande problema. De certa forma, os integrantes do U2 romperam com uma religião específica em “October”, mas não romperam com a fé que os moviam – e os move até hoje. É nesse álbum que Bono canta “Somente em você eu me completo”, dirigindo-se a Deus.

“War”, terceiro disco da banda, é o mais rebelde dos álbuns do U2. Em 1983, Bono declarou “Eu penso que, no final das contas, o grupo é totalmente rebelde por causa de nossa postura contra aquilo que as pessoas entendem ser rebeldia. Aquela coisa toda de estrelas do rock jogando seus carros dentro da piscina, isso não é rebeldia... Rebeldia começa em casa, em seu coração, em sua recusa de comprometer suas crenças e seus valores...”. É em “War” que está “Sunday Bloody Sunday”, música inspirada em duas datas terríveis para a memória dos irlandeses, e uma das mais famosas músicas do U2.

“Walk On – A jornada espiritual do U2” (W4 Editora, 188 págs.) esclarece essas e outras questões. Escrito por Steve Stockman, ministro presbiteriano na Irlanda, o livro traça um paralelo entre a carreira do U2 e a relação de seus integrantes com religião e política.

Estava claro que as brigas entre católicos e protestantes na Irlanda tinham um outro campo tão fértil quanto a religião: a política. Mais importante do que qualquer partido político no país era o temido IRA, o Exército Republicano Irlandês, que lutava contra o domínio britânico, em uma Irlanda divida entre o Norte (de domínio inglês) e o Sul (também conhecido como Eire) e que não sofria intervenção britânica. Mais do que uma questão eterna, os atentados e mortes sempre foram uma realidade de qualquer irlandês desde seu nascimento.

Por isso quando o grupo começou a compor os primeiros esboços de “Sunday Bloody Sunday” era natural que as mortes causadas pela religião e pela incompreensão de um país fosse um tema a ser abordado.

Especula-se até hoje que a letra de “Sunday Bloody Sunday” sofreu mudanças por pressões do IRA e que o grupo teria até sido ameaçado pelos militantes. A letra começava com o verso “Não me fale dos direitos do IRA”, mas teria sido alterada para “Não posso acreditar nas notícias de hoje”. Bono ressalta que isso nunca foi verdade e explica que a canção nunca foi contra o Exército Republicano Irlandês. “Ela fala de um dia que os irlandeses nunca deve sem esquecer (o massacre em 1972, na cidade de Derry, quando trezes pessoas foram mortas), mas que não deveria mais acontecer. É exatamente isso que quero expressar quando digo ‘até quando deveremos cantar essa canção’. Quando nós a tocamos, sempre faço questão de ressaltar que não é uma canção de rebeldia com o intuito de causar polêmica. Eu gostaria de não cantar mais canções como ela, mas não posso fechar meus olhos perante os problemas.”

Uma das maneiras encontradas pelo grupo de mostrar sua reprovação aos conflitos era hastear uma bandeira branca no palco. “Eu nunca fui uma pessoa ‘territorial’ no sentido que ‘ah, como sou irlandês vou levar a bandeira de minha pátria ao palco’. Nós somos apenas um grupo de irlandeses e pronto! A escolha dela (bandeira branca) é exatamente essa, a de universalizar o nosso ideal, além de pedir uma trégua aos conflitos pelo mundo.”

A Inglaterra é uma das nações constituintes do Reino Unido. Historicamente dominante, ocupa a metade sul da ilha da Grã-Bretanha, à excepção de uma área a oeste, correspondente ao País de Gales. Limita a Norte com a Escócia, a Leste com o mar do Norte, a Sul com o canal da Mancha e a Oeste com o oceano Atlântico, Gales e o mar da Irlanda. Sua capital é Londres. Tem uma área de 130 439 quilômetros quadrados e uma população de 49 milhões de habitantes.

A área que é agora chamada de Inglaterra foi ocupada por povos de várias culturas por cerca de 35 mil anos, mas leva o seu nome dos Anglos, uma das tribos germânicas que ali se instalaram entre o séculos V e VI. A Inglaterra tornou-se um Estado unificado em 927 d.C., e desde a época dos Descobrimentos, que iniciou-se no século XV, teve um significativo impacto cultural e jurídico em todo o mundo. O idioma Inglês, a Igreja Anglicana e o sistema parlamentar têm sido adotados por outras nações. A Revolução Industrial teve origem na Inglaterra no século XVIII, transformando o país no primeiro país industrializado, e a Royal Society lançou as bases da ciência experimental moderna.

O Reino da Inglaterra, que depois de 1284 incluiu Gales, era um Estado soberano até 1 de Maio de 1707, quando os Atos de União puseram em prática as condições estabelecidas no Tratado da União do ano anterior, resultando em uma união política com o Reino da Escócia para criar o Reino Unido da Grã-Bretanha. Em 1800, a Grã-Bretanha uniu-se com a Irlanda através de uma outra lei da União para se tornar o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda. Em 1922 o Estado Livre Irlandês foi estabelecido como um domínio separado; posteriormente, a Irlanda do Norte foi incorporada ao Reino Unido, criando o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte.

O nome Inglaterra é derivado do Inglês antigo "Englaland"(England), que significa "terra dos anglos". Os Anglos foram uma das tribos germânicas que se estabeleceram na Inglaterra durante a Baixa Idade Média. Segundo o Dicionário Oxford, o primeiro uso conhecido de "Inglaterra" para se referir à parte sul da ilha da Grã-Bretanha ocorreu em 897, e sua ortografia moderna foi usada pela primeira vez em 1538.

A primeira Igreja Cristã organizada nas Ilhas Britânicas é a Igreja Celta. O povo Celta já habitava esta região antes mesmo da invasão anglo-saxônica. Esta Igreja, resistindo ao paganismo destes invasores, conseguiu manter uma Igreja Cristã independente, com organização monástica e tribal, sem nenhuma relação com a Igreja de Roma ou qualquer outra, embora mostrasse alguns hábitos e costumes orientais.

No ano de 595 d.C., o Papa Gregório I, também conhecido como Gregório Magno, o Grande, mandou uma comissão de monges, chefiada pelo monge Agostinho, prior do Convento de Santo André, na Cecília, para converter a Inglaterra ao Catolicismo. Agostinho foi o primeiro arcebispo de Cantuária, figura centralizadora da Comunhão Anglicana, e passou a ser conhecido como Agostinho de Cantuária. Boa parte dos costumes celtas cederam à dominante forma romana e latina do cristianismo ocidental.

Em 1534, a Igreja da Inglaterra (Anglicana) se separou em definitivo da Igreja Católica Romana, por iniciativa do rei Henrique VIII, valendo-se da questão com o Papa Clemente VII, relacionada com o pedido de anulação de seu casamento com Catarina de Aragão.

Esta separação, não obstante tenha acontecido por interesses pessoais e políticos, era um velho sonho da Igreja da Inglaterra, que nunca tinha aceito plenamente a dominação Romana. Não se pode, portanto, atribuir a Henrique VIII o título de fundador da Igreja
Anglicana.

O heavy metal é a sua religião? Para os que gostam do estilo musical com fervor, sim. Pelo menos é o que pretende a revista britânica Metal Hammer. A publicação está com uma campanha inusitada: mobilizar fãs a adotarem o heavy metal para que ele seja reconhecido como religião no Reino Unido no próximo censo, que ocorre em 2011.

