terça-feira, 7 de julho de 2009


محمد عبد الرحمن عبد الرؤوف عرفات القدوة الحسيني

Histórico líder da Organização para a Libertação da Palestina – OLP, Arafat lutou nos seus 75 anos de vida pela criação do Estado palestino, pátria natural de todos os palestinos.Nesses anos foi-se envolvendo cada vez mais nos meios políticos palestinos.
Presidente da Autoridade Nacional Palestina - ANP e principal líder político dos palestinos nos últimos 40 anos.

Yasser Arafat nasceu no Cairo, Egito, em 28 de agosto de 1929, então protetorado colonial inglês, com o nome de Mohammed Abdel-Raouf Arafat al Qudwa al-Hussein, morreu aos 75 anos internamento num hospital de Paris, depois de ter escapado a mais de 50 atentados e muitas conspirações , em 11 Novenbro 2004.

Um jovem guerrilheiro

Com 17 anos juntou-se aos grupos armados palestinos, que lutavam contra a criação de um Estado judeu na Palestina, então sob mandato britânico, participando nos combates de 1947-48 entre judeus e árabes e, depois, na guerra de 1948, que se seguiu à criação do Estado de Israel, momento em que os palestinos se tornam refugiados.

Em março de 1968, na pequena aldeia de Karameh, no Reino da Jordânia, uma batalha que segundo relatos não durou nem um dia, mudou definitivamente a vida de um engenheiro árabe de 38 anos de idade. Naquele dia na Batalha de Karameh, Yasser Arafat esteve à frente de um grupo de quase trezentos guerrilheiros palestinos, a maioria velhos e crianças, que lutou contra as tropas de um exército regular, o temido Exército de Israel, composto de pára-quedistas e tanques. Muitos lhe recomendaram a fuga, pois seria inútil lutar contra os israelenses, fortemente armados e treinados, mas Arafat naquele dia lutou, como lutaria as décadas seguintes, e se tornou um herói do povo palestino.


Convencido de que a luta contra Israel devia ser assumida pelos próprios palestinos, sem excessiva confiança na solidariedade dos Estados árabes, fundou em 1957 no Kuwait o movimento Al Fatah, juntamente com Jalil al-Wazir e Salah Jalaf.
O Fatah celebrou o seu congresso constitutivo no Kuwait em Outubro de 1959 e, nesse mesmo ano, Arafat viajou para Beirute para se juntar à família.

Em Fevereiro de 1969, foi eleito presidente do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP).
A partir de então, tornou-se conhecido na cena internacional, pelo keffieh branco e preto e o uniforme verde-azeitona.

Expulso da Jordânia, em 1970, e do Líbano, em 1982, na sequência de insistentes pressões israelitas e norte-americanas para acabar com os ataques palestinianos contra Israel lançados daqueles países, Arafat exilou-se na Tunísia.

A 13 de Abril de 1973, por exemplo, comandos israelitas mataram três dos seus principais colaboradores em Beirute, sem o encontrarem.

A 01 de Outubro de 1985, o seu quartel-general em Tunes foi quase totalmente destruído pela aviação israelita. Arafat, a caminho do seu gabinete, dera «meia volta» momentos antes do início do ataque aéreo.

Na sequência da sua renúncia à opção militar e do desencadear em 1987 da primeira Intifada, que inspirou e controlou, optou por negociações com Israel.
Em Abril de 1992, o seu avião despenhou-se no deserto líbio durante uma tempestade de areia. Arafat foi o único sobrevivente do acidente.
Muçulmano sunita, Arafat casou-se em segredo em 1992 com a sua jovem assistente, Suha Tawill, filha de uma abastada família cristã de Ramallah, que se converteu ao islamismo semanas depois do casamento.

Depois dos acordos de Oslo sobre a autonomia palestina, assinados a 13 de Setembro de 1993 e que lhe valeram o Nobel da Paz no ano seguinte, Arafat tornou-se o parceiro do primeiro-ministro israelita da altura, o trabalhista Yitzhak Rabin, na busca de uma solução negociada para o conflito entre os dois povos.

Em Julho de 1994, menos de um ano depois da assinatura dos acordos de Oslo, Arafat fez um regresso triunfal aos territórios palestinianos.

Em 1995, o casal teve uma filha, Zahwa, actualmente com 9 anos, que vive em Paris com a mãe desde 2001.

O assassínio de Rabin em 1995 por um extremista judeu, os obstáculos no terreno à aplicação dos acordos e uma série de atentados suicidas palestinianos em Israel mudaram o cenário.
O velho guerrilheiro Yasser Arafat foi eleito presidente da Autoridade Palestina em 1996 por uma esmagadora maioria.

A eclosão da segunda Intifada, a 28 de Setembro de 2000, acabou por ser a gota que fez transbordar o copo, com o governo israelita a assumir um distanciamento crescente em relação a Arafat, que acusou de nada fazer para impedir os atentados anti-israelitas.

Eleito em Março de 2001, o primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, declarou-o «fora de jogo» e decidiu não mais negociar com ele.

