domingo, 8 de agosto de 2010


Eugene Ney Terre'blanche, o líder do Movimento de Resistência Afrikaner (AWB) assassinado

Terre'blanche iniciou a carreira política em 1973 com base na defesa dos direitos dos "boers" (descendentes dos antigos colonos holandeses, maioritariamente fazendeiros), mas só em finais da década de 70, mais precisamente em 1979, é que decidiu legalizar o partido, passando então a ter uma maior visibilidade aos extremistas "afrikaners".

Durante mais de 20 anos, Terre'Blanche encarnou a oposição branca à abolição do regime racista sul-africano e a luta pela supremacia dos afrikaners, descendentes dos primeiros colonos europeus.

Os seus problemas com a lei, na maioria resultantes do ódio aos negros e na crença de que a África do Sul pertencia aos "afrikaners", aos quais se referia frequentemente como "os eleitos de Deus", não acabaram em 1994. Três anos mais tarde viria a ser condenado nos tribunais a seis anos de prisão por tentativa de homicídio de um segurança privado e agressão a um empregado de uma estação de serviço.

O grupo sul-africano de extrema-direita afirmou que a morte de seu líder,será vingada, mas pediu calma a seus membros e que evitem uma reação imediata.

"Ao contrário do que desejam os membros, pedimos que permaneçam calmos no momento", afirmou o secretário-geral do Movimento de Resistência Afrikaner, André Visagie, que anunciou uma reunião do grupo em 1º de maio para determinar um plano.

Steyn van Ronge, de 55 anos,escolhido para novo líder do (AWB) declarou que prosseguirá o objectivo de “regresso a Deus e união do volk”.

O novo líder, com mais de 20 anos de militância no movimento da extrema-direita, de inspiração nazi, declarou que desde o crime “milhares” de pessoas têm manifestado a intenção de aderir ao AWB.

Seguidores do líder sul-africano de extrema direita Terreblanche disseram que seu assassinato foi uma "declaração de guerra" de negros contra brancos.

Terreblanche, que pregava a supremacia branca, aos descendentes dos colonizadores holandeses, defendia a criação de áreas de segregação, com estados apenas para a população branca do país.
O líder de extrema direita criticava o governo por fazer concessões à população negra, que ele dizia ameaçarem a raça branca sul-africana.

O tratamento dado aos negros era tão cruel, que os africânderes deram à Bíblia uma nova versão reescrita, para que essa se adaptasse a ideia de que “qualquer um que não fosse branco, não passava de um animal irracional.” Em suma, chegaram a adulterar a Bíblia para fazer valer a visão de grandeza, que supunham ter a raça branca. E, mesmo após a vitória dos negros, militantes da extrema-direita tentaram, através de atentados, negar a realidade de uma África do Sul liberta do apartheid. Para os africânderes a cor da pele determina a superioridade ou a inferioridade do homem.

O futebol é o favorito dos negros, o rugby dos brancos

O rugby é o esporte mais rico e mais assistidos da África do Sul, mas não é o mais praticado.Os boers (afrikanders) adotaram rapidamente o rugby como seu principal esporte, com um esporte que se adequava perfeitamente ao estilo de vida e à históia beligerante dos boers.

Os negros jogam majoritariamente o futebol, sendo que o rugby e o críquete foram vetados a eles por muitos anos. Com o tempo, começou uma lenta liberação para a prática dos dois esportes, sendo que no final da era do apartheid já havia uma união negra de rugby.



A Copa do Mundo de 2010 foi vítima da raivosa extrema direita dos Estados Unidos.

Vários comentaristas norte-americanos atacaram a popularização do esporte no país, dizendo que se trata de uma modalidade esportiva “de pobre”, coisa de sul-americano, resultado da crescente influência dos hispânicos no país e ligado às “políticas socialistas” do presidente Barack Obama.

Glenn Beck, o mais famoso comentarista conservador da Fox News, compara o futebol às políticas de Obama. “Não importa quantas celebridades o apoiam, quantos bares abrem mais cedo, quantos comerciais de cerveja eles veiculam, nós não queremos a Copa do Mundo, nós não gostamos da Copa do Mundo, não gostamos do futebol e não queremos ter nada a ver com isso”, esbravejou Beck na TV.

Isso é resultado de uma “conspiração da esquerda”, dizem os conservadores. “Futebol é um jogo de pobre”, a firma o analista conservador Dan Gainor, do Media Research Center.

“A esquerda está impondo o ensino de futebol nas escolas americanas, porque a América está se ‘amarronzando’”, afirmou, em referência ao aumento do número de hispânicos no país. Para Matthew Philbin, do centro de pesquisas de direita Culture and Media Institute, “a mídia liberal sempre se sentiu desconfortável com o fato de sermos únicos entre as nações, sermos líderes; e os esquerdistas são contra nossa rejeição ao futebol, da mesma maneira que são contra nossa rejeição ao socialismo”.

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