sexta-feira, 17 de julho de 2009

Guerra da Bósnia


Alvo de disputas de longa data, a Região dos Bálcãs sofre ainda hoje com os conflitos e guerras que se originam na diversidade étnica, cultural e religiosa daquela região. No ano de 1929, a criação do Estado Iugoslavo colocou esse conjunto de nações unidas sobre a égide do governo repressor de Alexandre I.

Com a intervenção do expansionismo nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, os croatas conseguiram criar um estado independente naquela região. Com o declínio do regime nazista e o processo de polarização política observado no pós-Segunda Guerra, os comunistas e monarquistas entraram em choque.


Desse conflito, temos a realização do processo de reorganização da Iugoslávia. Sob a liderança do general Broz Tito, esse novo Estado conduziu um governo personalista onde práticas ditatoriais e ações de natureza aparentemente socialista fizeram seu governo perdurar até o início dos anos 80. Com sua morte, vários movimentos nacionalistas exigiram a construção de diversas repúblicas independentes na região balcânica.


Em 1987 a guerra voltou e a ONU mostrou muita indecisão. Estruturada na divisão capitalismo x comunismo, não se adaptou a um conflito que envolve parâmetros não ideológicos, mas culturais e religiosos.
Na Europa pós-Guerra Fria potências antes aliadas estão agora em campos diferentes e estrategistas temem que a divisão do poder mundial não se dê mais no âmbito da ideologia, mas no das diferenças culturais. Esta guerra apontou para isso de forma preocupante.

Há na ex-Iugoslávia três grupos oponentes:
  • os sérvios, católicos ortodoxos,
  • os croatas e eslovenos, católicos romanos,
  • e os bósnios, muçulmanos.


A razão do conflito está na tentativa de cada um em criar seu próprio estado independente e etnicamente homogêneo. Para isso, tentam a força estabelecer seu território e, na medida do possível, expulsar ou até eliminar as minorias de outras religiões que ali se encontram através da chamada “limpeza étnica”. Em 1989, o presidente sérvio Slobodan Milosevic passou a defender a reintegração política dos territórios da Eslovênia e da Croácia à Iugoslávia. Além disso, o dirigente sérvio desejava anular o processo de independência que fez, desde 1960, o Kosovo uma região independente.
No fim da década de 1990, a queda do regime socialista potencializou ainda mais os movimentos favoráveis ao separatismo. A independência da Croácia e da Eslovênia, em 1991, foi logo retaliada por tropas sérvias.
Em abril de 1992, o governo sérvio criou a República Federal da Iugoslávia, formada pela Sérvia, Montenegro e a porção muçulmana do Kosovo.

Sua violência é tão grande que os bósnios pedem a intervenção da ONU, a repressão iugoslava contra os separatistas sagrou um período de extrema violência e perseguição étnico-religiosa contra bósnios muçulman os e croatas. Face às evidências de massacres promovidos pelos sérvios, esta decreta um embargo econômico à Sérvia e Montenegro e já em maio de 1993 se compromete em proteger seis cidades bósnias sitiadas, denominadas “zonas de segurança”, entre elas Sarajevo.

Suas populações muçulmanas aceitam entregar suas armas à ONU acreditando na proteção dos “capacetes azuis”.

Quanto aos croatas, antes aliados dos Bósnios contra a Sérvia, passaram a observar com interesse a possibilidade de, no caso de uma vitória Sérvia, dividir com ela a Bósnia-Herzegovina (retomaram até a República Sérvia da Krajina, sem resistência dos sérvios, num aparente acordo para uma futura divisão da Bósnia).
No ano subseqüente, um grupo de origem albanesa passou a controlar parte do território kosovar buscando desanexá-lo do domínio iugoslavo.
Entretanto a ONU não ofereceu a segurança prometida às seis cidades.
Em meio a essas constantes lutas, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) resolveu impor uma forte ofensiva militar contra os sérvios para que, dessa forma, encerrasse o estado de guerra na região.


A guerra da Bósnia não interessava aos EUA, que não tinham na região o menor interesse. Quanto tinham, com a Guerra do Golfo, mesmo tendo a Turquia e a Grécia como parceiros na região, a Turquia, muçulmana, apóiava os Bósnios, e a Grécia, ortodoxa, os Sérvios.
Mas isso não impediu os EUA de, com a Alemanha, armar discretamente a Croácia. Não se esquecem que se com a ajuda internacional a Bósnia-Herzegovina se firmar, a Croácia será a última fronteira católica da Europa frente aos muçulmanos.


De seu lado a Rússia apóia historicamente a Sérvia, enquanto a Inglaterra manteve seu alinhamento com os EUA, a França mudou de postura com a eleição de Chirac que, ao contrário de Mitterrand, não simpatizava com os sérvios e foi um dos responsáveis pela retomada de força da ONU.
Após tantos acordos rompidos, os muçulmanos confiarão numa ONU que se mostrou completamente perdida face aos novos parâmetros impostos pelo fim da Guerra-Fria. Pois sabem que se obtiverem armas, serão capazes de retomar rapidamente os territórios que perderam. E muitos países árabes estavam se alinhando para isso.

No ano de 2001, Milosevic foi preso acusado de má administração dos recursos públicos e prática de crimes de guerra. Julgado e condenado pelo Tribunal Internacional de Haia, Milosevic faleceu na cadeia, em março de 2006. Em 2003, a Iugoslávia se transformou em Sérvia e Montenegro. Três anos depois, no plebiscito de maio de 2006, a população montenegrina decidiu tornar-se independente da Sérvia. Ainda hoje, o Kosovo é uma região de disputas políticas. Algumas nações, como a Rússia e a atual Sérvia, alegam que a independência kosovar se mostra uma grande ameaça à preservação territorial russa ou serviria de incentivo a outros focos de tensão separatista da Europa.

O perigo foi a Bósnia se tornar, a exemplo do que ocorreu na Espanha às vésperas da Segunda Guerra, um ensaio geral de um próximo conflito mundial.Foi o mais longo e violento conflito na Europa depois da 2ª guerra mundial e deixou um saldo de 200 mil mortos e um rastro de destruição.
Os povos da Sérvia adotaram o cristianismo na segunda metade do século IX (870), por intermédio de missionários enviados pelo Patriarcado Ecumênico, sendo a sede de seu bispado a cidade de Rask.

Passado Histórico


Os Papas conseguiram subjugar a Sérvia nos meados do século XI, porém na era do Rei Estêvão Niman (1159 - 1195), acabou-se a soberania de Roma sobre a Sérvia, ficando esta, entre o fluxo e refluxo políticos.

Em 1219 houve um levante na Igreja da Sérvia declarando-se o Arcebispado independente, na cidade de Ibik, e em 1346, o Santo Sínodo da Sérvia elevou o Arcebispado à categoria de Patriarcado, sem o consentimento do Patriarcado de Constantinopla, o que provocou uma dissidência entre as duas Igrejas, da Sérvia e de Constantinopla, que só veio a terminar quando as Dioceses, motivo da discórdia, voltaram para a Igreja do Patriarcado de Constantinopla.

Em 1766, o governo da Turquia aboliu o Patriarcado de Ibik, mandando submeter todas as Dioceses da Sérvia ao Patriarcado de Constantinopla, na era de seu Patriarca Samuel I.

Em 1831, a Igreja da Sérvia conseguiu a sua autonomia, sob o patrocínio do Patriarca Ecumênico e o Arcebispado de Belgrado e o Metropolita Sérvio e em 1879, declarou-se a sua independência integral na era do Patriarca Ecumênico Joaquim III.

Nossa Senhora de Medjugorje


As aparições de Nossa Senhora de Medjugorje estão na mira do Vaticano. A Igreja desconfia da veracidade dos relatos dos seis videntes.

O maior fenômeno de devoção católica surgido nos últimos trinta anos teve início em junho de 1981, quando os adolescentes Vicka, Ivan, Ivanka, Mirjana, Jakov e Marija afirmaram ter visto Nossa Senhora no céu de Medjugorje, vilarejo no sul da Bósnia-Herzegovina.

Tamanha devoção, no entanto, sofreu recentemente um golpe duro; e aplicado pela própria Igreja. O papa Bento XVI ordenou, no início do ano, o confinamento do padre franciscano Tomislav Vlasic, o líder espiritual dos videntes, em um monastério da Ligúria, na Itália. O religioso é apontado como "manipulador de consciências", "herege" e acusado de "doutrina dúbia e imoralidade sexual", entre outros crimes previstos pelo código canônico.