Pouco a pouco, os Estados Unidos alinharam com Israel e, a 24 de Junho de 2002, o presidente George W. Bush fez do afastamento de Yasser Arafat condição 'sine qua non' para a proclamação de um Estado palestiniano.

A partir daí, multiplicaram-se as pressões internacionais para uma descentralização do poder na Autoridade Palestiniana, nomeadamente com a criação do cargo de primeiro-ministro.

O primeiro chefe do executivo, Mahmud Abbas, demitiu-se em Setembro de 2003, quatro meses depois de tomar posse, em conflito aberto com Arafat pelo controlo das forças de segurança. Sucedeu-lhe Ahmed Qorei.

Nesta altura já Arafat estava cercado pelo exército israelita no quartel-general da Autoridade Palestina, em Ramallah, desde Dezembro de 2001, de onde só saiu em 2002 para uma viagem de um dia a três outras cidades da Cisjordânia e agora, quando o agravamento súbito do seu estado de saúde obrigou à sua hospitalização em Paris.

Ao longo de toda a sua vida, Yasser Arafat mostrou possuir uma capacidade invulgar para sair das situações mais dramáticas que pontuaram os mais de 40 anos de uma carreira que misturou guerrilha e diplomacia, conseguindo escapar a mais de 50 atentados e a muitas conspirações.

O seu sonho, disse sempre, era regressar ao sector árabe de Jerusalém, anexado em 1967 por Israel, e rezar na mesquita de al-Aqsa, terceiro lugar santo do Islão.

Mas que um herói, Arafat até hoje é o principal símbolo da causa palestina e seu dirigente sem substituto.


Como afirmou o escritor israelense David Grossman, Arafat conseguiu transformar a causa palestina num “potente símbolo universal da luta pela liberdade e o direito a regressar à pátria”.

Como todo autêntico líder de seu povo, Arafat será sucedido mas não encontrará substituto.

Seu carisma e suas contradições asseguraram-lhe um lugar definitivo no imaginário dos heróis do mundo árabe.

Arafat seguirá casado com a Palestina para sempre, até o dia em que seu povo possa fundar definitivamente seu Estado, até o dia em que seu nome seja sinônimo de Estado palestino.




Resistência Palestina


OLPOrganização para a Libertação da Palestina — congregava diversas organizações da Resistência. Posteriormente foi hegemonizada pela Al Fatah, dirigida por Yasser Arafat, e hoje, em colaboração com Israel e o imperialismo ianque, dirige a Cisjordânia apesar da vitória do Hamas nas eleições de 2006.


Al Fatah — Movimento de Libertação Nacional da Palestina — foi fundado em 1964 por Yasser Arafat e rapidamente passou a ser a corrente palestina majoritária, controlando a OLP, ainda com um programa de destruição do Estado de Israel e criação de um Estado laico que reunisse árabes e judeus. Posteriormente, Arafat capitulou, aceitando as exigências do imperialismo, reconhecendo a existência do Estado de Israel e instituindo a Autoridade Nacional Palestina sob as ordens do USA e Israel.





FPLP — Frente Popular para a Libertação da Palestina — Fundada em 1967 por Jore Habache, declarou se guiar pelo marxismo-leninismo, mas já nasceu sob influência do revisionismo russo. Não reconhece o Estado de Israel. Promoveu várias ações armadas, inclusive o sequestro de aviões, procurando chamar a atenção sobre o problema palestino. Integrou a OLP, chegando a ser a segunda maior força da Resistência. Com a derrocada do social-imperialismo russo, a FPLP vê decair sua influência, mas volta a crescer no período da 1ª Intifada (2001). Participou das eleições legislativas em 2006, recebendo 4,3 % dos votos. Integrou a resistência durante os ataques israelenses de dezembro/janeiro.



FDLP — Frente Democrática para a Libertação da Palestina — fundada em 1969 por Nayef Hawatmeh, é uma dissidência da FPLP. Em 1974 a FDLP tornou-se partidária, junto com a OLP, da criação da Autoridade Palestina. Participou da 1ª e 2ª intifadas e seu braço armado, Brigadas de Resistência Nacional, teve heróica participação na resistência aos ataques de dezembro/janeiro.





Hamas — Movimento de Resistência Islâmica — foi fundado em 1987 e atacou várias vezes as forças sionistas, se utilizando inclusive de homens-bomba. Desenvolve também grandes programas sociais, como escolas, hospitais, bibliotecas, distribuição de alimentos e outros serviços que granjearam a simpatia da população da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Em 2006, visando desmoralizar o Fatah e a corrupção que dominava a Autoridade Palestina, participa das eleições parlamentares e conquista a maioria das cadeiras, mas é impedido de assumir o governo pelo Fatah, apoiado pelos sionistas e ianques. De fato, apenas a Faixa de Gaza ficou sob o controle do Hamas, que aumentou sua popularidade pela posição firme quanto à resistência. Sobretudo depois dos ataques genocidas de Israel contra a Faixa de Gaza em dezembro/janeiro, o Hamas se firmou na direção inconteste da Resistência Palestina.




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