quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


Famílias que ocupam calçada fazem protesto no 7º dia da morte de sem-teto

As famílias que ocupam as calçadas das Ruas João Dembinski e TheodoroLocker, no bairro Fazendinha, em Curitiba, realizaram um protesto,fechando o acesso de veículos à Theodoro Locker na manhã destaquarta-feira (12). A manifestação foi realizada como parte da missa desétimo dia da morte sem-teto Celso Eidt, executado com 15 tiros na noite do dia 5 no acampamento. De acordo com o grupo, cerca de 300 pessoas participaram do movimento. Eidt teria sido expulsoda propriedade por um segurança sob a mira de uma arma. “Voltaram ànoite para terminar o serviço”, disse o irmão, que estava ao lado deEidt no momento da execução, três homens encapuzados invadiram o barraco onde o sem-teto estava e fizeram os disparos, matando a vítima hora. O grupo está acampado nas calçadas desde a reintegração de posse do terreno, que aconteceu no dia 23 de outubro. As famílias já foram notificadas pela prefeitura para deixar o local, mas ainda não há prazo para a operação acontecer. O protesto começou às 9 horas e terminou pouco depois das 10 horas. “Foi tudo organizado de última hora. Na verdade era para ser apenas uma missa em homenagem ao Celso, mas resolvemos aproveitar que havia bastante gente e pedir nossos direitos”, diz Guinalva Silva, uma das coordenadoras do acampamento. “Não sairemos daqui até que nos ofereçam algum pedaço de chão”, afirmou. Guinalva conta que o trânsito foi fechado, mas não soube dizer qual foi a extensão de veículos que chegou a se formar no ponto. “Não havia polícia acompanhando, mas foi tudo pacífico”, afirma. “Queríamos desfazer a imagem de bandido que as pessoas deram ao Celso”. Segundo ela, não estão previstas novas manifestações dos sem-teto para os próximos dias. Ela também disse que o grupo não foi informado ainda sobre quando acontecerá a reintegração de posse das calçadas onde os sem-teto estão acampados.Após a reintegração, o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, afastou os comandantes da PM que estavam à frente da operação, pois considerou que a polícia usou força excessiva na situação. Desde a reintegração de posse do terreno, alguns ex-invasores passaram a morar na calçada. No dia 3 de novembro, o juiz Douglas Marcel Peres, da 4ª Vara da Fazenda Pública, autorizou a reintegração de posse devido ao “esbulho possessório”– apropriação indevida – das calçadas. No dia 4, o oficial de Justiça Altamir José Narciso recebeu um mandado que permite a retirada das famílias imediatamente. Apesar da conjuntura, ainda não há prazo determinado para a operação, por se tratar de uma ação conjunta que requer cautela.

Fonte: Célio Yano - Centro de Mídia Independente de Curitiba

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