Depois de se tornar padre, ele engravidou uma freira chamada Rufina. Para evitar o escândalo, convenceu-a a partir para a Alemanha, sob o argumento de que, tão logo abandonasse o hábito, ele se juntaria a ela.à freira grávida para "seguir o exemplo de Nossa Senhora e aceitar seu destino em terras estrangeiras, comportando-se com discrição".
Orador hábil, pertencente à Renovação Carismática, movimento católico caracterizado por grupos de oração animados, missas coreografadas e cenas de transe místico,Vlasic transformou-se em conselheiro espiritual dos seis jovens videntes,foi a partir dessa aproximação que as visões adquiriram teatralidade.ele criou a comunidade Rainha da Paz, Completamente Vosso. Sob sua liderança, integrantes do grupo passaram a relatar visões. Não só da Virgem, como de Jesus e até de extraterrestres.
Para além do comportamento suspeito de Vlasic, há outro motivo para a desconfiança da Igreja em relação ao fenômeno de Medjugorje. As aparições tiveram início um ano depois da morte de Josip Broz Tito, o ditador comunista que mantinha com mão-de-ferro a unidade da então Iugoslávia. Seu desaparecimento alimentou ainda mais as ambições de independência das repúblicas que compunham o país, entre elas a Bósnia. O que Nossa Senhora tem a ver com as confusões nos Bálcãs? Talvez não fosse essa a intenção da santa, mas o fato é que as visões no começo da década de 80 foram oportuníssimas do ponto de vista político: serviram para fortalecer os franciscanos locais, naquele momento fonte de apoio de grupos nacionalistas croatas de extrema direita que desejavam ampliar sua influência na Bósnia. Ou seja, num primeiro instante, as aparições levaram a que todo o esforço do Vaticano para enfraquecer os franciscanos na região fosse por água abaixo. "A notícia das aparições ajudou os integrantes da ordem a ganhar prestígio junto à população. Isso tornou tudo mais delicado para a Igreja",

Como se não bastassem as estripulias do padre Vlasic e a oportunidade política das visões, Nossa Senhora de Medjugorje contraria a tradição que cerca a Virgem – o que redobra a desconfiança da Igreja em relação ao fenômeno. Em primeiro lugar, a Nossa Senhora de Medjugorje aparece (e fala) demais. A levar a sério os relatos dos seis videntes, ela já teria dado o ar de sua graça mais de 40 000 vezes nos últimos 27 anos – e em vários lugares, não só no vilarejo bósnio.
Hoje, Vicka, Ivan, Ivanka, Mirjana, Jakov e Marija estão na faixa dos 40 anos. Quatro deles permaneceram na Bósnia. Marija vive em Monza, na Itália, e Ivan, em Boston, nos Estados Unidos. Todos se casaram tiveram filhos e engordam a renda familiar com palestras sobre a Nossa Senhora de Medjugorje. Como algumas visões acontecem com hora marcada, é possível promover espetáculos em torno delas – que rendem a videntes e organizadores um bom dinheiro. Em 1997, durante uma visão na Califórnia, Ivan conseguiu arrecadar 70 000 dólares sob a forma de doações voluntárias.
Nenhum católico é obrigado a acreditar em aparições de santos.

Mariano ardoroso o papa João Paulo II esteve na Bósnia por duas vezes e jamais colocou os pés em Medjugorje. "Foi o único grande local de peregrinação católica que não recebeu a visita dele"

Se um papa místico como João Paulo II não cedeu à popularidade da Virgem dos Bálcãs, só um milagre, e dos grandes, possibilitará que um papa cerebral como Bento XVI venha a reconhecer a sua legitimidade.

"É extremamente remota a probabilidade de o veredicto ser favorável às aparições em Medjugorje"


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Comunismo e cristianismo

Devemos, mais do que nunca, escutar o que N. Senhora de Fátima nos tem a Dizer: "Somente Eu posso ajudar vocês."

"Se Minhas ordens não forem acatadas, a Rússia espalhara seus erros através do mundo, fomentando guerras e perseguições a Igreja; os bons serão martirizados, o Santo Padre sofrera muito e varias nações serão aniquiladas."


A completa obediência a N. Senhora de Fátima e o único seguro contra o Comunismo. http://www.fatima.org

As mensagens daquela “Senhora” iriam induzir o papa a fazer “a consagração do seu Imaculado Coração” e, logo em seguida, “a consagração da Rússia”. Ela predisse: “A Rússia se converterá”; “O Santo Padre me consagrará a Rússia”. Mas ela também advertiu que, se isso não fosse atingido, “Os erros dela (Rússia) se espalhariam pelo mundo inteiro, causando guerras e perseguições... e várias nações seriam destruídas”...

No final, contudo, aquela “Senhora” prometeu, como prêmio de consolação, que a Igreja Católica triunfaria, após o que “o Santo padre me consagrará a Rússia”. “A partir daí ela (Rússia) se converterá e um período de paz será concedido ao mundo”.

Dentro de poucos anos o Culto à Senhora de Fátima havia atingido grandes proporções. O número de peregrinos multiplicou-se de 60, em 13/06/1917, para 60.000, em outubro do mesmo ano. De 144.000, em 1923, foi para 588.000, em 1928. O total em seis anos foi de 2 milhões de pessoas.

O Vaticano levou a sério as promessas da Virgem. Eugênio Pacelli, o futuro Pio XII, a “eminência parda” por trás de Pio XI, patrocinou uma política de apoio ao Fascismo na Itália e ao Nazismo na Alemanha, no sentido de cumprir a profecia daquela “Senhora”. Foi então que ele se tornou o instrumento principal da subida de Hitler ao poder. Ele o fez, forçando o Partido Católico a votar em Hitler nas últimas eleições gerais da Alemanha, em 1933. A idéia básica era muito simples. O Fascismo e o Nazismo, além de esmagarem o Comunismo na Europa, também esmagariam a Rússia Comunista. Em 1929, Pio XI assinou uma Concordata e o Tratado de Latrão com Mussolini, chamado por ele de “o homem enviado pela Providência”. Em 1933, Hitler se tornou Chanceler da Alemanha. Em 1936 Franco começou a Guerra Civil.

Em 1938, dois terços da Europa já eram fascistas e os rumores da II Guerra Mundial eram ouvidos mais e mais, em toda parte.Ao mesmo tempo, contudo, a Europa também se tornara “fatimizada”. Ao Culto à Senhora de Fátima, com ênfase sobre a promessa de conversão da Rússia feita por ela, foi dada a maior promoção pelo Vaticano.

Em 1938, o Núncio Papal foi enviado a Fátima e a quase um milhão de peregrinos foi dito que aquela “Senhora” havia confiado três grandes segredos às crianças. Depois disso, em junho daquele mesmo ano, a única sobrevivente das três crianças, controlada pelo seu confessor, sempre em contato com a hierarquia católica, e daí com o Vaticano, revelou o conteúdo de dois dos três grandes segredos.

  • O primeiro segredo foi uma visão do inferno, de acordo com a concepção do clero.

  • O segundo era uma reiteração de que a Rússia Soviética iria se converter à Igreja Católica.

  • O terceiro foi entregue num envelope selado e posto sob a custódia das autoridades eclesiásticas, não podendo ser revelado antes de 1960.

O tempo da última “revelação” não poderia ter sido melhor escolhido, pois daria ao Vaticano um bom prazo para a realização de seus propósitos belicosos.

Em 1938 as ditaduras fascistas já estavam agindo desabridamente e falando a mesma língua: a aniquilação da Rússia Soviética. No ano seguinte estourou a II Guerra Mundial. Em 1940 a França foi derrotada. A profecia daquela “Senhora” finalmente ia se cumprir. No Vaticano havia grande regozijo.

Em 1939, Pacelli já havia se tornado papa com o nome de Pio XII. Pio XII encorajava os católicos a se apresentarem como voluntários no front contra os russos. Os católicos – cuja maioria era devota da Senhora de Fátima – logo se juntaram aos exércitos nazistas da Itália, França, Irlanda, Bélgica, Holanda, América Latina, Estados Unidos e Portugal. A Espanha enviou sua Divisão Azul Católica.

Em outubro de 1941, enquanto os exércitos nazistas se colocavam ao redor de Moscou, Pio XII, dirigindo-se a Portugal, apressava os católicos a orar pela rápida realização da promessa da Senhora de Fátima.

No ano seguinte, 1942, após Hitler ter declarado que a Rússia Comunista tinha sido “definitivamente” derrotada, Pio XII, numa mensagem de Jubileu, cumpriu a primeira das exigências daquela “Senhora”, “consagrando o mundo inteiro ao seu Imaculado Coração”.

O Cardeal Cerejeira (Portugal) escreveu no mesmo ano: “as aparições de Fátima abrem uma nova era... é o delinear do que o Imaculado Coração de Maria está preparando para o mundo inteiro”. A “nova era”, em 1942, era um continente europeu completamente “nazificado”, com a Rússia sendo aparentemente varrida do mapa mundial, o Japão conquistando metade da Ásia, e o Fascismo mundial atingindo o seu ápice.

A Senhora de Fátima iria reinar soberana!

Contudo, ela perdeu a guerra e o Império Nazi-Fascista se evaporou, após o colapso de Hitler.

Em 1945, a II Guerra Mundial terminou. E a Rússia Soviética, para vexatória surpresa de Pio XII e de sua “Senhora”, emergiu como a segunda maior potência mundial, engolindo um terço da Europa.

O culto à Senhora de Fátima, que havia sofrido um tremendo baque, após o suicídio de Hitler, precisava ser reavivado. Em outubro de 1945 o Vaticano ordenou que fossem organizadas enormes peregrinações até o Santuário de Fátima. Em 1946 a Senhora de Fátima foi solenemente coroada diante de meio milhão de peregrinos. A coroa pesando 1.200 gramas era de ouro maciço, com 3l3 pérolas, 1.250 pedras preciosas e 1.400 diamantes. Pio XII se dirigiu do Vaticano aos peregrinos, afirmando que as promessas da Senhora de Fátima seriam cumpridas. “Estai prontos”, ele admoestou. Não pode haver neutros, nem um passo atrás. Organizai-vos como cruzados”. Era a paranóia papal se manifestando e, daí em diante, a humanidade estaria a um passo do abismo!

