sábado, 9 de janeiro de 2010


Capital paranaense tem média de 1,7 veículo por habitante

A frota de veículos dobrará em Curitiba nos próximos 10 anos, atingindo 2,1 milhões de veículos, se for mantido o ritmo de crescimento de 38,63% dos últimos cinco anos (2003-2008). Hoje a cidade já é a capital mais motorizada do país – tem 1 veículo automotor para 1,63 habitante –, com uma frota de 1.097.030 unidades para uma população de 1.828.092 – dados de 2008.

As ruas da capital estão congestionadas porque a frota da cidade e do entorno não para de crescer. Curitiba pulou de 791.286 veículos em 2003 para 1.097.030 em 2008. E a frota continua esticando. Eram 1.111.013 veículos em abril deste ano, serão mais de 1,5 milhão em 2013, passando dos 2,1 milhões em 2018, caso o ritmo se mantenha.

Por enquanto, em Curitiba, ainda é mais barato andar de carro do que de ônibus em pequenos percursos (inferiores a 7 km). A prova é que o transporte coletivo da capital perdeu 600 mil passageiros por mês de janeiro a abril deste ano. Já sobre o uso de bicicletas, a prefeitura ainda não encontrou uma solução para explorar seis bicicletários existentes na cidade.
“O curitibano é muito egoísta”, reclama. “Não te dá espaço, além do péssimo hábito de buzinar.”

Cidade tem vias mais lentas que a média de São Paulo

O aumento de até 8% ao ano na frota de veículos que circulam por Curitiba tem se tornado preocupante. Os 500 carros que entram diariamente em circulação na capital levam o trânsito a beira o caos. Somando-se aos cerca de 1,043 milhão que já ocupam seu espaço, segundo o Departamento de Transito do Estado do Paraná (Detran-PR), o aumento revela uma média de menos de duas pessoas por veículo. A média de 1,7 supera o da maior metrópole do país, a cidade de São Paulo, cujo índice é de 2,5 pessoa por veículo e perde apenas para Brasília 1,2.

A lentidão no trafego toma proporções caóticas nos horários de pico, entre as 7h e 8h, e entre 18h e 19h30, quando grande parte da frota está em uso. É nesses horários que o taxista Airto Luiz de Freitas leva até 15 minutos a mais para fazer um percurso de apenas 10 km. Segundo o motorista, a mudança que viu nos últimos 50 anos foi drástica. Para ele a única solução é restringir a aquisição de veículos. “As pessoas vão continuar comprando carros e depois de um tempo tudo volta a ficar caótico. A única solução é dificultar a compra”, opina.

Segundo o engenheiro Marcelo de Freitas, do Setor de Mobilidade, da Urbanização de Curitiba (URBS), o principal fator da crise é a falta de estrutura da cidade, “as cidades foram planejadas há décadas, a população cresceu, assim como a frota; mas a área da cidade é limítrofe, continua a mesma. A cidade não foi estruturada para a demanda do trafego que existe hoje”, afirma. As obras da linha verde, que visam facilitar o uso de transportes coletivos, a escala de horários de estacionamento, e os binários que estão sendo implantadas por toda a capital, segundo Freitas, são algumas das medidas tomadas para melhorar a qualidade viária e facilitar o tráfego. As soluções, no entanto, têm prazo de validade, “Se a tendência é frota crescer sempre, é preciso que as políticas e obras de trânsito também passem por manutenção sempre”, conclui.

Alternativas
Outras medidas, além da escala de horários para estacionamento e obras, já estão sendo analisadas pela Autarquia opções para reduzir o trafego em Curitiba. Entre elas, estaria o pedágio urbano que limita o trafego de veículos no centro da cidade por meio da cobrança de taxas para circulação. Outra alternativa, seria o rodízio de veículos, que prevê a alternância dos carros cujas placas têm final par e impar.

A primeira solução, segundo o gerente de Serviços de Táxi e Transporte Comercial da URBS, José Carlos Gomes Pereira Filho, é uma medida totalmente impopular. “Somente as pessoas que trabalham na área de transito a consideram viável cobrar pedágio”, argumenta. Já o rodízio de placas é considerado uma medida de pouco resultado. “Privar as pessoas do uso de seus veículos é uma medida drástica que só devera ser tomada em situações limites”, reiterou.

Uma terceira opção, ainda em planejamento, é a implantação do metrô. Segundo a URBS as licitações das empresas que deverão fazer o planejamento da obra já estão sendo analisadas e espera-se que as obras possam ser iniciadas até 2014.

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