domingo, 18 de outubro de 2009


Médicos Sem Fronteiras foi criada em 1971 por um grupo de jovens médicos e jornalistas que, em sua maioria, tinham trabalhado como voluntários em Biafra, região da Nigéria, que, no final dos anos 60, estava sendo destruída por uma guerra civil brutal.

Enquanto trabalhavam para socorrer as vítimas do conflito, eles perceberam que as limitações da ajuda humanitária internacional da época eram fatais. Para tratar dos doentes e feridos era preciso esperar por um entendimento entre as partes em conflito zou pela autorização oficial das autoridades locais. Além do emperramento burocrático, os grupos de ajuda humanitária não se manifestavam diante dos fatos testemunhados.


Em 1971, o sentimento de frustração desse grupo e a vontade de assistir às populações mais necessitadas de modo rápido e eficiente deram origem a Médicos Sem Fronteiras. A organização surgiu com o objetivo de levar cuidados de saúde para quem mais precisa, independentemente de interesses políticos, raça, credo ou nacionalidade. No ano seguinte, MSF fez sua primeira intervenção, na Nicarágua, após um terremoto que devastou o país. Hoje, mais de 22 mil profissionais trabalham com Médicos Sem Fronteiras em mais de 70 países.

Nos últimos 30 anos, a organização Médicos Sem Fronteiras tornou-se conhecida mundialmente por seu trabalho em situações de emergência. Entretanto, muitas vezes, MSF permanece junto às populações atingidas mesmo depois de controlados os problemas que motivaram sua presença em determinada região. O trabalho continua na reconstrução de estruturas de saúde, nas atividades de prevenção, nas campanhas de vacinação ou na assistência a refugiados. Com o passar do tempo, Médicos Sem Fronteiras sentiu a necessidade de intervir com projetos de longo prazo, não apenas para atender as situações pós-emergenciais, como também para levar cuidados de saúde a pessoas afetadas pela exclusão social.

Uma outra característica essencial do trabalho de Médicos Sem Fronteiras é tornar público aquilo que observa em campo. Em circunstâncias extremas, MSF entende que a melhor maneira de proteger a população de desastres humanitários, como genocídios, fome e limpeza étnica, é falar sobre suas motivações políticas e econômicas, mesmo que esta posição comprometa a presença da organização no país.


MSF é independente de governos. A maioria dos recursos da organização vem de contribuições privadas, o que permite a MSF atuar com agilidade e independência, e proporciona a liberdade de que MSF precisa para falar sobre indivíduos, organismos e governos que estejam infringindo os direitos humanos. Essas declarações públicas são um ato de proteção às populações em perigo que impedem a cumplicidade com os abusos testemunhados pelos profissionais da organização.

A união de intervenção rápida e eficiente com o compromisso de tornar conhecidas as violações de direitos humanos é a forma com que Médicos Sem Fronteiras responde a guerras mundialmente conhecidas, conflitos ignorados, falência de sistemas de saúde, epidemias mundiais como a Aids ou doenças negligenciadas como a tuberculose e a malária. Em 1999, o recebimento do Prêmio Nobel da Paz consagrou internacionalmente o trabalho da organização. É por assumir sua missão como um desafio permanente que Médicos Sem Fronteiras se mantém presente nos 5 continentes, nas regiões mais remotas.



"A organização Médicos Sem Fronteiras leva socorro às populações em perigo e às vítimas de catástrofes de origem natural ou humana e de situações de conflito, sem qualquer discriminação racial, religiosa, filosófica ou política."


"Trabalhando com neutralidade e imparcialidade, os Médicos Sem Fronteiras reivindicam, em nome da ética médica universal e do direito à assistência humanitária, a liberdade total e completa do exercício da sua atividade."


"Eles se empenham em respeitar os princípios deontológicos da sua profissão e em manter uma total independência em relação a todo poder, bem como a toda e qualquer força política, econômica ou religiosa."


"Voluntários, eles medem os riscos e perigos das missões que realizam e não reclamam qualquer compensação que não seja aquela oferecida pela organização."

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