Em 1947 começou a Guerra Fria. O ódio contra a Rússia Soviética foi promovido, sob os auspícios do Vaticano, o qual enviou uma imagem da Senhora de Fátima, com a sua mensagem anti-soviética, em peregrinação ao redor do mundo. A imagem foi enviada de país em país, a fim de desencadear o ódio contra a Rússia. Todos os governos a saudavam. Dentro de poucos anos, à medida em que crescia a Guerra Fria, a imagem já havia percorrido a Europa, Ásia, África, Américas e Austrália, tendo visitado 53 nações.

A gigantesca brecha entre o leste e o Oeste aumentou. Em 1948 foi iniciada a ameaçadora corrida atômica dos Estados Unidos contra a Rússia. Em 1949, Pio XII, no intuito de fortalecer o front anti-russo, excomungou qualquer pessoa que votasse ou apoiasse os Comunistas. E logo em seguida, os teólogos católicos americanos disseram aos Estados Unidos que “era o seu dever usar a bomba atômica e a Bomba H”.

No ano seguinte, 1950, a “imagem peregrina”, que havia começado a viajar em 1947, no ano exato do início da Guerra Fria, foi enviada de avião, acompanhada pelo Padre Arthur Brassardi, sob as ordens expressas de Pio XII... para Moscou. Ali, com a calorosa aprovação do Almirante Kirk, Embaixador Americano, ela foi solenemente entronizada na Igreja dos Diplomatas Estrangeiros. Com a razão específica de aguardar a iminente liberação da Rússia soviética”. Essa “iminente liberação esperou por quarenta longos anos, quando o papa João Paulo II e a CIA conseguiram derrubar o regime comunista na União Soviética, dando à Senhora de Fátima todo o crédito desse “ milagre”. Afinal, ela é uma “amazona” guerreira invencível! E o seu papa favorito era um sucessor na linha “apostólica” de ocupantes do trono de Pedro...

Para reforçar o esquema de Pio XII, a Senhora de Fátima apareceu quinze vezes a uma freira nas Filipinas, sempre repetindo sua admoestação contra o Comunismo... Também “apareceu” ao papa, do mesmo modo como aparecera às crianças de Fátima.

O Senador McCarty e muitos dos seus apoiadores começaram a advogar a III Guerra Mundial. Os promotores americanos dessa guerra exterminadora, liderados por proeminentes católicos, estavam se preparando fervorosamente para desencadeá-la contra a Rússia. Católicos importantes, ocupando as posições mais responsáveis do país, não falavam de outra coisa.

No dia 06 de agosto de 1949, o Advogado católico, General Mac Grath, dirigindo-se às “tropas de choque” católicas dos Estados Unidos – Os Cavaleiros de Colombo – em sua convenção em Portland, Oregon, apressou os católicos a “se levantarem e se colocarem, como armadura da Igreja Católica militante, em batalha para salvar o Cristianismo” (Cristianismo = Igreja Católica).

Ele ainda apressava o país a uma “defesa ostensiva”, isto é, a III Guerra Mundial.

Naquele mesmo ano, outro católico, que era uma das personalidades mais altas do governo americano, James Forestal, o principal cruzado contra o Comunismo nacional e estrangeiro, ajudou o Papa Pio XII a vencer as eleições na Itália, enviando-lhe dinheiro americano, além de dinheiro de seu próprio bolso. James Forestal, que estava em constante contato com o Vaticano e com o Cardeal Spellman, seu diretor espiritual, sabia melhor do que ninguém o que estava acontecendo em certos quadrantes americanos católicos. Ele era o Secretário Americano da Defesa.

Um dia, quando escutou o barulho de uma aeronave de guerra, ele saiu correndo por uma rua de Washington, com a mais fatídica das mensagens: “os russos nos invadiram”, gritava ele.

Mais tarde, sem levar em conta a garantia de Pio XII de que os russos seriam derrotados com o auxílio da Senhora de Fátima, ele pulou de uma janela do 16º andar de um prédio, no Capitólio Americano, temendo que fosse tarde demais para derrotar os russos. Nessa hora fatídica, a Senhora de Fátima nada pôde fazer para acudir o seu mais graduado e fervoroso devoto americano! Isso é o que se pode chamar um verdadeiro sacrifício de sangue!

O nome de código da III Guerra Mundial era exatamente “Fátima”. Pio XII desejava liquidar os russos, não apenas por causa do Comunismo, mas também por causa de sua religião ortodoxa, que sempre foi um espinho no sapato de todos os papas do Catolicismo. Como tentou dar cabo dos russos, através da II Guerra Mundial, e quase conseguiu fazer a III Guerra Mundial, com o mesmo objetivo, esse papa já está quase garantido na canonização por ter sido um dos mais “infalíveis” da Santa Madre Igreja! E, principalmente, porque em seus últimos anos de vida, encharcado de drogas e com sérios problemas nervosos, ele já estava conversando com “Jesus”, o tempo inteiro!

A condenação do comunismo pela Igreja é antiga e que já vinha desde 1846 na Encíclica Qui pluribus onde Pio IX foi textual: "Para aqui (tende) essa doutrina nefanda do chamado comunismo, sumamente contrária ao próprio direito natural, a qual, uma vez admitida, levaria à subversão radical dos direitos, das coisas, das propriedades de todos e da própria sociedade humana"

Leão XIII, na sua Encíclica Quod Apostolici muneris de 1878 , na qual afirmava, de modo contundente, a respeito do comunismo: "Peste mortífera, que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo extremo" O Papa Leão XIII refutou como falsas as teorias socialistas marxistas e defendeu a propriedade privada, acreditando que as soluções iriam surgir das acções combinadas da Igreja, do Estado, dos empregadores e dos empregados.

Papa Pio XI em 1931,publica a encíclica: Quadragesimo anno motivado pela Grande Depressão de 1929. Neste documento, reitera a condenação do comunismo, faz também forte crítica do socialismo, inclusive do "socialismo moderado" e o considera inteiramente incompatível com a prática e a fé católica.
Divini Redemptoris é uma carta encíclica publicada pelo Papa Pio XI em 19 de março de 1937 (dia festa de São José na Igreja Católica) sobre o "comunismo ateu".
Na introdução o Papa chama o comunismo de perigo ameaçador:
"é do comunismo, denominado bolchevista e ateu, que se propõe como fim peculiar revolucionar radicalmente a ordem social e subverter os próprios fundamentos da civilização cristã."

Central Intelligence Agency (CIA), A agência foi criada em 1947 pelo presidente Harry S. Trumanmediante um pacto governamental de Segurança Nacional para satisfazer uma necessidade estratégica devido ao início da Guerra Fria e ao avanço do comunismo.
Para coordenar as atividades da Agência, existe uma Diretoria Central de Inteligência, cuja função é interligar a comunidade de informação ao Presidente dos Estados
Unidos, fazendo aconselhamento das melhores estratégias possíveis e suas conseqüências, de forma a intervir, quando necessário, em organizações ou Estados que possam causar prejuízo aos Estados Unidos. 18 de abril de 1948, são convocadas eleições gerais , comunistas e socialistas coligaram-se contra a Democracia Cristã liderada por De Gasperi.


Coerente com o magistério da Igreja que já condenava o marxismo como heresia desde antes de Leão XIII e através da encíclica Rerum Novarum e de outros documentos pontifícios de seus sucessores, naquelas eleições prestou claro apoio a De Gasperi e à Democracia Cristã Italiana que, afinal, saiu-se vitoriosa, e proibiu o clero católico de votar no PCI (Partito Communista D'Italia) o que, segundo seus críticos, seria mostra de seu viés conservador.
Na verdade Pio XII se empenhara naquela eleição e com ele toda a Igreja Católica para garantir a vitória da Democracia Cristã na Itália e evitar que sucedesse na nascente democracia italiana o que vinha ocorrendo então, na denominada Cortina de Ferro. Em várias oportunidades tratou do tema como na Carta Apostólica Dum maerenti animo - A Igreja perseguida na Europa do Leste (29 de junho de 1956) e na Carta Apostólica "Sacro vergente anno" - Consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Maria (7 de julho de 1952
)

Deste modo todos os católicos que votarem (é uma espécie de prestar favor) ou se filiarem em partidos comunistas, escreverem livros filo-comunistas, ou revistas estão excluídos dos sacramentos.

Os que defenderem, propagarem ou declararem o materialismo dos comunistas também estão excomungados automaticamente.


Esse decreto do Santo Ofício de Pio XII, que foi confirmado por João XXIII em 1959, continua válido.

Aliás, Pio XII trabalhou pessoalmente contra o comunismo na Itália.

Tal condenação do comunismo se soma às condenações feitas por Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Pio XI, Pio XII (ele também condenou em outras oportunidades), João XXIII, Paulo VI, Concílio Vaticano II (reiterou as condenações precedentes) e João Paulo II.

Faz mais de cem anos que a Igreja Católica condena o comunismo, socialismo e qualquer tipo de materialismo e igualdade material. A pena para os que desobedecem a proibição de ajudar o comunismo (ou suas variantes) sob qualquer aspecto (incluindo a votação nos partidos filo-comunistas) é a excomunhão automática.

"Socialismo religioso, socialismo cristão, são termos contraditórios: ninguém pode ao mesmo tempo ser bom católico e socialista verdadeiro" (Pio XI)

Pio XII, durante a Segunda Guerra Mundial, considerado o mais poderoso sacerdote da história moderna. preocupado com o avanço do bolchevismo russo para oeste europeu, sempre foi indiferente aos judeos, dizia que eles eram capazes de cuidarem de si mesmos, acordos foram feitos com o partido Nazista que estava proliferando no começo dos anos 30 e Hitler precisava do apoio do vaticano, que para Pacelli era a garantia que os católicos nao seriam molestados pelos nazistas e o patrimonio do Vaticano nao seria afetado ou tomado e os nazistas por sua vez, neutralizariam assim o potencial católico na época, o que mais ligou o papa aos nazistas era o anticomunismo e o antijudaísmo de ambos.