O editor da Metal Hammer, Alexander Milas, justificou a atitude sustentando o poder desse gênero do rock. "Desde que o Black Sabbath lançou seu primeiro álbum há 40 anos, o heavy metal cresceu a ponto de se tornar uma das instituições culturais mais significativas do Reino Unido, e um fenômeno global", explicou, em entrevista ao site Gigwise.
"Diabos, se o Jedi consegue, por que não os metaleiros?"

Ao citar o Jedi, Milas se refere ao último censo britânico, que foi realizado há nove anos. Em torno de 390 mil pessoas na Inglaterra e no País de Gales e 14 mil na Escócia se declararam como adeptos da religião Jedi, referente aos personagens criados na série de filmes Star Wars. Graças a uma intensa campanha na internet, o fato se concretizou, tornando o "jedaísmo" uma religião oficial e posicionando-o, em termos de popularidade, apenas atrás do cristianismo, islamismo e hinduísmo no Reino Unido.

Biff Byford, vocalista do Saxon, banda setentista de heavy metal, gostou da ideia e se uniu à revista na empreitada, tornando-se uma espécie de garoto-propaganda da campanha. "Fazer o heavy metal ser reconhecido como uma religião é uma forma de se rebelar, não? Isso realmente vai ser uma coisa muito legal", disse.

Um jovem britânico que se declara seguidor da religião Jedi disse que um supermercado do país discriminou sua religião ao pedir que ele deixasse a loja por estar vestindo um capuz.

O britânico Daniel Jones, do País de Gales, diz ter fundado sua própria versão da religião Jedi, inspirada na série de filmes Guerra nas Estrelas. Segundo sua crença, ele teria que se vestir como um cavaleiro Jedi.

Nos filmes, os Jedis são cavaleiros que usam roupas parecidas com as de monges. A indumentária inclui o uso do capuz.

Daniel Jones estava fazendo compras em uma loja da cadeia de supermercados Tesco na cidade de Bangor, no norte do País de Gales, vestido com seu traje inspirado nos Jedis.

No entanto, ele foi alertado que a loja não permite o uso de capuz, alegando questões de segurança. Jones, que se diz fundador da Igreja do "Jedi-ismo", recusou-se a remover seu capuz e foi convidado a se retirar do estabelecimento. Ele comparou o uso de capuz de seus correligionários ao uso da burqa por muçulmanos.

O jovem diz que o Tesco desrespeitou seu direito à crença e insiste que sua fé o obriga a se vestir como um cavaleiro Jedi.

"Nós usamos capuzes em lugares com muitas pessoas quando nos sentimos intimidados, ou quando nos sentimos desconfortáveis. É um ato simbólico da nossa religião, da nossa crença, para mostrar quem somos e no que acreditamos", disse Jones .

'Bem-vindos'

O jovem de 23 anos afirma que sua escolha religiosa merece o mesmo respeito que a de outras pessoas. Ele reclamou que os funcionários da loja foram grosseiros e caçoaram da sua crença.

O supermercado preferiu reagir com humor à reclamação do jovem. Um porta-voz do Tesco disse que os três cavaleiros Jedis mais famosos, Mestre Yoda, Obi-Wan Kenobi e Luke Skywalker, nem sempre usam capuz e que Jedis sem capuz são bem-vindos em suas lojas.

"Se eles caminharem usando seus capuzes, eles perderão muitas das nossas ofertas", disse o porta-voz.

Daniel Jones diz que apesar de sua crença ser baseada nos filmes, a Igreja não segue necessariamente os mesmos princípios e condutas dos cavaleiros fictícios.

"Eles não são reais. Eu sou real e esta é a minha religião, isso é algo completamente separado do filme", disse Jones.

Daniel Jones diz ter criado sua versão da Igreja do "Jedi-ismo" no ano passado, mas no começo desta década muitas pessoas já se declaravam Jedis ou "cavaleiro Jedi" em questionários de censos em países como Grã-Bretanha e Estados Unidos.

O censo de 2001 na Inglaterra e no País de Gales afirma que mais de 390 mil pessoas se declararam da religião Jedi naquele ano.
“Os ensinamentos passados pelo Mestre Yoda nos filmes são seguidos pelos membros da seita”

George Lucas, o criador de “Guerra nas Estrelas”, é tido como um “profeta” pelos seguidores da igreja, que participam de sermões sobre a “Força”, treinamentos com sabres de luz e aulas de meditação.

Segundo o jornal britânico The Guardian, Daniel Jones está considerando a possibilidade de processar a cadeia de supermercados.

Missa Gay em Londres

Os católicos de Londres já podem assistir a uma "missa gay", realizada com o aval do Vaticano.
Paul Brown não ia à igreja desde o funeral de sua mãe, em 2002. Agora ele está de volta ao templo, graças à missa para fieis homossexuais, a única do gênero no país.
"Eu procurei uma missa com uma mensagem positiva sobre coisa que as pessoas devem fazer, e não alguém me dizendo coisas que eu não devo", diz.
Usando uma jaqueta de motoqueiro de couro preto, Brown é um fieis que mudaram a cara da igreja Our Lady of the Assumption and St. Gregory (Nossa Senhora da Assunção e São Gregório), em Soho, na região central de Londres.
Lá, os fieis cantam hinos com toda a força de suas vozes. Muitos têm menos de 30 anos, e alguns têm os cabelos pintados. De uma hora para outra, o catolicismo parece estar na moda nesta área de Londres.

"As pessoas estavam acostumadas a se encontrar na igreja anglicana de St. Anne, que é próxima, e havia o sentimento de que era a hora de encontrar um local católico", diz o monsenhor Seamus O'Boyle, o padre da paróquia.
Por meio de esboços de documentos, cardeais da arquidiocese católica de Westminster e autoridades do Vaticano negociaram para chegar a um acordo sobre algumas regras básicas da missa gay.
O que o Vaticano queria era a garantia de que as missas não se tornariam uma plataforma para se contestar os preceitos católicos.
Assim, um dos "princípios básicos" desses serviços religiosos é: "Informações sobre a missa devem respeitar o fato de que a sua celebração não deve ser usada para promover qualquer mudança ou ambiguidade em relação aos ensinamentos da Igreja".
'Estilo de vida homossexual'
Os integrantes do Conselho Pastoral de Missas de Soho, que organiza os serviços religiosos, não têm problemas em aceitar estas condições. "Este não é um lugar que oferece uma plataforma para se criticar a doutrina da Igreja", diz o presidente do conselho, Joe Stanley.
"A ênfase é no cuidado com os fieis. Às vezes, as pessoas chegam aqui com lágrimas nos olhos, porque, pela primeira vez, duas partes realmente importantes das suas vidas se encontraram: sua fé católica e sua identidade sexual", diz.
"Minha vida sem a missa em Soho seria mais desanimada, solitária e menos alegre", diz a fiel Renate Rothwell.

Mas nem todos estão felizes no seio da família católica. Duas vezes por mês, um pequeno grupo de tradicionalistas se reúnem do outro lado da rua da igreja. Eles rezam com o rosário em suas mãos, cantam hinos e já pediram à arquidiocese de Westminster para acabar com a missa gay.
Eles são apoiados por um ex-editor do jornal Catholic Herald, William Oddie, que acusa líderes da Igreja de defenderem pessoas engajadas no que ele chama de "estilo de vida homossexual".
"A ficção que justifica o apoio da arquidiocese para as missas do Soho é que elas são celebradas em benefício de gays que aceitam os ensinamentos da Igreja e, portanto, se afastam de qualquer forma de atividade sexual", escreveu Oddie em seu blog.

