sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Motoboys e motoristas em roleta russa
De um lado, cidadãos amedrontados se movem com seus carros por megacidades entupidas, fugindo de congestionamentos, tentando ganhar minutos em desvios e atalhos, competindo por espaços estreitos, pressionados por prazos, exigências e necessidades profissionais e pessoais, assombrados pelo risco de assaltos e aflitos com o perigo de cair na roleta russa de algum motoboy.
Por roleta russa entenda-se aquele trágico acaso de trombar com um, machucar alguém, interromper uma vida e marcar a sua própria; ou ser atacado por um descontrolado de capacete - talvez por uma nuvem deles, agredindo e destruindo...
De outro lado, cidadãos apavorados se equilibram em motos entre fileiras de veículos traiçoeiros, repletos de quinas e saliências tão hostis quanto seus ocupantes amedrontados, fugindo de congestionamentos em megacidades entupidas, tentando ganhar minutos em frestas e vãos, pressionados por prazos, metas de entrega, necessidades profissionais e pessoais, sem esperança de recuperar o emprego que perderam ou a microempresa que fecharam, aterrorizados pelo risco de verem ladrões levando seu veículo e ganha-pão, assombrados pelo perigo de cair na roleta russa de algum motorista.
Por roleta russa entenda-se aquele iminente choque que tira a vida de um motoboy a cada dia em São Paulo, aquela manobra brusca do playboy arrogante que o deixa sem poder trabalhar - e receber - por mais de seis meses, aquela ameaça armada do preclaro senhor transmutado em rambo de pistola na mão...
Há um clima de temor constante nas ruas.
por David Author->blog.estadao.com.br

Um comentário:

  1. é Brother Marcos,

    tais 'roletas' não são fáceis não...

    valeu por ter me 'linkado' em seu blog

    abraço

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