sexta-feira, 24 de setembro de 2010


Igreja Anglicana provem do latín medieval ecclesia anglicana, que significa igreja inglesa, se utiliza para descrever às pessoas, as instituições e as igrejas, como assim mesmo às tradições litúrgicas e conceitos teológicos desenvolvidos tanto pela Igreja da Inglaterra, no particular, como pelas províncias eclesiásticas da Comunhão Anglicana. Também se utiliza no referente às igrejas anglicanas sem comunhão com o Arcebispo de Canterbury (no Reino Unido), como as partícipantes do Movimento Anglicano de Continuação e muitas outras completamente independentes.

A Reforma anglicana é uma série de acontecimentos ocorridos na Inglaterra no século XVI que culminaram com a separação da Igreja da Inglaterra e a Igreja Católica Romana e com a emancipacção da autoridade papal. É parte de reforma-a protestante que ocorreu em muitos países da Europa.

O desencadenante da Reforma Inglesa foi o desejo do rei Enrique VIII de obter a anulação de seu casamento. O que começou como uma disputa política e não teológica, teve profundas consequências tanto políticas como teológicas. Depois da separação de Roma, pela Ata da Supremacía Real, o monarca converteu-se em chefe supremo da Igreja da Inglaterra, fundando uma igreja nacional independente de Roma.

Seguiram na Inglaterra muitos anos de disputas teológicas, que levaram à guerra civil. O resultado foi o estabelecimento de uma igreja oficial do estado e o reconhecimento gradual de várias outras igrejas e movimentos religiosos, incluindo a Igreja Católica Romana.

Inglaterra esteve junto a Roma durante quase mil anos, antes de que ambas igrejas se separassem em 1534, durante o reinado de Enrique VIII.

A separação teológica vinha-se gestando no seio da Igreja britânica por méio de movimentos como o dos Lolardos, mas a reforma inglesa ganhou verdadeiro apoio político quando Enrique VIII quis anular seu casamento com Catarina de Aragão.

Devido a pressão do sobrinho de Catarina, o imperador do Sacro Império Romano Germânico Carlos V, o Papa Clemente VII, inicialmente favorável à solicitação, recusou-a, pelo que o rei Enrique VIII, ainda que teologicamente um católico romano devoto (proclamado "Defensor da Fé" por seus ataques ao Luteranismo), decidiu converter-se em Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra]] para assegurar a anulação de seu casal.

Enrique VIII manteve uma forte preferência pela liturgia católico-romana tradicional durante seu reinado, de modo que os reformadores protestantes não puderam realizar praticamente nenhum avanço nas doutrinas e práticas da Igreja da Inglaterra durante seu mandato.

Mas durante o governo de seu filho, Eduardo VI (1547 - 1553), a igreja Anglicana chegou a ser teologicamente protestante ainda que fosse sozinho até retornar à Igreja Católica Romana durante o reinado da rainha María I em 1555 (que foi apodada por suas detractores como "María a Sanguinaria" - Bloody Mary).

O estabelecimento, durante o governo de Elizabeth I (a partir de 1558, de uma Igreja da Inglaterra claramente protestante, mas moderada, (pois reconhecia sua herança católica e apostólica), permitiu consolidá-la legalmente (conforme ao estado e parte dele) e lhe permitir acomodar dentro de sua comunhão a uma ampla gama de posições teológicas, o qual tem sido, desde então, uma de suas características essenciais.

Esta separação, não obstante tenha acontecido por interesses pessoais e políticos, era um velho sonho da Igreja da Inglaterra, que nunca tinha aceito plenamente a dominação Romana. Não se pode, portanto, atribuir a Henrique VIII o título de fundador da Igreja Anglicana.

Divergências teológicas e administrativas fizeram surgir várias denominações anglicanas independentes, principalmente na América do Norte, Austrália e no Terceiro Mundo. Também houve movimentos de convergência, em que outros protestantes ou católicos aproximaram do anglicanismo e buscaram estabelecer igrejas de doutrina e práticas anglicanas, ainda que não necessariamente fossem dissidências da Igreja Anglicana.

A Comunhão Anglicana é uma afiliação mundial de Igrejas Anglicanas. Não existe uma Igreja Anglicana central, com alguma espécie de autoridade jurídica universal, já que a cada igreja nacional ou regional tem completa autonomia. Como seu nome sugere, a Comunhão Anglicana é uma associação destas igrejas em completa comunhão com a Igreja da Inglaterra (que se pode considerar como a “igreja mãe” desta fraternidade mundial), e especificamente com seu Arcebispo primado, o Arcebispo de Canterbury.

Com mais de setenta milhões de membros, a Comunhão Anglicana é a terceira maior comunhão do mundo, depois da Igreja Católica Romana e a Igrejas Ortodoxas em comunhão com Constantinopla.

O Movimento Anglicano de Continuação é um grupo de igrejas cristãs herdeiras da tradição anglicana, mas que se separaram da Comunión Anglicana ou de alguma província dela devido a sua rejeição para o que percebem como um afastamento da ortodoxia pela igreja oficial. O movimento originou-se primeiro na Igreja Episcopal nos Estados Unidos da América (ECUSA) e também na Igreja Anglicana do Canadá. As igrejas relacionadas em outros países, como a Igreja Católica Anglicana na Austrália e a Igreja da Inglaterra (Continuação) foram fundadas posteriormente.

As políticas e doutrinas oficiais das Províncias da Comunhão Anglicana que mais têm contribuído ao surgimiento e fundação de igrejas de "Continuação" têm sido a aprovação do sacerdocio feminino e a introdução de versões revisadas do Livro de Oração Comum.

Fora da Inglaterra, a Igreja Anglicana é denominada Igreja Episcopal, principalmente nos Estados Unidos e na Austrália.

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