Transformação
No entanto, o arcebispo Nichols diz que continuará a apoiar a missa. "Esta é uma missa paroquial para a qual todos estão convidados, mas ela tem um apelo particular a pessoas de uma mesma orientação sexual, não para distingui-las do resto da congregação, mas para dizer que elas podem se sentir em casa aqui", afirma.
"Eu acho que esta é a coisa certa, porque ela oferece lentamente, e isto é lento, uma chance para aqueles que se sentem sob uma grande pressão de identidade a talvez relaxar um pouco e dizer 'não, antes de tudo eu sou um católico e, como um católico, eu quero ir à missa'", diz o arcebispo.
Em uma resposta dura aos críticos da missa gay, ele diz que "qualquer pessoa que tente julgar as pessoas que se apresentam para a comunhão realmente deve aprender a ficar quieta".

O arcebispo Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, a Igreja Católica britânica passou por uma transformação bastante abrangente.
Seja a imigração do Leste Europeu, a onda crescente do secularismo, a imagem pública de padres e da hierarquia depois dos escândalos de pedofila ou a aceitação de anglicanos casados entre as fileiras do clero: isto é uma comunidade de fieis que faz parte de um grande caldeirão religioso.

Alguns veem isto como uma oportunidade, enquanto outros resistem a mudanças.

O País de Gales é uma das nações que constituem o Reino Unido. Porém, atualmente, o País de Gales possui um parlamento autônomo em relação à coroa britânica. A capital é Cardiff.

Os galeses descendem dos celtas, dos iberos, dos romanos, dos anglo-saxões, dos vikings e dos normandos. Apesar de o inglês ser o idioma oficial, parte da população também fala o galês. O aprendizado dessa língua tem sido estimulado desde a aprovação da Lei da Língua Galesa, em 1993.

Os romanos construíram fortes em Gales, e deixaram lá marcas históricas e culturais. Em Caerleon, construíram uma bela fortaleza, que é local do anfiteatro que é considerado o mais bem mantido e conservado da Grã-Bretanha. O país nunca foi invadido pelos anglo-saxões, devido a seu povo, que tinha enorme desejo de proteger suas terras, e devido ao terreno montanhoso, que impedia a passagem. O País de Gales permaneceu céltico e o seu povo continuou a falar a língua galesa mesmo depois de os elementos célticos das vizinhas Inglaterra e Escócia terem desaparecido gradualmente.
O nome Wales é prova disso, uma vez que provém de uma palavra de raiz germânica que significa estrangeiro e está, assim, relacionada com os nomes de várias outras regiões européias onde os povos germânicos tomaram contacto com culturas não-germânicas.

Durante o séc. XIV, os galeses revoltaram-se muitas vezes contra o domínio inglês. Em 1402, um líder rebelde, Owen Glendower, expulsou os ingleses de grande parte do País de Gales. Mas, por volta de 1410, os ingleses recuperaram o poder.

União com a Inglaterra. Em 1485, Henrique Tudor, um príncipe galês, tornou-se o rei Henrique VII da Inglaterra. O povo galês começou, então, a aceitar gradualmente a idéia de unir-se à Inglaterra. Em 1536, o filho de Henrique VII, Henrique VIII, pôde juntar os dois países sob um governo. Os condados galeses e algumas cidades galesas obtiveram representação no Parlamento inglês. A língua inglesa tornou-se oficial no País de Gales, e a Igreja Anglicana foi oficializada no país. Dessa maneira, depois de 1536, a história do País de Gales tornou-se parte da história da Inglaterra e, mais tarde, da Grã-Bretanha

Na década de 1920, a Igreja de Gales separou-se da Igreja da Inglaterra e tornou-se ‘desestabelecida’. A Igreja no País de Gales permanece na Comunidade Anglicana. O Metodismo e outras igrejas independentes são tradicionalmente fortes no País de Gales.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Anglicanos Irlandeses querem ingressar na Igreja Católica

Três paróquias da chamada "Igreja da Irlanda", o ramo irlandês da Igreja Anglicana, solicitaram ser acolhidos no seio da Igreja Católica, junto com outros anglicanos do mundo, informou o semanário católico "The Irish Catholic".

As paróquias anglicanas localizadas nos condados irlandeses de Down, Tyrone e Laois pertencem ao chamado "rito tradicional" da Igreja da Irlanda (Igreja Anglicana Tradicional). Segundo a nota, também anglicanos de outros 12 países assinaram uma carta endereçada ao Vaticano, solicitando "plena união corporativa e sacramental" com a Igreja Católica, sob a autoridade do papa.

Segundo o jornal, embora a decisão afete
"algumas centenas de anglicanos na Irlanda, se o pedido for aceito pelo Vaticano, 400 mil anglicanos no mundo poderiam ser admitidos na Igreja Católica".

Um porta-voz do grupo confirmou ao "The Irish Catholic" que seus componentes esperam ser recebidos "em plena comunhão com a Sé de Roma", depois da decisão tomada durante a reunião plenária da Comunhão Anglicana tradicional.

Num comunicado da Comunhão Anglicana, se afirma que
"os bispos e vigários-gerais estão, unanimemente, de acordo com o texto da carta enviada à Sé de Roma, solicitando a plena unidade".

"A carta foi assinada por todo o colégio de Bispos e confiada ao primaz e a dois Bispos escolhidos pelo colégio, para ser apresentada à Santa Sé", acrescenta o comunicado. O porta-voz do grupo antecipou que "a carta foi cordialmente recebida pela Congregação para a Doutrina da Fé", e revelou que o primaz da Igreja Anglicana Tradicional, da Irlanda, dispôs que nenhum bispo conceda entrevistas sobre a questão, enquanto não houver um pronunciamento da Santa Sé a propósito.
A Igreja da Irlanda é uma divisão autônoma da Comunhão anglicana, a qual opera de modo inconsúltil através da fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte. Como outras igrejas anglicanas, ela considera-se tanto católica quanto reformada.

Quando a Igreja da Inglaterra rompeu com o papa e a comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana, a Igreja da Irlanda procedeu da mesma forma, aderindo às novas regras, tornando-se a igreja estatal e mantendo a posse das propriedades da Igreja Católica Romana, apesar da mudança da doutr
ina. Todavia, a maioria da população permaneceu fiel à Igreja de Roma, e assim continua a ser até a presente data.

Todavia, apesar de sua inferioridade numérica, a Igreja da Irlanda permaneceu como igreja oficial do estado até perder esse status em 1 de janeiro de 1871.

Hoje em dia, a Igreja da Irlanda é, depois da Igreja Católica Romana, a segunda maior igreja em toda a Irlanda. É a maior igreja protestante na República da Irlanda, e a segunda maior da Irlanda do Norte (atrás apenas da Igreja Presbiteriana da Irlanda).

Ela é governada por um Sínodo Geral de clérigos e leigos e organizada em doze dioceses e liderada pelo Arcebispo de Armagh,"Primaz de Toda Irlanda", cargo ocupado no presente por Alan Harper; o outro arcebispo da igreja é o Arcebispo de Dublin, John Neill.


domingo, 26 de setembro de 2010

Irish Republican Army

O Exército Republicano Irlandês, mais conhecido como IRA é um grupo paramilitar católico e reintegralista, que pretende a separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexação à República da Irlanda. Outrora recorreu a métodos terroristas, principalmente ataques com bombas, emboscadas com armas de fogo, e tinha como alvos tradicionais protestantes, políticos unionistas e representantes do governo britânico. O IRA tem ligações com outros grupos nacionalistas irlandeses e um braço político: o partido nacionalista Sinn Fein ("Nós Próprios"). Ao longo de mais de duas décadas de luta armada, ocorreram mais de 3500 mortes.