União Soviética e os comunistas não aceitam a autoridade do Papa pois em teoria, são ateus.Isso nunca impediu que existisse na Rússia e nos países do leste, a Igreja Ortodoxa, que é a entidade religiosa máxima destes países.

O João Paulo II também era um fervoroso combatente do comunismo e seu principal aliado foi o presidente americano Ronald Reagan.

Nascido na Polônia, Wojtyla foi considerado um militante anticomunista, que ajudou a derrotar as ditaduras socialistas do Leste Europeu e a esfriar a Guerra Fria, questionou a Teologia da Libertação, optou por atacar os instrumentos marxistas e as propostas que considerava materialistas e discriminatórias utilizadas na defesa dos que estão à margem da sociedade.

Apoiava fortemente o sindicato polonês Solidariedade, e a maior parte dos historiadores concorda que o pontífice teve uma participação importante nos eventos que levaram à formação do primeiro governo eleito livremente no Leste Europeu e à queda do Muro de Berlim, tanto o muro como o regime comunista desabaram pelo trabalho silencioso e forte de João Paulo II,

Também em prol da união da fé, João Paulo II agiu como estadista. Sempre pediu que as religiões não fossem usadas para justificar a violência. Foi o primeiro papa que pisou em uma sinagoga, que entrou numa igreja protestante e que visitou uma mesquita.

Em 1996, o presidente cubano, Fidel Castro, visitou o Papa, o que representou o primeiro passo para a normalização das atividades religiosas em Cuba.

Já no século 21, João Paulo II tornou-se o primeiro papa a receber uma delegação oficial da Igreja Ortodoxa Grega desde o cisma entre Oriente e Ocidente. Durante uma visita a Atenas, em 2001, o papa pediu a Deus para perdoar os católicos romanos por mil anos de pecados contra os cristãos ortodoxos.

Ele também pediu perdão aos muçulmanos pelas Cruzadas e aos judeus por séculos de anti-semitismo.

Em 25 de janeiro de 1998, o Papa esteve em Havana, capital de Cuba, onde permaneceu por cinco dias. O convite partiu do presidente cubano Fidel Castro. Foi a primeira vez que um Santo Padre rezou uma missa campal na ilha comunista.
Mas um sonho foi impossível, para João Paulo II: uma visita a Moscou, a capital da Rússia e grande berço do socialismo. O governo russo simplesmente não autoriza a visita do Santo Padre.
Alexis II patriarca de igreja Ortodoxa Russa, e que tinha vínculos estreitos com o Kremlin era contrário a atividades de missionários católicos na Rússia e na Ucrânia, acusando os católicos de proselitismo,se opos a viagem do Papa João Paulo II à Rússia, argumentando que o Vaticano estaria a tentar promover a fé católica no país.
Durante o seu patriarcado, Alexis II teve uma influência preponderante na sociedade russa, ainda que a Constituição nacional estipule que a Rússia é um Estado composto por várias confissões religiosas, integrado por ortodoxos, muçulmanos, judeus e budistas.
Após a queda da União Soviética, ele liderou um grande renascimento religioso na Rússia, levando à construção de centenas de igrejas novas em todo o país.
Alexis II foi acusado várias vezes de ter sido informador dos antigos serviços secretos russos, o KGB, acusação que o patriarcado de Moscovo negou sempre. O religioso reconheceu, porém, que as autoridades religiosas chegaram a alguns acordos com o governo soviético e pediu perdão e compreensão a todos aqueles a quem a cumplicidade da Igreja pudesse ter causado danos, durante uma entrevista dada em 1991.
Durante a recta final do seu patriarcado deu impulso a um aproximar da sua ortodoxia à Igreja Católica. Sucessivos encontros entre Alexis e João Paulo II foram sendo previstos, em território neutro, mas foram sempre adiados, por oposição do patriarca russo. Só com a eleição do alemão Joseph Ratzinger para Papa – Bento XVI – Alexis começou a mostrar sinais de abertura a uma aproximação mais efectiva ao Vaticano. Numa primeira reacção à morte do religioso russo, a Santa Sé exprimiu a sua "surpresa" e a sua "dor" perante o anúncio da morte do patriarca.

A viagem mais famosa de João Paulo II ocorreu ao santuário de Fátima, em Portugal.

Era o dia 13 de maio de 2000 e a Igreja Católica surpreendeu o mundo ao anunciar a Terceira Revelação de Fátima, porque já estava cumprido, a Irmã Lucia quando leu a interpretação do Vaticano, sobre o Segredo, preparado pela Congregação da Fé, concordou com ele.

Na ocasião, o polonês beatificou os irmãos Francisco e Jacinta Marto.

No ano 2000 a Igreja Católica revelou ao mundo o que em 1917 teria aparecido para as três crianças em Portugal, o terceiro segredo de Fátima, que segundo a análise do Vaticano, o segredo estaria relacionado ao atentado contra o Papa. Cumpriu-se assim, o que Nossa Senhora tinha dito às crianças em 1917, "por fim o meu Coração Imaculado triunfará."

O Papa foi baleado, por iniciativa da comunista União Soviética exatamente no dia 13 de maio de 1981, dia de Nossa Senhora de Fátima, que milagrosamente a salvou da morte, como disseram os médicos que operaram. O próprio Papa disse: “uma mão criminosa puxou o gatilho, mas outra Mão guiou a bala”.

No ano seguinte, no dia 13 de maio de 1982, o Papa foi a Fátima e levou esta bala para ser colocada no coroa de Nossa Senhora.

Ela venceu (?) , o Papa sobreviveu e o comunismo ateu e materialista desabou.

O Sumo Pontífice sempre afirmou que a Virgem Maria teria "desviado as balas".

Conforme divulgou o Vaticano, o terceiro mistério anunciado pela Virgem aos pastores era a imagem de um bispo vestido de branco que caminhava entre os corpos de mártires caídos ao chão, aparentemente mortos, sob uma chuva de disparos. A Praça de São Pedro é rodeada de imagens de santos e mártires. A revelação do mistério encerrou décadas de suposições, muitas delas relacionando o segredo a profecias apocalípticas como o fim do mundo.


terça-feira, 14 de julho de 2009


A teologia da libertação é uma corrente teológica que engloba diversas teologias cristãs desenvolvidas no Terceiro Mundo ou nas periferias pobres do Primeiro Mundo a partir dos anos 70 do século XX, baseadas na opção pelos pobres contra a pobreza e pela sua libertação. Desenvolveu-se inicialmente na América Latina.

Estas teologias utilizam como ponto de partida de sua reflexão a situação de pobreza e exclusão social à luz da fé cristã. Esta situação é interpretada como produto de estruturas econômicas e sociais injustas, influenciada pela visão das ciências sociais, sobretudo a Teoria da Dependência na América Latina, que possui inspiração marxista.

A situação de pobreza é denunciada como pecado estrutural e estas teologias propõem o engajamento político dos cristãos na construção de uma sociedade mais justa e solidária, cujo projeto identifica-se com ideais da esquerda. Uma característica da Teologia da Libertação é considerar o pobre, não um objeto de caridade, mas sujeito de sua própria libertação. Assim, seus teólogos propõem uma pastoral baseada nas comunidades eclesiais de base, nas quais os cristãos das classes populares se reúnem para articular fé e vida, e juntos se organizam em busca de melhorias de suas condições sociais, através da militância no movimento social ou através da política, tornando-se protagonistas do processo de libertação. Além disto, apresentam as Comunidades Eclesiais de Base como uma nova forma de ser igreja, com forte vivência comunitária, solidária e participativa.

Por seu método e opções políticas, trata-se de uma teologia extremamente controversa, tanto pelas suas implicações nas igrejas quanto na sociedade. A partir dos anos 1980, com a redemocratização das sociedades latino-americanas e a queda do muro de Berlim com conseqüente crise das esquerdas e as transformações sociais e econômicas provocadas pela globalização e o avanço do neoliberalismo esta teologia perdeu parte de sua combatividade política e social.

Foi a partir do engajamento de grupos cristãos na política que surgiu a Teologia da Libertação, como uma reflexão teórica destas experiências, retro alimentando este movimento de busca da mudança para uma sociedade com viés esquerdista.

Ao final dos anos 70 e início dos 80, a redemocratização das sociedades latino-americanas e caribenhas faz com que a Teologia da Libertação perdesse parte de sua combatividade política e social. Aliado a este fator, a queda do socialismo real e a crise da esquerda política fazem com que estes movimentos repensem sua identidade.

Fatores no interior da Igreja Católica também tiveram seu impacto: a eleição de João Paulo II. A experiência do novo papa, vindo de um regime comunista hostil à Igreja , fez com que ele visse com suspeita os movimentos de libertação latino-americanos. Muitos teólogos da libertação foram acusados de fomentar a formação de células comunistas dentro da Igreja através das comunidades eclesiais de base.
As mudanças ocorridas na sociedade desde então apresentam novos desafios ao que atualmente se chama de Cristianismo de Libertação: o neoliberalismo econômico e a exclusão social, a globalização, o pluralismo cultural e religioso[3], a crise das igrejas cristãs históricas ante o fenômeno da pós-modernidade.

