terça-feira, 31 de março de 2009



Como se explica que Che Guevara tenha se tornado e continue sendo um mito da cultura popular mundial, uma espécie de estrela do cinema-realidade da história e da vida?

O filme de Walter responde perfeitamente a essa pergunta. O segredo do extraordinário apelo exercido pela figura do Che é revelado (e talvez esteja mesmo) naquela viagem que começou com a saída de Buenos Aires na garupa da moto de Alberto. Pois, naquela viagem, formou-se um homem que quis (e por isso pagou o preço que sabemos) conciliar uma sede intransigente de liberdade com a necessidade de uma escolha política radical e também intransigente.Por isso, já nos anos 60, o Che era um ícone de ambos os lados do Atlântico, uma espécie de ponte entre a contracultura americana e o engajamento do maio francês e europeu: mistura de Jack Kerouac com Daniel Cohn-Bendit em seus dias melhores e mais raivosos. Ele era o ideal de uma vida em que a exigência de justiça e mesmo de revolução não contradizia a decisão (de uma certa forma, festiva) de encarar a existência como uma aventura.Certo, esse ideal assombrou os anos 70: pensavam em Guevara os jovens europeus que, naquela época, escolheram a luta armada e acabaram massacrando inocentes pelas ruas da Europa. Mas, apesar dessa década triste, o ideal Guevara nunca deixou em paz os homens e as mulheres de minha geração, cronológica e política. Ele ainda funciona, hoje, como um lembrete, às vezes amargo.

Ernesto Guevara (Gael García Bernal) é um jovem estudante de Medicina que decide viajar pela América do Sul com seu amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna). A viagem é realizada em uma moto, que acaba quebrando após 8 meses. Eles então passam a seguir viagem através de caronas e caminhadas, sempre conhecendo novos lugares. Porém, quando chegam ao Peru, a dupla conhece a dura realidade de mineradores e camponeses indígenas.A dupla chega a uma colônia de leprosos, com o fim de exercer os conhecimentos de Medicina e passam a questionar a validade do progresso econômico da região, que privilegia apenas uma pequena parte da população. Baseado nos livros "Notas de Viaje", de Ernesto "Che" Guevara e "Con El Che por America Latina", de Alberto Granado.

Direção: Walter Salles
Duração: 126 min
Origem: Argentina, Brasil, Chile, Reino Unido, Peru, Estados Unidos da América, Alemanha, França e Cuba
Idioma: Espanhol / Quéchua

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