A principal razão pela qual o IRA lutava era a igualdade religiosa, visto que 75% da população norte-irlandesa era protestante e o pouco que restava, católica, o que fazia com que houvesse desigualdade e preconceito entre as religiões. Como os protestantes eram maioria, decidiam candidaturas políticas e plebiscitos, entre outros, impedindo que a vontade católica se manifestasse.

Em 28 de Julho de 2005, o IRA anuncia o fim da "luta armada" e a entrega de armas. O processo de entrega de armas terminou em 26 de Setembro de 2005. Todo o processo de desmantelação do armamento foi orientado pelo chefe da Comissão Internacional de Desarmamento, o general canadense John de Chastelain.
Real Irish Republican Army

O Real IRA é um grupo dissidente do IRA que se opõe ao processo de paz na Irlanda do Norte e à estratégia democrática do braço político do Exército Republicano Irlandês, o Sinn Féin, de Gerry Adams.

Os dissidentes se opõem ao governo formado na Irlanda do Norte em 2007, que uniu os antigos rivais: os nacionalistas, católicos que defendem a incorporação da Irlanda do Norte à vizinha República da Irlanda e os protestantes unionistas (que defendem a União, ou o Reino Unido) e acreditam que a área deveria continuar integrando a Grã-Bretanha.


Líder anglicano diz que Igreja Católica perdeu 'toda credibilidade' na Irlanda

Líder espiritual da Igreja Anglicana, o arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, disse em entrevista que a Igreja Católica na Irlanda perdeu toda a credibilidade devido às denúncias contra padres que abusaram sexualmente de crianças. A sincera e rara crítica de Williams à Igreja Católica.

"...uma instituição tão ligada à vida de uma sociedade, de repente perdendo toda a sua credibilidade, isso não é um problema só para a Igreja, é um problema para todos na Irlanda".

As duas igrejas têm mantido relações tensas desde que o Papa Bento XVI facilitou, no ano passado, a conversão ao Catolicismo de anglicanos que consideram que a sua religião se tornou liberal demais. Williams disse que os escândalos haviam causado um "trauma corporativo colossal" para a Igreja Católica, especialmente na Irlanda.

Williams disse que, diante da opção entre se proteger ou revelar segredos potencialmente danosos, instituições cristãs decidiram ficar quietas para preservar sua credibilidade.

" Nós aprendemos que isso é danoso, é errado, é desonesto e exige este difícil reconhecimento, o qual deveria ser natural para a igreja cristã baseada, como está, em arrependimento e honestidade", afirmou.

Em resposta ao líder anglicano, o arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, disse estar chocado com as declarações de Williams.

"Aqueles que trabalham para a renovação da Igreja Católica na Irlanda não precisavam desse comentário..."

"Preciso dizer que, em todos os meus anos como arcebispo de Dublin, raras vezes me senti pessoalmente tão desencorajado num momento difícil como quando tomei conhecimento dos comentários do arcebispo Williams", disse ele.

"Obviamente, a igreja perdeu credibilidade", reconheceu. "
Mas é muito prejudicial para aqueles que estão tentando recuperar essa credibilidade ser obliterado por um comentário como esse."

A decisão de Williams de opinar sobre a crise na Igreja Católica foi o mais recente atrito na relação tensa entre liderança anglicana e Vaticano, que também teve cunho pessoal.

Tanto Williams quanto o papa disseram que dão importância especial aos esforços de superar o cisma histórico entre as duas igrejas, que tem sua origem no século XVI, quando o rei Henrique VIII e o papa discordaram sobre a determinação de Henrique de anular seu casamento com Catarina de Aragão.

Mas os eventos dos últimos meses, sem relação com os escândalos de abuso infantil, levaram a um brutal afrouxamento desses laços.

O primeiro divisor de águas veio em outubro, quando o papa, interferindo numa crise sobre direitos de gays e mulheres na Comunhão Anglicana, anunciou que uma seção especial da Igreja Católica seria criada para permitir que antigos anglicanos se convertam ao catolicismo, mantendo parte de suas tradições e cerimônias, com a liderança de antigos bispos anglicanos, alguns dos quais casados.

Williams disse na época que se surpreendeu com a iniciativa, que, segundo ele, soube apenas duas semanas antes do anúncio do Vaticano. Reportagens em jornais britânicos afirmam que ele telefonou para o chefe da Igreja Católica na Inglaterra e Gales, arcebispo Vincent Nichols, no meio da noite para protestar.

Defendendo a medida, Bento XVI disse que criava o novo espaço de convertidos em resposta a declarações de anglicanos tradicionalistas. Muitos deles manifestaram que não estavam dispostos a continuar numa igreja que sancionava a ordenação de mulheres como bispos e quase provocaram um cisma sobre a decisão da Igreja Episcopal dos Estados Unidos de ordenar bispos gays e lésbicas.

Williams tem trabalhado implacavelmente para manter unida a Comunhão Anglicana, rogando, até agora sem sucesso, aos líderes episcopais que suspendam a ordenação de padres gays e lésbicas e pedindo a bispos anglicanos tradicionalistas, particularmente na África, Ásia e América Latina, que sejam pacientes enquanto o assunto é resolvido.

Pouco antes do anúncio do papa em outubro, Williams foi a Roma para um breve encontro com o papa, descrito como "cordial" e renovador da vontade conjunta de estabelecer laços mais próximos.

Mas autoridades anglicanas dizem privadamente que Williams acredita que a iniciativa do papa atrapalhou seus esforços de impedir um rompimento na Comunhão Anglicana, considerando a medida oportunista e destinada a se aproveitar dos infortúnios anglicanos.


O líder da Igreja Católica da Irlanda, cardeal Sean Brady, pediu desculpas por seu envolvimento em eventos ocorridos 35 anos atrás e que beneficiaram um padre acusado de abusar de crianças.

"Quero dizer a todos que tenham sido feridos por qualquer falha de minha parte que peço perdão a vocês, do fundo do meu coração", disse o cardeal.

No ano passado, a Igreja da Irlanda admitiu acobertar casos de abuso sexual de crianças por décadas.
Em 1975, Brady participou de reuniões nas quais crianças assinaram votos de silêncio em relação a acusações contra o padre Brendan Smyth, um dos sacerdotes pedófilos mais conhecidos da Irlanda.
Justificou a ausência de denúncias em relação a esses abusos com a cultura do "silêncio" e do "segredo" que reinava na época.

Duas investigações feitas por ordem do governo irlandês revelaram a ocorrência de muitos casos de abuso em várias instituições assistenciais para crianças administradas pela Igreja Católica no país, e como padres acusados de abuso eram simplesmente transferidos por bispos para outras paróquias.
Os investigadores descobriram que autoridades eclesiásticas compilaram informações confidenciais sobre mais de cem padres acusados de abuso sexual, mas mantiveram estes documentos em segredo.

A Igreja Católica da Irlanda divulgou mais detalhes sobre como Brady pediu a dois meninos vítimas de abuso, de dez e 14 anos, para assinar os acordos.
A Igreja informou que o pedido foi feito para "evitar que outros casos fossem revelados" no levantamento de provas para um inquérito interno.