Uma visão mais ampla da libertação passa a ser almejada, não apenas focada em uma visão economicista, mas baseada também em dados antropológicos, psicológicos e religiosos. Além disto, temas como a igualdade entre homem e mulher, a discriminação racial, o diálogo inter-religioso, as minorias e a ecologia vão sendo progressivamente incorporados ao engajamento dos cristãos e à reflexão teológica sobre a libertação.

O marco do nascedouro da Teologia da Libertação está na publicação da obra Da Esperança, de Rubem Alves, que tinha o título de Teologia da Libertação, criticando a teologia metafísica de uma forma geral e propondo o nascimento de novas comunidades de cristãos animados por uma visão e por uma paixão pela libertação humana e cuja linguagem teológica se tornava histórica.
A primeira participação católica no lançamento da Teologia da Libertação foi a publicação da Teologia da Revolução, em 1970, pelo teólogo belga radicado no Brasil José Comblin. Em 1971, Gustavo Gutiérrez publicou Teologia da Libertação. Somente em 1972, Leonardo Boff surge no cenário teológico com a publicação de Jesus Cristo Libertador.

Como Rubem Alves estava asilado nos EUA neste período, Boff passou a ser o mais conhecido representante desta corrente teológica que vivia no Brasil, devido à proteção recebida pela ordem dos franciscanos, à qual ele pertencia.

Leonardo Boff ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1959 e foi ordenado sacerdote em 1964. Em 1970, doutorou-se em Filosofia e Teologia na Universidade de Munique, Alemanha. Ao retornar ao Brasil, ajudou a consolidar a Teologia da Libertação no país. Lecionou Teologia Sistemática e Ecumênica no Instituto Teológico Franciscano em Petrópolis (RJ) durante 22 anos. Foi editor das revistas Concilium (1970-1995) (Revista Internacional de Teologia}, Revista de Cultura Vozes (1984-1992) e Revista Eclesiástica Brasileira (1970-1984).

O método destas teologias é indutivo, não parte da Revelação e da Tradição eclesial para fazer interpretações teológicas e aplicá-las à realidade, mas partem da interpretação da realidade da pobreza e exclusão e do compromisso com a libertação para fazer a reflexão teológica e convidar à ação transformadora desta mesma realidade. Ocorre também uma crítica à teologia moderna e sua pretensão de universalidade. Consideram esta teologia eurocêntrica e desconectada da realidade dos países periféricos.

Enquanto pese as análises positivas acerca da Teologia da libertação, acusa-se tal ideologia de ter fechado os olhos para os assassinatos praticados em regimes ditos socialistas, como os de Cuba, com Fidel Castro, e da URSS stalinista.
Ainda, acusa-se tal movimento de ser condescendente com a culpabilidade da Igreja, que segundos estudiosos, é bem menor do que julgam os promotores, e de deturpar o caminho divino, colocando-o em segundo plano diante da missão terrena de ajudar os pobres.

Integrantes do movimento afirmam que este movimento sempre foi baseado em ideais de amor e libertação de todas as formas de opressão (especialmente opressão econômica). Também afirmam que ele teria uma forte base nas escrituras sacras. Por outro lado, alguns aspectos da teologia da libertação têm sido fortemente criticados pela Santa Sé e por várias igrejas protestantes (embora a Igreja Luterana a tenha adotado), como por exemplo o fato dos adeptos da Teologia da Libertação assumirem o papel político da igreja e pela utilização do Marxismo como base ideológica do movimento.

Segundo Tamayo, a Teologia da Libertação surgiu na América Latina como sistematização de um novo método teológico. Entretanto, nas últimas décadas, desenvolveu-se no Terceiro Mundo e nos ambientes marginalizados dos países desenvolvidos reflexões teológicas que também podem ser classificadas como Teologia da Libertação.

Teologia da libertação africana

A reflexão teológica sobre a libertação trabalha com categorias antropológicas: a aculturação e conseqüente perda da identidade coletiva dos povos, além de sua pobreza estrutural e seu sistema de dominação. Defende-se uma verdadeira inculturação do cristianismo. Os teólogos africanos associaram-se na Associação Ecumênica de Teólogos Africanos.

Teologia da libertação sul-africana

Esta teologia distingue-se da teologia africana por tratar do tema do apartheid. Trabalha intensamente a questão da raça, da negritude.

Teologia da libertação negra nos Estados Unidos

Esta teologia surgiu e se desenvolveu a partir da luta pelos direitos civis dos negros, liderados por Martin Luther King e a busca do poder negro de Malcolm Little.
Busca dois meios de libertação: a consciência negra e o poder negro. Posteriormente, ampliou seus horizontes para a busca de libertação dos pobres e minorias da sociedade americana, como os hispânicos, os asiáticos.
Esta teologia brotou inicialmente nas igrejas negras e seminários protestantes. O marco dessa teologia negra a publicação em 1969 da obra Black Theology and Black Power (Teologia negra e poder negro) pelo Rev. James Cone.

Esta teologia vem ganhando destaque devido à sua influência sobre Barack Obama, eleito Presidente dos Estados Unidos da América.
Teologia da Libertação na Ásia

Tomando como base o desenvolvimento da Teologia da Libertação na América Latina, os teólogos asiáticos refletem basicamente sobre dois aspectos: a interação entre filosofia (como uma cosmovisão religiosa) e religião (como filosofia vivida) e a interação entre religiosidade e pobreza na Ásia. Um dos baluartes desta teologia é o diálogo inter-religioso, dada a situação não-cristã dos pobres da Ásia.

Diálogo com o Islã

Em agosto de 1988, um pequeno grupo de teólogos xiitas liderados pelo Ayatolah Yafhar Subhanni, enviados do Ayatollah Ruhollah Khomeini, chegou à Argentina buscando contatos com a Teologia da Libertação através do Prêmio Nobel da Paz e ativista dos Direitos Humanos Adolfo Pérez Esquivel. Iniciou-se então um diálogo singelo porém duradouro e crescente. Ocorreram vários encontros na cidade de São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires.

Do lado cristão participaram Leonardo Boff, Clodovis Boff, Rosalvo Salgueiro, Adolfo Pérez Esquivel, Dom Paulo Evaristo Arns, Pedro Ribeiro de Oliveira, Paulo de Andrade entre outros, e do lado islâmico participaram principalmente professores da Universidade da Cidade Santa iraniana de Qom, como o Ayatolah Yafhar Subhanni, o Ayatolah Taqui Misbah al Yasdi, o Huyatolislam Mohsen Rabanni, o Sheik Abdul Karin Paz, o embaixador do Irã no Vaticano Maseyami Y, o historiador Shamsudin Helia, e a teóloga Lili Kashanni.

O diálogo se esmaeceu e a última reunião ocorreu há mais de dez anos, em setembro de 1997. Outras tentativas de diálogos foram e estão sendo tentadas mas os principais momentos de encontro acabam ocorrendo por ocasião do Fórum Social Mundial.

Na Igreja Católica, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou dois documentos sobre esta teologia: Libertatis Nuntius (1984) e Libertatis conscientia (1986). Neles, a Igreja, apesar de defender a importância do seu compromisso radical para com os pobres, considerou-a como heterodoxa. Isto principalmente porque a Igreja acha que a disposição da teologia da libertação em aceitar postulados do marxismo ou de outras ideologias políticas não era compatível com a doutrina católica, especialmente ao afirmar que "só seria possível alcançar a redenção cristã com um compromisso político". Nestes documentos, a Igreja salienta muito o risco da instrumentalização política da fé.
Alguns afirmam que o que ocorreu não foi uma crítica ou repressão ao movimento em si, mas sim correção de certos exageros de alguns de seus representantes (como sacerdotes mais tendentes à política). Outros afirmam que houve uma deliberada sanção à Igreja Latino-Americana na repressão à sua forma mais pungente de ação e crítica social.

Entretanto, o próprio Papa João Paulo II dirigiu uma carta à CNBB, datada de 9 de abril de 1986, pedindo o compromisso com o verdadeiro desenvolvimento desta teologia: "...estamos convencidos, nós e os senhores, de que a Teologia da Libertação é não só oportuna, mas útil e necessária. Ela deve constituir uma nova etapa, em estreita conexão com as anteriores, daquela reflexão teológica iniciada com a tradição apostólica e continuada com os grandes padres e doutores, com o magistério ordinário e extraordinário e, na época mais recente, com o rico patrimônio da Doutrina Social da Igreja expressa em documentos que vão da Rerum Novarum a Laborem Exercens".
"Os pobres deste país, que tem nos senhores os seus pastores, os pobres deste continente são os primeiros a sentir urgente necessidade deste evangelho da libertação radical e integral. Sonegá-lo seria defraudá-los e desiludi-los".

Para concluir, o Papa incita ao seu verdadeiro desenvolvimento de modo homogêneo e não heterogêneo com relação à teologia de todos os tempos, em plena fidelidade à doutrina da Igreja, atenta a um amor preferencial e não excludente nem exclusivo para com os pobres.

Mas, com a ascensão do pensamento tradicionalista na Igreja Católica, a Teologia da Libertação foi paulatinamente sendo excluída da Igreja oficial, mantendo-se porém ainda viva nos movimentos sociais existentes dentro da Igreja, especialmente aqueles que estão comprometidos com uma análise crítica da realidade. Por outro lado, a força de suas idéias difundiram-se pelo clero e grande parte dos sacerdotes latino-americanos, estando eles hoje ligados em maior ou menor grau aos ideais heterodoxos dessa escola teológica.

