quinta-feira, 21 de outubro de 2010


ʽἙρμάφρόδιτός

Hermafrodito era um deus grego, filho de Afrodite e de Hermes. Este representa a fusão dos dois sexos e não tem género definido. Teria nascido um menino extremamente bonito, que se transformou posteriormente num ser andrógino por haver se unido à ninfa Salmacis.
O nome Hermafrodito deriva da união dos nomes paternos Hermes e Afrodite.
Foi a partir deste mito que se baptizou os conceitos de hermafrodita e hermafroditismo.

Foi levado pelas ninfas até o Monte Ida, uma montanha sagrada da Frígia
Quando atingiu quinze anos, sentindo-se enfadado do lugar, viajou para as cidades da Lícia e de Cária. Estava nos bosques da Cária, perto de Halicarnasso quando encontrou Salmacis, uma náiade, em sua morada numa lagoa.

Tomada de luxúria ante a beleza do jovem, ela tentou seduzi-lo - mas foi rejeitada. Quando pensou que ela havia ido embora, Hermafrodito despiu-se e entrou nas águas vazias do lago. Salmacis então saiu de trás duma árvore e mergulhou, enlaçando o moço e beijando-o violentamente, tocando em seu peito.

Enquanto ele lutava por desvencilhar-se, ela invocou aos deuses para nunca mais separá-los. Seu desejo foi concedido, e seus corpos se misturaram numa forma intersexual. Hermafrodito, aflito e envergonhado, fez então seu próprio voto, amaldiçoando o lago de forma que todo aquele que ali se banhasse seria igualmente transmutado, como ele próprio.

Hermafroditismo

Existem três tipos de hermafroditismo humano: o hermafroditismo verdadeiro, o pseudo-hermafroditismo masculino e o pseudo-hermafroditismo feminino:

No hermafroditismo verdadeiro as crianças nascem com os dois órgãos sexuais bem formados, possuindo os oŕgãos sexuais internos e externos de ambos os sexos, incluindo ovários, útero, vagina, testículos e pênis. No hermafroditismo verdadeiro a maioria das pessoas são geneticamente do sexo feminino (cromossomos XX) e a formação dos órgãos sexuais masculinos é atribuída a causas ainda não totalmente conhecidas.

No pseudo-hermafroditismo masculino a criança nasce geneticamente como do sexo masculino (cromossomos XY) embora os órgãos sexuais externos não se desenvolvam completamente.
No pseudo-hermafroditismo feminino a criança nasce geneticamente como do sexo feminino (cromossomos XX) embora o clítoris desenvolva-se excessivamente adquirindo um formato semelhante a um pênis.

Atribui-se uma suposta causa não genética para o pseudo-hermafroditismo feminino aos efeitos dos medicamentos utilizados no tratamento da hiperplasia congênita das supra-renais (HCSR) por deficiência da 21-Hidroxilase, uma doença genética que necessita de tratamento permanente e que em alguns casos é não é interrompido por gestantes que não sabem estar grávidas.

Uma teoria genética recente busca explicar várias anomalias sexuais do hermafrotitismo humano com sequências palíndromos presentes no cromossomo Y. Segundo essa teoria as sequências palíndromos presentes no cromossomo Y, que supostamente protegeriam esse cromossomo de mutações genéticas, poderiam ocasionalmente se esticar e formar uma atração fatal com o palíndromo similar de seu vizinho, alterando o tamanho e/ou deslocando o centrômero do gene: os cromossomos gerados nessas divisões celulares teriam comprimentos variáveis, curtos e longos, com centrômeros deslocados ora para o centro, ora para as extremidades.

Nessa teoria, os pacientes nos quais a distância entre os dois centrômeros do Y é curta, seriam homens, ao passo que quanto maior a distância entre os centrômeros, maior a tendência de que os pacientes sejam anatomicamente feminilizados. Essa pesquisa incluiu alguns pacientes do sexo masculino (cromossomos XY) portadores da síndrome de Turner, uma condição só então conhecida em mulheres que nascem com um único cromossomo X (cromossomos 45-XO).

Tratamento

No tratamento do hermafroditismo humano recorre-se muitas vezes a uma cirurgia para se definir o sexo definitivo. Segundo especialistas a maior dificuldade está em se definir o momento correto da cirurgia.

De todo o modo a opinião crescente é de que a pessoa hermafrodita possa escolher por si mesma se ela deseja a cirurgia e, nesse caso, qual o sexo desejado.

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