A declaração da igreja não explicou a razão de o cardeal Brady ou seus superiores na época não terem dividido suas informações com a polícia. O padre Brendan Smyth continuou a abusar de crianças nos anos seguintes.
"A preocupação do arcebispado de Dublin na gestão dos casos de abusos sexuais com crianças, pelo menos até metade dos anos 1990, foi de guardar segredo, evitar o escândalo, proteger a reputação da Igreja e de preservar seus bens", continuou o documento. "A comissão não tem dúvidas de que os abusos a crianças pelo clero foram dissimulados pelo arcebispado de Dublin e as outras autoridades eclesiásticas durante o essencial do período", destacou o relatório.

"As autoridades do Estado facilitaram esta dissimulação, ao não assumirem suas responsabilidades" e "o bem-estar das crianças, que deveria ter sido a prioridade, não era nem um fator levado em consideração no início", acusou o relatório.

A comissão divulgou ainda "o caso de um padre que admitiu ter abusado sexualmente de mais de 100 crianças" e de um outro que "reconheceu ter cometido abusos, em média, uma vez a cada quinze dias durante seu ministério que durou mais de 25 anos". Em entrevista à imprensa, o ministro irlandês da Justiça, Dermot Ahern, manifestou seu sentimento de "repugnância e de cólera" ao ler este informe.

Ahern disse que o relatório é um "catálogo de atos maléficos cometidos em nome do que era considerado como o bem geral". Ele destacou a
"ironia cruel de uma igreja que, motivada em parte pelo desejo de evitar o escândalo, criou um outro, de dimensão incrível".

O escândalo de abuso sexual na Irlanda não é o único a abalar a Igreja Católica recentemente.

De acordo com expecialistas em Roma, uma autoridade do Vaticano afirmou que ocorreram 3 mil casos de comportamento sexual inapropriado de padres católicos na última década, a maioria nos Estados Unidos.
Destes 3 mil casos, 300 são relativos a pedofilia.

Os casos de pedofilia atingiram ainda a Holanda, onde a Igreja Católica recebeu 1.100 denúncias de pessoas que afirmam ter sofrido abusos sexuais por parte de membros do clero entre os anos 50, 60 e 70.

Na Alemanha, as denúncias de pedofilia chegam a 120 e teriam ocorrido entre as décadas de 1970 e 1980 em escolas jesuítas locais. O caso envolveu até mesmo o sacerdote Georg Ratzinger, irmão do papa, que liderava os rapazes do coro da catedral de Regensburg. O sacerdote negou saber dos casos de abusos e foi inocentado pelo Vaticano.

Na semana passada, na Áustria, a imprensa local noticiou casos de abusos cometidos em dois institutos religiosos nas décadas de 1970 e 1980.

Na Espanha, o Vaticano disse saber de 14 casos de abuso sexual de crianças, que teriam ocorrido de janeiro de 2001 até março de 2010, na Igreja Católica da Espanha.

O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin foi direto em seus pedidos de total prestação de contas na igreja a respeito do abuso infantil e foi designado para a Sé de Dublin com um mandato de reconstruí-la após as revelações sobre abusos disseminados na arquidiocese.

Conversando com repórteres após celebrar uma missa em Dublin ele disse que "líderes religiosos" deveriam ser mais cuidadosos em seus comentários sobre o escândalo dos abusos.

"A Igreja Católica na Irlanda, tal como a conhecemos, foi seriamente afetada e provavelmente afetada demais para conseguir se arrumar", escreveu recentemente, "Está afundando, afundando rápido", Patsy McGarry, correspondente religioso do irlândes “Irish Times”.

A carta dirigida ao povo irlandês é o primeiro documento da história da Igreja dedicado exclusivamente à pedofilia.
O papa Bento XVI, em carta aos católicos da Irlanda, pediu perdão às vítimas dos abusos cometidos por padres pedófilos no país,"...estou profundamente consternado com as notícias de abusos contra crianças e jovens indefesos cometidos por membros da Igreja, especialmente sacerdotes...desses atos pecaminosos e criminosos e da forma como estes foram enfrentados pelas autoridades da Igreja na Irlanda".
"Vocês sofreram dolorosamente e peço perdão. Sei que nada pode apagar o mal que suportaram. A confiança de vocês foi traída e vossa dignidade, violada", escreveu às vítimas.
"...diante do ocorrido, é compreensível que seja difícil perdoar ou se reconciliar com a Igreja"...

"Em seu nome, expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos nós sentimos. Sei que, para alguns de vocês, chega a ser difícil entrar em uma igreja após o que aconteceu. Peço-lhes que não percam a esperança"
As frases mais duras da carta foram direcionadas aos padres pedófilos.
"Vocês traíram a confiança depositada por jovens inocentes e seus pais. Por causa disso, terão de responder perante Deus e perante os tribunais devidamente constituídos. Vocês perderam a estima do povo irlandês e lançaram vergonha e desonra sobre vossos semelhantes", afirmou.
"...além do imenso dano às vítimas, houve um enorme dano à Igreja e à percepção pública do sacerdócio e da vida religiosa".

A Igreja Católica irlandesa agradeceu "profundamente" ao Papa Bento XVI pela sua carta sobre os abusos sexuais cometidos por sacerdotes contra menores neste país, enquanto as vítimas se declararam decepcionadas com seu conteúdo.
Segundo Maeve Lewis, diretora-executiva da "One in Four", a carta não pede a demissão da maior autoridade da Igreja irlandesa, o cardeal Sean Brady, tal como pedem todas as vítimas.
Para os grupos de afetados, a mensagem "não discute as preocupações das vítimas" e o Papa evita assumir a responsabilidade do Vaticano pelos abusos sexuais de menores, ao dirigir suas críticas principalmente aos padres.

Andrew Baden, a primeira pessoa que levou a Igreja da Irlanda aos tribunais em 1995, afirmou que o comunicado "não aborda o assunto com total seriedade".
"O contexto é inapropriado, já que, por definição, uma carta pastoral está dirigida somente aos católicos praticantes e, portanto, omite muitas pessoas que foram afetadas pela questão".
"Como havíamos previsto, a carta não aborda nenhum dos assuntos que apresentamos em nossa carta aberta ao Papa no último mês", acrescentou.
No texto, as vítimas pediam, além do pedido de desculpas, uma admissão de culpa do Vaticano por seus próprios fracassos e a demissão de vários religiosos irlandeses, inclusive a de Brady.

Northern Ireland é uma nação constituinte do Reino Unido, a única não-situada na Grã-Bretanha,localiza-se, no norte da Ilha da Irlanda, dividida com a República da Irlanda.

Hoje, a Irlanda do Norte passa por uma variedade grande de rivalidades entre comunidades, representadas em Belfast pela bandeira tricolor do republicanismo irlandês ou a bandeira da Grã Bretanha, o símbolo da sua identidade britânica.

Unionistas praticaram uma política discriminatória contra a minoria nacionalista/católica, ." Dividindo as vilas e cidades da fronteira em distritos eleitorais de modo a dar aos protestantes a maioria num grande número desses distritos e concentrando a maioria dos oponentes no menor número de distritos possível, as eleições regionais foram fraudadas para assegurar o controle protestante dos conselhos locais. Acordos eleitorais que deram poder de voto a companhias comerciais e a quantidade mínima de fiscalização contribuíram para o mesmo fim.