Com Leonardo Boff sobre seus questionamentos a respeito da hierarquia da Igreja, expressos no livro Igreja, Carisma e Poder, renderam-lhe um processo junto à Congregação para a Doutrina da Fé, então sob a direção de Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI.

Em 1985, foi condenado a um ano de “silêncio obsequioso”, perdendo sua cátedra e suas funções editoriais no interior da Igreja Católica. Em 1986, recuperou algumas funções, mas sempre sob severa vigilância. Em 1992, ante nova ameaça de punição, desligou-se da Ordem Franciscana e pediu dispensa do sacerdócio. Sem que esta dispensa lhe fosse concedida, uniu-se, então, à educadora popular e militante dos direitos humanos Márcia Monteiro da Silva Miranda, divorciada e mãe de seis filhos. Boff afirma que nunca deixou a Igreja: "Continuei e continuo dentro da Igreja e fazendo teologia como antes", mas deixou de exercer a função de padre dentro da Igreja. Suas críticas à estrutura hierárquica da Igreja Católica e seus vínculos com a teologia da libertação fazem com que setores católicos considerem-no apóstata.

Os teólogos da libertação atualmente reúnem-se no Fórum Mundial de Teologia e Libertação. Este fórum surgiu de um encontro de teólogos durante o III Fórum Social Mundial, em 2003 .
O I Fórum Mundial ocorreu em Porto Alegre, em janeiro de 2005.
O II Fórum ocorreu em janeiro de 2007 em Nairóbi, capital do Quênia, com o tema “Espiritualidade para outro mundo possível”. Estes Fóruns antecedem o Fórum Social Mundial- FSM.
O último fórum ocorreu em Belém (Pará) de 21 a 25 de janeiro de 2009, aberto ao público e com entrada gratuita. Seu tema geral foi Água, Terra, Teologia - para outro mundo possível. A proposta do fórum é reunir teólogos e teólogas cristãs dos diversos continentes que trabalhem com o tema da libertação, em todas as suas dimensões, tornando-se "um espaço de encontro para reflexão teológica de alternativas e possibilidades de mundo, tendo em vista contribuir para a construção e uma rede mundial de teologias contextuais marcadas por perspectivas de libertação".

sexta-feira, 10 de julho de 2009



A crise que o socialismo atravessava parecia prenunciar a falência do bloco soviético. Naquele finalzinho de década, os Estados Unidos apareciam diante do mundo como os vencedores da Guerra Fria, como a única superpotência, aquela que deveria ter a voz decisiva na consolidação da nova ordem mundial que surgia em meio aos escombros do muro de Berlim.

Inicialmente, a proposta de reunificação das Alemanhas não foi bem recebida pela França, Grã-Bretanha e outros países europeus, que temiam o ressurgimento da grande potência germânica, berço do nazismo e de ambições históricas de hegemonia sobre a Europa. Dentro da própria Alemanha Ocidental, a oposição argumentava que o lado capitalista teria de arcar com um preço muito alto para modernizar as empresas obsoletas e adaptar as estruturas sociais da Alemanha Oriental.

Com o apoio dos Estados Unidos, a potência germânica renascia no coração de uma Europa perplexa e preocupada.

A União Soviética ainda era uma potência militar, mas já não possuía a estatura de uma superpotência, o líder Mikhail Gorbatchev era acusado de traidor por seus adversários.
A Nova Ordem Mundial também é um conceito sócio-econômico-político que faz referência ao contexto histórico do mundo pós-Guerra Fria. Foi utilizada pelo presidente norte-americano Ronald Reagan na década de 1980, referindo-se ao processo de queda da União Soviética e ao rearranjo geopolítico das potências mundiais.
A Nova Ordem Mundial foi o que o presidente Bush chamou de ordem multipolar, onde novos pólos econômicos estavam surgindo, entre eles, Japão, China, Rússia e União Européia. Quando deu início a nova ordem mundial, a rivalidade entre os sistemas econômicos opostos, a classificação dos países em 1º, 2º e 3º mundo e a ordem bipolar, EUA e URSS, deixaram de existir.

A nova ordem mundial implica a revisão dos conceitos tradicionais que, por décadas, serviram para explicar a organização geopolítica e geoeconômica do espaço mundial.

O deslocamento da natureza do poder dos arsenais nucleares e convencionais para a eficácia, produtividade e influência das economias constituiu um dos mais notáveis fenômenos que acompanharam a dissolução da ordem da Guerra Fria.

A multipolaridade do poder global substituiu a rígida geometria bipolar do mundo do pós-guerra. A internacional
ização dos fluxos de capitais e a integração dos fluxos de capitais e a integração das economias nacionais atingiram um patamar inédito. Como conseqüência, os pólos de poder da nova ordem mundial apresentam contornos supranacionais. Delineiam-se megablocos econômicos organizados em torno das grandes potências do fim do século.

A nova ordem mundial ergueu-se sobre uma revolução tecnocientífica que reorganiza o alocamento dos capitais no espaço geográfico. A crise das velhas regiões urbanas e industriais desenvolve-se paralelamente à emergência de eixos de crescimento econômico apoiado em novas tecnologias industriais, nas finanças e nos serviços. Nesse movimento, a pobreza dissemina-se por toda a superfície do globo, avançando sobre as fronteiras do Primeiro Mundo e instalando-se no coração dos Estados Unidos e da Europa ocidental. No mundo todo, microespaços de prosperidade convivem com cinturões envolventes de pobreza e desemprego. Vastas regiões da África Subsaariana, América Latina e Ásia meridional conhecem as tragédias associadas à miséria absoluta.

A nova ordem mundial não é mais estável ou segura que a ordem da Guerra Fria.

Se o espectro da catástrofe nuclear parece ter sido afastado, novos demônios tomaram-lhe o lugar.

A emergência dos nacionalismos e da hostilidade étnica, o ressurgimento do racismo e da xenofobia e a multiplicação dos conflitos localizados evidenciam a componente de instabilidade introduzida pela decadência das velhas super-potências. O século vindouro não promete um mundo melhor para se viver que o século que se encerra".

O governo de Moscou, assim como as outras potências, esboçara um tímido protesto à invasão norte-americana no Panamá, em dezembro de 89.
Oficialmente, os Estados Unidos invadiram o Panamá para depor e prender o general Manoel Noriega, homem-forte do país, acusado de ser um narcotraficante. Ironicamente, Noriega tinha uma vasta folha de serviços prestados à CIA, a Agência Central de Inteligência, durante os anos 70.
Do ponto de vista geopolítico, a invasão tinha motivos mais consistentes. No dia 1º de janeiro de 1990 venceria o prazo para que os Estados Unidos entregassem ao governo panamenho o controle administrativo do Canal do Panamá, que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico. A Casa Branca não estava disposta a cumprir o prazo, estabelecido num acordo em 1977. O Canal do Panamá, além de sua importância econômica, tinha um forte significado estratégico, como base do Comando Sul do Exército dos Estados Unidos.

Na época da Guerra Fria, o Comando Sul tinha como missão lutar contra o avanço comunista na América Central. Depois que o comunismo deixou de ser uma ameaça a Washington, o combate ao narcotráfico passou a ser a justificativa norte-americana para manter a base e o controle sobre o Canal do Panamá.

No final dos anos 80 e início dos 90, os Estados Unidos adotaram o combate ao narcotráfico como a nova bandeira de luta do "bem contra o mal". Em nome dela, os norte-americanos procuravam justificar ingerências na América Latina, especialmente no Brasil, Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. Enfim, nos países da região da Amazônia internacional, uma reserva natural estratégica que, sem dúvida, será de importância crucial no próximo século.
Mas foi durante a crise do Golfo Pérsico que os Estados Unidos consolidaram seu novo papel no cenário mundial. Em agosto de 1990, o ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou a invasão e ocupação do vizinho Kuwait, sob a alegação de que historicamente o pequeno país fazia parte do Iraque. O presidente norte-americano, George Bush, reagiu energicamente.

A crise no Golfo Pérsico evidenciava a nova postura diplomática dos Estados Unidos.

Naquele momento, já estava evidente que a Casa Branca tinha nas mãos o poder de articular todas as iniciativas na defesa de seus interesses.

Nos tempos da Guerra Fria, as principais questões mundiais eram decididas pelo Conselho de Segurança da ONU, um âmbito de decisões em que Moscou e Washington exercitavam seu poder de veto de acordo com o vai-e-vem das tensões entre as superpotências. Na crise do golfo, esse jogo já não existia. Os Estados Unidos tomavam todas as iniciativas.
Entre o a invasão do Kuwait, em agosto de 90, e o fim do prazo para a retirada dos iraquianos, em janeiro de 91, o presidente Bush enviou 500 mil soldados americanos ao Golfo Pérsico. Durante cinco meses, as TVs, revistas e jornais dos Estados Unidos e de todo o mundo ocidental veicularam fotos e imagens dos soldados americanos despedindo-se da família no embarque com destino à área de conflito. A mesma coisa não ocorria com o outro lado, o lado humano dos soldados árabes, que pouco era mostrado.