Na década de 1960, o primeiro-ministro, unionista-moderado Terence O'Neill tentou reformar o sistema, mas encontrou oposição extrema fundamentalista de líderes protestantes como o Reverendo Ian Paisley

O aumento da pressão pela reforma e de unionistas extremos levaram a conflitos entre comunidades cada vez maiores. O Exército Britânico, originalmente mandado a Irlanda do Norte para proteger nacionalistas de ataques, receberam boas-vindas acaloradas. Porém, o assassinato de treze civis desarmados em Derry por paramilitares britânicos, conhecido como o Domingo Sangrento (Bloody Sunday), inflamaram a situação e revoltou os nacionalistas nortistas contra o Exército Inglês. O surgimento do IRA, uma dissidência do fortemente marxista Official IRA, e uma campanha de violência dos unionistas como a Associação de Defesa do Ulster e outros, levaram a Irlanda do Norte à beira de uma guerra civil. Nos anos 70 e 80, extremistas de ambos os lados cometeram diversos assassinatos em massa, geralmente, envolvendo civis inocentes, tentando trazer uma mudança política através de armamento de guerrilha.

Através dos Anos 90, o fracasso da campanha do IRA para atrair apoio na sociedade ou atingir seus objetivos para a retirada britânica, em particular o desastre de relações públicas em Enniskillen, quando famílias atendendo às cerimônias do Dia da Lembrança, bem como o da substituição da tradicional liderança republicana por Gerry Adams, testemunharam
um movimento de abandono do conflito armado para favorecer o engajamento político. A essas mudanças seguiu-se o aparecimento de novos líderes em Dublin.
ORIGENS DO CONFLITO
As suas raízes estão no século XII, quando começou a conquista inglesa do território irlandês e a partir de então podemos perceber que o problema não é religioso, pois nesse período não havia "protestantes". O que estava em jogo era o aumento do poder real, no contexto da crise feudal e do início do processo de formação da Monarquia Nacional. Para Henrique II, a conquista de territórios significava o aumento de seu poder, uma vez que, a nobreza irlandesa tornava-se vassala do rei e consequentemente passava a lhe dever benefícios, tanto em gêneros, como em tributos ou inclusive em homens para a formação de exércitos. Desde 1175 o rei impôs seu poder através da Tratado de Windsor, a partir do qual passaram a valer as leis inglesas para a Irlanda.

A Dinastia Tudor, que centralizou o poder e, com Henrique VIII consolidou o absolutismo no país. O governo absolutista na Inglaterra teve como um de seus mais importantes alicerces a Igreja Anglicana, criada pelo próprio rei no contexto da Reforma Protestante, reconhecida pelo Parlamento como Igreja Oficial do Estado através do Ato de Supremacia (1534) Durante a Idade Moderna as igrejas européias, não só a Anglicana, foram utilizadas como instrumentos de poder, e não só na Inglaterra. A característica marcante do ponto de vista religioso foi a intolerância, praticada por reis e clérigos: Assim como os protestantes eram perseguidos nos países católicos, esses eram perseguidos nos países protestantes, como na Inglaterra a partir de Henrique VIII; foi assim que o conflito com a Irlanda passou a ter feições religiosas.
A imposição do poder absoluto inglês foi acompanhado da imposição da nova religião. Dessa maneira, a manutenção do catolicismo por parte dos irlandeses tornou-se uma forma de contestar o domínio inglês, além de preservar sua própria cultura.A contestação ao domínio inglês representava a luta contra o poder político e religiosos já que os dois estavam concentrados nas mãos do rei, principalmente durante o reinado de Elizabeth I, que impôs os Estatutos de Supremacia e Uniformidade, reafirmando a supremacia da Igreja e das leis inglesas sobre a Irlanda.
O SÉCULO XVII
Durante o reinado de Jaime I (1603-25), consolidou-se o controle das terras pelos ingleses, em especial na região do Ulster, onde foi instituído um sistema de colonização baseado na pequena propriedade, discriminando-se os irlandeses.A situação de exploração e miséria, e de imposições político-religiosas determinou o início de uma grande rebelião em 1641, violentamente reprimida pelas tropas de Oliver Cromwell, líder da Revolução Puritana, fanático calvinista que havia deposto o rei e proclamado a República na Inglaterra, que derrotou completamente a rebelião em 1652, quando então, a maior parte das terras passaram para a mão dos ingleses.Até o final do século os irlandeses rebelaram-se outras vezes e foram reprimidos, consolidando-se o poder inglês. Após a derrota de Jaime II em 1690os irlandeses viveram um período de miséria e de perseguições, respinsável pelo desenvolvimento de um maior sentimento nacionalista e católico, uma vez que a repressão inglesa passou a estar associada à religião "protestante".
A INDEPENDÊNCIA
A repressão inglesa e o sentimento nacionalista foram responsáveis pela eclosão de uma Revolução em 1798, dirigida por uma sociedade secreta denominada Irlandeses Unidos.Em 1829, um movimento nacionalista e popular conquistou alguns direitos políticos e civis para os católicos, que poderiam ocupar a maior parte dos cargos públicos, apesar da manutenção do voto censitário.
Scotland

Há indícios da presença humana na Escócia desde o Mesolítico (provavelmente 5000 a.C.). Os obanianos, que habitaram o local por volta de 3000 a.C., já possuíam embarcações e utilizavam arpões com pontas de osso. Os vestígios encontrados dos povos agricultores e criadores do Neolítico indicam que penetraram de Yorkshire para o estuário do Moray. As espadas e pontas de lanças que, com os machados de bronze, marcam o início da Idade do Bronze na Escócia (900 a.C.) indicam a ocorrência de guerras. A Idade do Ferro, que começou após 500 a.C., assinala o início do tribalismo céltico que foi encontrado pelos invasores romanos.

O casamento entre membros das dinastias inglesa e escocesa estreitou os laços entre os dois reinos. Muitas instituições escocesas foram criadas segundo o modelo inglês e várias famílias normandas da Inglaterra estabeleceram-se a partir de então na Escócia. Por volta de 1266 a dinastia Canmore exercia o controle de toda a Escócia; mas, na parte central das Terras Altas e nas áreas cedidas pelos nórdicos, esse controle era ainda apenas nominal.
O contacto com a Inglaterra e com o continente propiciou o desenvolvimento do comércio e a formação dos burgos.


A morte de Alexandre III em 1286 tornou imediato o problema pendente há dois séculos sobre as relações entre a coroa escocesa e a inglesa. Eduardo I invadiu a Escócia em 1296, encontrando severa resistência.

A resistência escocesa, liderada por William Wallace e Andrew de Moray e, mais tarde, por Robert Bruce, fez com que este fosse coroado rei da Escócia em março de 1306 e saísse vitorioso na batalha de Bannockburn, contra os ingleses, em 1314. Uma Segunda Guerra de Independência Escocesa eclodiu no período 1332-1357, quando Edward Balliol tentou tomar o poder com o apoio do monarca inglês.

A história da Escócia encontra-se a partir do século XVI sob o signo da Reforma Protestante. A face da Escócia irá mudar completamente pela mão de Calvinistas como John Knox. Apesar das perseguições que lhe foram movidas, John Knox é a figura carismática que está na base da Kirk, a igreja presbiteriana escocesa. Na linha do Calvinismo, a igreja presbiteriana pretende erradicar a influência da igreja católica na Escócia. Recusa a veneração de santos, relíquias e de figuras ornamentais.

Acabou com determinadas formas de divertimento colectivo tais como o carnaval ou as celebrações de Maio. É imposta uma estricta proibição do trabalho ao domingo, quase tão rigorosa como a dos judeus ortodoxos no Shabbat - pessoas podiam ser presas por depenar uma galinha ao domingo. Os jogos de cartas foram banidos. A igreja presbiteriana escocesa professa o comportamento purista (ou puritano) de todos segundo a moral cristã e seus valores. Fornicação é punida severamente, mesmo com o exílio. Adultério é punido com a morte.

O paradoxo da história da Escócia é que este fundamentalismo religioso dos séculos XVI e XVII, que instauraram aquilo que foi quase uma teocracia, é também o fundamento para o desenvolvimento do iluminismo escocês, a tolerância religiosa, o capitalismo, numa palavra, a modernidade.

Este paradoxo fica bem patente nos acontecimentos do ano de 1696, que se pode dizer que foi um ano de transição entre o predomínio do fundamentalismo religioso para o sistema de social que consideramos hoje moderno.

Em 1707, após ameaças inglesas de interromper o comércio e a livre circulação na fronteira comum, os Parlamentos da Escócia e da Inglaterra promulgaram os Atos de União que criaram o Reino Unido da Grã-Bretanha.
República da Irlanda

O moderno estado soberano ocupa cerca de cinco sextos da ilha da Irlanda, que foi reparticionada pela primeira vez em 3 de Maio de 1921.

Em 29 de Dezembro de 1937, a Irlanda tornou-se no Estado-sucessor do Estado Livre Irlandês, estabelecido em 6 de Dezembro de 1922.
A Irlanda foi um dos países mais pobres da Europa Ocidental e teve alta taxa de emigração. A econômia protecionista começou nos anos de 1950 e a Irlanda aderiu à Comunidade Europeia em 1973. Uma crise econômica levou a Irlanda a iniciar, em grande escala, as reformas econômicas no final dos anos de 1980. A Irlanda reduziu drasticamente a tributação e a regulamentação, em comparação com outros países da UE.

A Irlanda também tem uma alta classificação no seu sistema de ensino, na liberdade política e direitos civis, na liberdade de imprensa e na liberdade económica,sendo um dos poucos países "sustentáveis" em todo o mundo.

As línguas oficiais são o irlandês, a língua celta nativa, e o inglês, que constitucionalmente é descrito como uma língua oficial secundária. Aprender irlandês é obrigatório no ensino do país, mas o inglês é amplamente prevalente. A sinalética é geralmente bilíngue, que também existe na mídia nacional irlandesa. As pessoas pertencentes a comunidades de língua predominantemente irlandesa existem principalmente na costa ocidental da ilha.

Religião

Na República da Irlanda, 86,8% da população é Católica, religião introduzida por São Patrício, mas tem havido um enorme declínio na participação em serviços religiosos.
A imagem da Igreja também foi danificada na década de 1990 por causa de uma série de escândalos sexuais e encobrimentos dentro da própria hierarquia. Em 1995, na sequência de um embargo de cerca de 60 anos, os eleitores escolheram voltar a legalizar o divórcio na República. Mesmo assim, o número de praticantes é superior à média europeia. A religião católica na Irlanda é também um símbolo de identificação nacional.

A segunda igreja cristã com maior número de praticantes, é a Igreja da Irlanda, que, depois de experimentar uma queda durante a maior parte do século XX, tem vindo a crescer o seu número de participantes, de acordo com o censo de 2002, como já tem acontecido com outras religiões cristãs e islâmicas. Comunidades judaica viviam na Irlanda, durante a Idade Média, e uma comunidade de sefarditas fixou-se em Dublin, em 1660.

Guerra Anglo-Irlandesa

Foi uma campanha de guerrilha montada contra o governo Britânico na Irlanda pelo Exército Republicano Irlandês após a proclamação de independência pelos separatistas do Sinn Féin, o parlamento Irlandês criado em 1918 pela maioria dos deputados irlandeses eleitos ao Parlamento Britânico. Ele durou de Janeiro de 1919 até a trégua em Julho de 1921.

O exercito da República de Irlanda que lutou neste conflito é freqüentemente descrito como o Velho IRA para distingui-lo da ultima organização que usou o mesmo nome.

Os nacionalistas irlandeses exigiam alguma forma de governo autônomo, da Grã-Bretanha

O Levante da Páscoa de 1916, em que os republicanos Irlandeses lançaram uma insurreição visando terminar com o domínio britânico e fundar a República Irlandesa, como o começo da guerra da independência.

O levante foi derrotado em uma semana, mas a resposta britânica, executando os líderes e prendendo milhares de ativistas nacionalistas, deu a sustentação necessária ao partido separatista Sinn Féin. Em seguida, ocorreu a tentativa britânica de introduzir o alistamento obrigatório na Irlanda em 1918, ignorando a oposição da opinião pública Irlandesa. Estes dois fatores, combinados com a postergação do autogoverno autônomo, levou o eleitorado irlandês a dar ao Sinn Fein, 70% dos assentos na eleição geral Irlandesa de 1918.

Os Voluntarios Irlandeses, um grupo paramilitar de republicanos irlandeses puristas formado em 1913, com a intenção de assegurar o governo autonomo, foram reconstituidos em 1919 como o ** 'Exercito Republicano Irlandes' ou IRA, para empreender a guerra contra o governo Britinico

Os voluntários começaram a atacar as propriedades do governo britânico, realizar invasões para conseguir armas e fundos e alvejar e matar membros proeminentes da administração britânica, usando as táticas de guerrilha,com invasões violentas e rápidas sem uniforme.
Embora alguns líderes republicanos defendessem a guerra convencional clássica de forma a legitimar a nova república, a maioria da liderança do IRA se opuseram a estas táticas que tinham conduzido a derrota militar de 1916. Outros preferiram uma campanha de desobediência civil mais que o confronto armado. A violência usada no início era profundamente impopular para a maior parte da população Irlandesa, mas a maioria foi convencida quando confrontados com a pesada resposta britânica.

Muito da campanha nacionalista envolveu o mobilização popular e a criação de um “estado republicano dentro do estado” em oposição ao governo britânico. O alvo principal do IRA durante todo o conflito foi a força policial católica Irlandesa, que havia se tornado os olhos e as orelhas do governo britânico na Irlanda.
Isto se provou ser bem sucedido em demoralizar a força enquanto a guerra durasse, como o povo virando seus rostos para uma força progressivamente mais comprometida com a repressão do governo. A taxa de desistência aumentou, e o recrutamento caiu dramaticamente foi a eficácia do boicote público à polícia.

Outros aspectos da participação maciça no conflito incluiram as greves dos trabalhadores organizados em oposição à presença britânica na Irlanda, em abril 1919, uma greve geral foi declarada pelas organizações dos comerciantes e dos trabalhadores, no começo de 1920, os estivadores de Dublin se recusaram a mover qualquer material de guerra, os ferroviários irlandeses se recusarem a carregar tropas britânicas.

Havia também as organizações de sustentação, o grupo das mulheres do IRA e o movimento da juventude, que se encarregaram das armas e do setor de inteligência para os soldados e preparavam o alimento e os alojamentos para eles. O IRA beneficiou-se da ajuda difundida a eles pela população Irlandesa em geral, que recusavam geralmente passar informações aos militares britânicos e fornecendo frequentemente “casas seguras” e provisões às unidades do IRA “em funcionamento”. Muito da sua popularidade era devido à reação exces
siva das forças da coroa às atividades do IRA.