"Essa operação de encobrimento da face humana dos árabes correspondeu a uma estratégia dos Estados Unidos. Depois que o comunismo acabou, os Estados Unidos precisavam convencer o mundo de que havia um novo inimigo universal, um novo representante das potências do mal, um novo Satã. A Guerra do Golfo forneceu essa oportunidade aos americanos, quando Saddam Hussein foi apresentado como representante do Islã, uma religião de fanáticos, uma religião que queria destruir o Ocidente, que queria reeditar o nazismo.
Foi dessa forma que os norte-americanos pretenderam convencer o mundo de que os Estados Unidos, a grande potência vencedora da Guerra Fria, era também a guardiã dos valores democráticos, dos valores ocidentais." José Arbex Jr. jornalista

O ataque contra o Iraque começou na noite de 16 para 17 de janeiro de 1991. Durante quarenta dias, mísseis disparados de aviões americanos encheram de luz os céus de Bagdá, a capital iraquiana. Calcula-se que só na primeira semana as forças dos Estados Unidos tenham despejado sobre Bagdá uma quantidade de bombas equivalente a sete vezes a potência da bomba que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima, em 1945.

Apesar da transmissão ao vivo e da violência dos bombardeios, os telespectadores pouco viram cenas de morte. Na época, surgiu a versão de que as armas utilizadas nunca erravam o alvo, de que atingiam objetivos militares com grande precisão, poupando vidas humanas.
Hoje, sabe-se que morreram cerca de 170 mil iraquianos na Guerra do Golfo, a maioria civis. É natural que os Estados Unidos fizessem todo o possível para manter a opinião pública a seu favor. Todos os governos fazem isso em tempo de guerra. Mas é importante observarmos a facilidade com que a versão norte-americana, de uma "guerra sem sofrimento", foi aceita pela opinião pública mundial, em particular a dos próprios Estados Unidos.
Afinal, a mobilização da opinião pública americana havia sido decisiva para a derrota dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã, no final dos anos 60. E, duas décadas depois, recebia como heróis os soldados de uma guerra violenta e desigual. Qual a razão de uma mudança de comportamento tão profunda ? A resposta a essa questão é importante, porque permite estabelecer alguns aspectos fundamentais da ordem mundial no pós-Guerra Fria.

Durante a Guerra Fria, havia um claro choque entre dois sistemas de valores econômicos, políticos, sociais e ideológicos. Nos anos 60, a juventude questionou todos os valores, tanto os socialistas quanto os capitalistas. O discurso pela paz e contra a guerra, contra o racismo e contra a hipocrisia indicava um caminho novo. Mas nos anos 70 e 80 as propostas pacifistas perderam a força. Os grupos de rock, as drogas e o sexo tornaram-se uma grande indústria lucrativa. Perderam o seu caráter de protesto. A humanidade ingressou na década de 80 imersa numa grande crise de valores.

Assim, no final dos anos 80 a visão neoliberal já era dominante no mundo ocidental. O fim do socialismo acentuou a força do neoliberalismo. O capitalismo aparecia como o grande vencedor, como a forma ideal de organizar a vida, a política e a economia do planeta. A própria realidade mundial, no entanto, desmentia esse otimismo e fazia do neoliberalismo um sintoma da impotência do ser humano diante da crescente miséria no mundo, causada pelas desigualdades, pelas injustiças e pelas guerras. Foi nesse contexto de tendência neoliberal que as disputas econômicas se multiplicaram, com a formação ou consolidação dos blocos econômicos nos anos seguintes ao fim da Guerra Fria.

Em junho de 91, os Estados Unidos lançaram uma ofensiva em seu comércio exterior com a "Iniciativa Para as Américas", um plano que pretendia criar um mercado unificado do Alasca à Terra do Fogo.

Em 93, os Estados Unidos ganharam mais motivos concretos para se preocupar. Em 1º de janeiro daquele ano, foi criada a União Européia, uma zona de livre comércio entre os antigos países-membros da Comunidade Econômica Européia. No outro lado do mundo, o Japão e os Tigres Asiáticos, como eram conhecidos Hong Kong, Taiwan, Coréia do Sul, Cingapura e Malásia, constituíam outro pólo em plena expansão, com que os Estados Unidos vinham mantendo relações comerciais tensas desde o final dos anos 80. Apenas o continente africano estava fora das grandes disputas comerciais, com a exceção de alguns países ricos, como a África do Sul.

Diante dessa conjuntura, os Estados Unidos, especialmente após a Guerra do Golfo, sentiram-se à vontade para determinar os rumos da política internacional.

A Rússia não foi integrada a nenhum bloco econômico. Em primeiro lugar, ela se tornou o país-líder da CEI, a Comunidade de Estados Independentes, formada depois da dissolução da União Soviética. A Comunidade constituiu-se num grande mercado para Moscou, mesmo não sendo uma zona de livre comércio. Os países da CEI dependiam do petróleo, de manufaturados e de várias matérias-primas para a indústria e o comércio, todos produtos oferecidos pela Rússia.

Em dezembro de 1992, a Casa Branca determinou a invasão da Somália, com autorização da ONU. Oficialmente, o objetivo era prestar ajuda humanitária a um dos países mais miseráveis do mundo, envolto em uma guerra civil.

Havia, no entanto, o outro lado da questão: a Somália controla a entrada do Golfo de Áden, passagem para o Mar Vermelho e o Canal de Suez. Este, por sua vez, liga o Oceano Índico ao Mar Mediterrâneo. Uma rota de importância mundial estratégica, por servir os petroleiros que abastecem o Japão, a Europa e os Estados Unidos.

A guerra contra o Iraque, em 91, já havia permitido a Washington o controle militar sobre o Golfo Pérsico. Com a invasão da Somália, os Estados Unidos completavam seu domínio sobre a região. A invasão da Somália teve também uma importância simbólica: ela consagrou o poder dos Estados Unidos de intervir em qualquer ponto do planeta, bastando que esse tipo de operação fosse de interesse da Casa Branca.
Ações norte-americanas em outros países não eram novidade. O fato novo é que, na condição de única superpotência do planeta, os Estados Unidos passaram a agir sem encontrar resistências internacionais muito significativas. E, nos anos 90, as operações em solo estrangeiro determinadas por Washington foram bem além da Somália. Também no Oriente Médio os Estados Unidos agiram livremente.

Bill Clinton, em setembro de 93, fez pressões pela conclusão de um acordo entre Israel e a OLP, Organização para a Libertação da Palestina. O objetivo era assegurar alguma estabilidade geopolítica duradoura na região.

Em julho de 94, a Casa Branca voltou suas atenções para a América Central e desembarcou suas tropas em Porto Príncipe, capital do Haiti.

Mais uma vez autorizados pela ONU, os norte-americanos queriam remover o governo militar e reinstalar o presidente eleito Jean-Bertrand Aristide, deposto por um golpe militar em 1991. Além das razões de inspiração humanitária e democrática, os Estados Unidos agiam em busca de uma solução para o problema social criado pelos refugiados haitianos em solo americano.

Os Estados Unidos foram também a força decisiva na intervenção da ONU na guerra civil da Bósnia, no final de 95. Através da OTAN, Washington praticamente impôs um acordo às forças sérvias, muçulmanas e croatas, em conflito desde 91. O acordo não resolveu nenhum dos problemas que provocaram a guerra, mas pacificou a região e reforçou a campanha de Bill Clinton à reeleição, no final de 96.

No final de fevereiro de 98, os Estados Unidos suspenderam na última hora o início de um novo conflito armado no Golfo Pérsico. Os norte-americanos, apoiados especialmente pela Grã-Bretanha do primeiro-ministro trabalhista Tony Blair, mobilizaram quatro porta-aviões, 27 mil homens e 372 aviões para a região. A perspectiva era de usar a força para obrigar o ditador iraquiano Saddam Hussein a permitir o trabalho de emissários da ONU, que inspecionavam o Iraque em busca de armas químicas e nucleares proibidas. O ataque dos norte-americanos e aliados foi evitado pela atuação diplomática do secretário-geral da ONU, o ganês Kofi Annan.
Nos últimos dias de fevereiro, Annan convenceu Saddam a permitir o livre trânsito dos inspetores da ONU em seu território. Neste episódio, Washington enfrentou a resistência da França, da China, dos países árabes e particularmente da Rússia de Bóris Ieltsin. Esses países procuraram dissuadir os Estados Unidos a resolver diplomaticamente a questão. E, em último caso, a limitar os bombardeios somente aos locais suspeitos de abrigar as armas proibidas pelas Nações Unidas.
Em momentos de crises de valores, uma retórica política forte, agressiva e audaciosa, como a desenvolvida pelos Estados Unidos, tem uma forte capacidade de sedução. Nesse sentido, a multiplicação de imagens de poder torna-se uma nova forma de autoritarismo, revestida de democracia da informação. As tecnologias contemporâneas reforçam, a cada dia, o consumo das imagens, seja por meios tradicionais, como a televisão e o cinema, seja por redes de computadores e máquinas virtuais.

É de extrema importância que nossa atenção esteja voltada para isso. Nossa reflexão sobre os conceitos que estão por trás das imagens é fundamental para que a nossa conscientização, a conscientização da opinião pública, seja uma importante ferramenta de construção de uma sociedade mais harmoniosa e com melhor qualidade de vida no século XXI.




terça-feira, 7 de julho de 2009


محمد عبد الرحمن عبد الرؤوف عرفات القدوة الحسيني

Histórico líder da Organização para a Libertação da Palestina – OLP, Arafat lutou nos seus 75 anos de vida pela criação do Estado palestino, pátria natural de todos os palestinos.Nesses anos foi-se envolvendo cada vez mais nos meios políticos palestinos.
Presidente da Autoridade Nacional Palestina - ANP e principal líder político dos palestinos nos últimos 40 anos.