Assim, na metade de 1920, a república Irilandesa era uma realidade nas vidas de muitos povos, reforçando sua própria lei, mantendo suas próprias forças armadas e coletando seus próprios impostos.

O Tratado Anglo-Irlandês Estabelecido em 1921, instituiu o Estado Livre Irlandês e separou a Irlanda do Norte do Reino Irlandês.
** Velho IRA para distingui-lo da ultima organização que usou o mesmo nome.

Old Firm como é chamado o clássico escocês, aborda muito mais que futebol: A rivalidade mais antiga do futebol é influenciada, e muito, por política, religião, economia e violência.

O confronto tem uma história sem igual, talhada por uma longa inimizade mútua que ultrapassa em muito o âmbito esportivo, as rixas e os tumultos que irrompem em Glasgow quando os dois clãs partem para a batalha.

No século XIX, durante 15 anos, os Rangers, fundados em 1873, disseminaram o protestantismo, na maior parte Anglicano, pelo país, sem maiores forças contra sua evangelização. Contudo, incomodados, os católicos viram como forma de frear o avanço, a criação de um clube de futebol.
O Rangers era o clube da elite e da maioria protestante da Escócia e, até 1989, manteve a política segregacionista de não contratar jogadores católicos.

O Celtic foi fundado em novembro de 1887 por um padre católico irlandês com o único objetivo de financiar uma instituição de caridade dedicada a amenizar a pobreza da grande comunidade irlandesa de Glasgow. No entanto, também se esperava que o clube se transformasse em um símbolo de orgulho que congregasse os imigrantes oprimidos.

"Um encontro amistoso", ironicamente, foi assim que a imprensa escocesa descreveu o primeiro clássico de Glasgow. O Rangers aceitou o convite para enfrentar o Celtic na partida inaugural do clube alviverde, no dia 28 de maio de 1888. Evidentemente, a relação pode ter sido cordial no começo, mas as filosofias respectivas de cada clube tornaram o conflito inevitável, a cordialidade duraria pouco.

Ao vencer por 5 a 2 um clube com 16 anos a mais de experiência, naquele primeiro jogo há 121 anos atrás, o Celtic estabeleceu uma tradição de imprevisibilidade no Old Firm que se mantém até hoje. Independentemente das circunstâncias ou da boa fase dos clubes, prever o resultado do clássico de Glasgow não é tarefa fácil.

A rivalidade aumentou no mesmo ritmo que a hegemonia dos dois times na Escócia. De fato, a quantidade de torcedores e os cofres de ambos cresceram tanto que, em 1904, um jornal, "apelidou'' o clássico de "old firm" significa literalmente "velha empresa" e alude aos
benefícios financeiros gerados pela contenda entre os dois gigantes de Glasgow.

Além dos fatores sociais, religiosos e políticos que fazem do Old Firm um confronto tão singular, nenhum outro clássico é disputado por duas equipes tão vitoriosas e hegemônicas em nível nacional.

Os clubes também registram o recorde britânico de público em uma partida de campeonato nacional, com 118.567 torcedores presentes no estádio do Rangers no dia 2 de janeiro de 1939.

Em 1969, os clubes reuniram 132.870 pessoas na decisão da Copa da Escócia.

O sucesso no esporte foi garantido. O Celtic, embora com número inferior de vitórias sobre o rival Rangers, foi o primeiro clube britânico, e único escocês, a conquistar o maior título do futebol europeu, a UEFA Champions League, em 1967, ano que também ganhou todas as competições que disputou.

Entretanto, o catolicismo hoje representa apenas 10% da população da Escócia.

Segregacionismo


Ambos os protagonistas do Old Firm são identificados com os países que formam o Reino Unido. Em todos os aspectos e marcos históricos é possível fazer um paralelo entre o clássico e a Inglaterra, Irlanda do Norte e da, não pertencente ao Reino , a Republica da Irlanda.

A divisão religiosa na Irlanda do Norte é responsável pelo surgimento de torcedores de Celtic ou Rangers, embora escoceses, no país.

Politicamente, os torcedores demonstram, de forma explícita, em bandeiras, cantos, trajes, o apoio ao segregacionismo dos países britânicos, sobretudo a postura independente da Irlanda, no caso dos fãs do Celtic ou, pelo contrário, à União, como os Rangers com bandeiras da Grã-Bretanha.

No futebol, não é de hoje que os soberanos clubes na Escócia tentam o ingresso na Premier League da Inglaterra, uma das maiores e mais fortes ligas do futebol mundial, questão que envolve também interesses financeiros, já que o Campeonato Inglês é considerado o mais rico do mundo.

Religião

Fato ligado ao contexto histórico da Primeira Guerra Mundial é a postura radical e popularmente conhecida por muitos, mundo a fora, ao menos que superficial, de não-admissão de jogadores e funcionários católicos, por parte dos Rangers (pioneiros desta política), e protestantes, por parte do Celtic.

Até 1989 seguiu a postura de admitir apenas jogadores católico no Celtic e protestantes no Rangers. Contudo, no mesmo ano, a diretoria dos Rangers fez o que seria um dos negócios mais arriscados de transferência do futebol mundial. O time protestante tinha fechado contrato com Maurice Johnston, católico de ascendência irlandesa, outrora jogador do Celtic.

Logo, a quebra da política provocaria o desgosto de todas as partes. Maurice Johnston, por dois anos, foi perseguido por torcedores do Celtic, sendo acusado de traição, também chamado de “Judas”, e ameçado fisicamente por torcedores dos Rangers, já que era católico. Após sua saída, buscou exílio na América e, hoje, é técnico de futebol no Canadá.

Política

Após a Segunda Guerra Mundial, segregacionismo, religião, política e violência continuaram em campo. Em meados do século XX, o partido IRA (Irish Republican Army) foi mais um integrante da história política do Old Firm, sendo comum os torcedores do Celtic fazerem alusão ao partido e os do Rangers insultarem.

Violência


Obviamente, por toda a paixão que o Old Firm desperta, boa parte da sua história é detestável e, como acontece com os grandes dramas, tem a sua quota de tragédia.

Há muitas cenas violentas dentro e fora do estádio, dentre as várias tragédias provocadas pela violência de torcedores ou até mesmo jogadores de Celtic e Rangers, se destacam em 1909, quando numa briga morreram 180 pessoas; em 1931, quando um jogador do Celtic quebrou o crânio do goleiro do Rangers; em 1971 aconteceu uma catástrofe na história do clássico, enquanto o público deixava o Ibrox Park, 66 torcedores do Rangers morreram depois que uma das tribunas cedeu.

O lendário técnico do Celtic Jock Stein deixou o vestiário para ajudar os feridos e expressou a esperança de que o fatídico episódio levasse a um novo comportamento na cidade. "Essa tragédia terrível tem de ajudar a conter a intolerância e o ressentimento nos jogos do Old Firm", apelou Stein à época.
Além de casos de incitações à violência por parte de algum integrante oficialmente ligado ao clube, como em 2006, quando o goleiro polonês Boruc, do Celtic, foi acusado de fazer o sinal da cruz para a torcida dos Rangers.

Embora tenha levado mais tempo do que Stein imaginava, o clássico de Glasgow sem dúvida ficou mais ameno nos últimos anos. Em 2008 foi possível até testemunhar uma inédita e comovente demonstração de união. Walter Smith e Ally McCoist, respectivamente técnico e assistente técnico do Rangers, ajudaram a carregar o caixão de Tommy Burns, ídolo do Celtic e da seleção Escocesa e amigo pessoal de ambos.