Yasser Arafat nasceu no Cairo, Egito, em 28 de agosto de 1929, então protetorado colonial inglês, com o nome de Mohammed Abdel-Raouf Arafat al Qudwa al-Hussein, morreu aos 75 anos internamento num hospital de Paris, depois de ter escapado a mais de 50 atentados e muitas conspirações , em 11 Novenbro 2004.

Um jovem guerrilheiro

Com 17 anos juntou-se aos grupos armados palestinos, que lutavam contra a criação de um Estado judeu na Palestina, então sob mandato britânico, participando nos combates de 1947-48 entre judeus e árabes e, depois, na guerra de 1948, que se seguiu à criação do Estado de Israel, momento em que os palestinos se tornam refugiados.

Em março de 1968, na pequena aldeia de Karameh, no Reino da Jordânia, uma batalha que segundo relatos não durou nem um dia, mudou definitivamente a vida de um engenheiro árabe de 38 anos de idade. Naquele dia na Batalha de Karameh, Yasser Arafat esteve à frente de um grupo de quase trezentos guerrilheiros palestinos, a maioria velhos e crianças, que lutou contra as tropas de um exército regular, o temido Exército de Israel, composto de pára-quedistas e tanques. Muitos lhe recomendaram a fuga, pois seria inútil lutar contra os israelenses, fortemente armados e treinados, mas Arafat naquele dia lutou, como lutaria as décadas seguintes, e se tornou um herói do povo palestino.


Convencido de que a luta contra Israel devia ser assumida pelos próprios palestinos, sem excessiva confiança na solidariedade dos Estados árabes, fundou em 1957 no Kuwait o movimento Al Fatah, juntamente com Jalil al-Wazir e Salah Jalaf.
O Fatah celebrou o seu congresso constitutivo no Kuwait em Outubro de 1959 e, nesse mesmo ano, Arafat viajou para Beirute para se juntar à família.

Em Fevereiro de 1969, foi eleito presidente do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP).
A partir de então, tornou-se conhecido na cena internacional, pelo keffieh branco e preto e o uniforme verde-azeitona.

Expulso da Jordânia, em 1970, e do Líbano, em 1982, na sequência de insistentes pressões israelitas e norte-americanas para acabar com os ataques palestinianos contra Israel lançados daqueles países, Arafat exilou-se na Tunísia.

A 13 de Abril de 1973, por exemplo, comandos israelitas mataram três dos seus principais colaboradores em Beirute, sem o encontrarem.

A 01 de Outubro de 1985, o seu quartel-general em Tunes foi quase totalmente destruído pela aviação israelita. Arafat, a caminho do seu gabinete, dera «meia volta» momentos antes do início do ataque aéreo.

Na sequência da sua renúncia à opção militar e do desencadear em 1987 da primeira Intifada, que inspirou e controlou, optou por negociações com Israel.
Em Abril de 1992, o seu avião despenhou-se no deserto líbio durante uma tempestade de areia. Arafat foi o único sobrevivente do acidente.
Muçulmano sunita, Arafat casou-se em segredo em 1992 com a sua jovem assistente, Suha Tawill, filha de uma abastada família cristã de Ramallah, que se converteu ao islamismo semanas depois do casamento.

Depois dos acordos de Oslo sobre a autonomia palestina, assinados a 13 de Setembro de 1993 e que lhe valeram o Nobel da Paz no ano seguinte, Arafat tornou-se o parceiro do primeiro-ministro israelita da altura, o trabalhista Yitzhak Rabin, na busca de uma solução negociada para o conflito entre os dois povos.

Em Julho de 1994, menos de um ano depois da assinatura dos acordos de Oslo, Arafat fez um regresso triunfal aos territórios palestinianos.

Em 1995, o casal teve uma filha, Zahwa, actualmente com 9 anos, que vive em Paris com a mãe desde 2001.

O assassínio de Rabin em 1995 por um extremista judeu, os obstáculos no terreno à aplicação dos acordos e uma série de atentados suicidas palestinianos em Israel mudaram o cenário.
O velho guerrilheiro Yasser Arafat foi eleito presidente da Autoridade Palestina em 1996 por uma esmagadora maioria.

A eclosão da segunda Intifada, a 28 de Setembro de 2000, acabou por ser a gota que fez transbordar o copo, com o governo israelita a assumir um distanciamento crescente em relação a Arafat, que acusou de nada fazer para impedir os atentados anti-israelitas.

Eleito em Março de 2001, o primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, declarou-o «fora de jogo» e decidiu não mais negociar com ele.

Pouco a pouco, os Estados Unidos alinharam com Israel e, a 24 de Junho de 2002, o presidente George W. Bush fez do afastamento de Yasser Arafat condição 'sine qua non' para a proclamação de um Estado palestiniano.

A partir daí, multiplicaram-se as pressões internacionais para uma descentralização do poder na Autoridade Palestiniana, nomeadamente com a criação do cargo de primeiro-ministro.

O primeiro chefe do executivo, Mahmud Abbas, demitiu-se em Setembro de 2003, quatro meses depois de tomar posse, em conflito aberto com Arafat pelo controlo das forças de segurança. Sucedeu-lhe Ahmed Qorei.

Nesta altura já Arafat estava cercado pelo exército israelita no quartel-general da Autoridade Palestina, em Ramallah, desde Dezembro de 2001, de onde só saiu em 2002 para uma viagem de um dia a três outras cidades da Cisjordânia e agora, quando o agravamento súbito do seu estado de saúde obrigou à sua hospitalização em Paris.

Ao longo de toda a sua vida, Yasser Arafat mostrou possuir uma capacidade invulgar para sair das situações mais dramáticas que pontuaram os mais de 40 anos de uma carreira que misturou guerrilha e diplomacia, conseguindo escapar a mais de 50 atentados e a muitas conspirações.

O seu sonho, disse sempre, era regressar ao sector árabe de Jerusalém, anexado em 1967 por Israel, e rezar na mesquita de al-Aqsa, terceiro lugar santo do Islão.

Mas que um herói, Arafat até hoje é o principal símbolo da causa palestina e seu dirigente sem substituto.


Como afirmou o escritor israelense David Grossman, Arafat conseguiu transformar a causa palestina num “potente símbolo universal da luta pela liberdade e o direito a regressar à pátria”.

Como todo autêntico líder de seu povo, Arafat será sucedido mas não encontrará substituto.

Seu carisma e suas contradições asseguraram-lhe um lugar definitivo no imaginário dos heróis do mundo árabe.

Arafat seguirá casado com a Palestina para sempre, até o dia em que seu povo possa fundar definitivamente seu Estado, até o dia em que seu nome seja sinônimo de Estado palestino.




Resistência Palestina


OLPOrganização para a Libertação da Palestina — congregava diversas organizações da Resistência. Posteriormente foi hegemonizada pela Al Fatah, dirigida por Yasser Arafat, e hoje, em colaboração com Israel e o imperialismo ianque, dirige a Cisjordânia apesar da vitória do Hamas nas eleições de 2006.


Al Fatah — Movimento de Libertação Nacional da Palestina — foi fundado em 1964 por Yasser Arafat e rapidamente passou a ser a corrente palestina majoritária, controlando a OLP, ainda com um programa de destruição do Estado de Israel e criação de um Estado laico que reunisse árabes e judeus. Posteriormente, Arafat capitulou, aceitando as exigências do imperialismo, reconhecendo a existência do Estado de Israel e instituindo a Autoridade Nacional Palestina sob as ordens do USA e Israel.





FPLP — Frente Popular para a Libertação da Palestina — Fundada em 1967 por Jore Habache, declarou se guiar pelo marxismo-leninismo, mas já nasceu sob influência do revisionismo russo. Não reconhece o Estado de Israel. Promoveu várias ações armadas, inclusive o sequestro de aviões, procurando chamar a atenção sobre o problema palestino. Integrou a OLP, chegando a ser a segunda maior força da Resistência. Com a derrocada do social-imperialismo russo, a FPLP vê decair sua influência, mas volta a crescer no período da 1ª Intifada (2001). Participou das eleições legislativas em 2006, recebendo 4,3 % dos votos. Integrou a resistência durante os ataques israelenses de dezembro/janeiro.



FDLP — Frente Democrática para a Libertação da Palestina — fundada em 1969 por Nayef Hawatmeh, é uma dissidência da FPLP. Em 1974 a FDLP tornou-se partidária, junto com a OLP, da criação da Autoridade Palestina. Participou da 1ª e 2ª intifadas e seu braço armado, Brigadas de Resistência Nacional, teve heróica participação na resistência aos ataques de dezembro/janeiro.





Hamas — Movimento de Resistência Islâmica — foi fundado em 1987 e atacou várias vezes as forças sionistas, se utilizando inclusive de homens-bomba. Desenvolve também grandes programas sociais, como escolas, hospitais, bibliotecas, distribuição de alimentos e outros serviços que granjearam a simpatia da população da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Em 2006, visando desmoralizar o Fatah e a corrupção que dominava a Autoridade Palestina, participa das eleições parlamentares e conquista a maioria das cadeiras, mas é impedido de assumir o governo pelo Fatah, apoiado pelos sionistas e ianques. De fato, apenas a Faixa de Gaza ficou sob o controle do Hamas, que aumentou sua popularidade pela posição firme quanto à resistência. Sobretudo depois dos ataques genocidas de Israel contra a Faixa de Gaza em dezembro/janeiro, o Hamas se firmou na direção inconteste da Resistência Palestina.