quarta-feira, 24 de junho de 2009



אִם תִרְצוּ, אֵין זוֹ אַגָדה


Se deseja, não é um sonho

Em 1914, durante a I Guerra Mundial, o Reino Unido ocupa a Palestina, até então parte do Império Otomano...

O estado de Israel nasceu sob o signo da morte em escala industrial.
A Solução final nazista, especialmente a partir de 1942 , mostrou aos judeus europeus que a única alternativa era buscar a proteção de um estado próprio.
Esse movimento sionista e nacionalista fora iniciado no final do século XIX pelo judeu vienense, Theodor Herzl (1860-1904), que percebeu a Palestina como uma concreta possibilidade territorial para a fundação de um estado judeu. Em seu livro O Estado Judeu, ele disse:
“A Palestina é nossa inolvidável pátria histórica. Esse nome por si só seria um toque de reunir poderosamente empolgante para o nosso povo.”
Herzl passou a estimular a imigração para a Palestina, então sob o domínio do Império Otomano.

Ali já viviam cerca de 25 mil judeus. Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), imigraram 60 mil nacionalistas judeus, que passaram a viver com cerca de 650 mil não judeus, a maioria árabes.
A comunidade judaica européia conseguiu o apoio da Inglaterra para o estabelecimento de uma pátria nacional na Palestina. Em 1917, Arthur Balfour (1848-1930), ministro do exterior, emitiu um importante documento, que ficou conhecido como Declaração Balfour, onde aprovava a idéia, sem, no entanto, citar a palavra estado, isso para não ferir o apoio dado também aos árabes contra os turcos.

A Declaração Balfour foi sancionada em 1922 pela então Liga das Nações: a Inglaterra administraria provisoriamente a Palestina e incentivaria o movimento sionista.
Os árabes reagiram com violência. No mesmo ano de 1922 morreram 50 pessoas de cada lado. Com o fim do Império Otomano os árabes também aspiravam sua independência e o apoio inglês lhes parecia uma intromissão indesejável. No entanto, quando os nazistas chegaram ao poder na Alemanha em 1933, a imigração judaica para a Palestina não parou de aumentar: de cinco mil imigrantes por ano em 1929 para 60 mil só em 1935! Em 1936 os árabes pressionaram os ingleses para que limitassem a imigração, sem sucesso.
Aconteceram então greves e ataques de árabes contra oficiais britânicos e judeus.
Nesse momento, com o apoio britânico, surgiu a Haganah, uma força de defesa judaica paramilitar com o objetivo de proteger os civis judeus contra os ataques árabes. Uma facção mais radical da Haganah chamada Irgun se organizou como grupo terrorista. Assim, já antes da Segunda Guerra estava bastante claro que os ideais da Declaração Balfour eram impraticáveis.

Durante o conflito mundial, as autoridades britânicas admitiram limitar a imigração judaica para a Palestina, pois dependiam do petróleo árabe para seu esforço de guerra. Ao completar as quotas, os imigrantes adicionais eram repatriados. Os extremistas judeus também agiram com violência. Em 4 de novembro de 1944, o Ministro de Estado no Oriente Médio foi assassinado por dois membros do grupo Stern, outra facção do Irgun.
No mês seguinte, o Partido Trabalhista britânico tomou a dianteira e firmou um compromisso permitindo a imigração judaica ilimitada para a Palestina. Por outro lado, Anthony Eden (1897-1977), Ministro do Exterior, assegurou que o governo britânico daria total apoio à união árabe, fato que mostrava as diferenças entre os políticos britânicos a respeito da questão palestina.
Em março de 45 os árabes organizaram a Liga Árabe da Sete Nações, mas tinham poucos pontos em comum, com exceção do anti-sionismo. Quando, poucos meses depois, o líder do Partido Trabalhista se tornou Primeiro-ministro, encontrou a Liga Árabe determinada a impedir a imigração judaica a qualquer custo. Estava claro que os ingleses perdiam cada vez mais o controle da situação. Cada tentativa de reprimir a desordem gerava ainda mais violência. Em junho de 1946 a Haganah dinamitou todas as pontes sobre o rio Jordão. Líderes sionistas foram presos. Em 22 de julho, a Irgun retaliou, dinamitando uma ala do hotel Rei Davi, quartel-general do exército britânico em Jerusalém, matando 91 pessoas, entre ingleses, judeus e árabes.

Finalmente, o Primeiro-ministro decidiu retirar-se, a exemplo do que fizera na Índia. Ernest Bevin (1881-1951), Ministro do Exterior, declarou (fevereiro de 1947) que os ingleses entregariam às Nações Unidas, sucessora da Liga das Nações, seu mandato sobre a Palestina. Em junho, um comitê especial da ONU chegou à Palestina para estudar a futura divisão política, mas o cenário político palestino estava em pé de guerra: três terroristas da Irgun estavam condenados à morte por enforcamento e dois soldados ingleses eram mantidos como reféns pelos terroristas judeus para forçar sua libertação.
Ao mesmo tempo, muitos refugiados judeus dirigiram-se à Palestina clandestinamente. Em 1947, um navio vindo de Marselha, o President Warfield, rebatizado de Êxodo, transportava 4.500 sobreviventes do campo de concentração de Bergen-Belsen na Alemanha foi interceptado em Haifa por navios de guerra britânicos.
A história correu o mundo porque os imigrantes a bordo divulgaram o fato através do rádio. No entanto, o Êxodo rendeu-se e retornou a Marselha, onde foi negado asilo aos refugiados que, por fim, desembarcaram em Hamburgo.

Nesse mesmo dia, os três terroristas da Irgun foram enforcados e em represália os dois soldados ingleses reféns dos terroristas judeus também foram enforcados e seus cadáveres foram dinamitados com minas explosivas. Menahen Begin (1913-1992), futuro primeiro-ministro de Israel e então um dos líderes da Irgun disse: “Nós retribuímos na mesma moeda” .
O assassinato dos soldados ingleses foi recebido com indignação na Europa, dando origem a vários distúrbios anti-semitas em várias cidades inglesas, Londres, Liverpool, Glasgow e Manchester, fatos que não aconteciam na Inglaterra desde o século XIII. Uma sinagoga em Derby foi incendiada e destruída .
Isso tudo a apenas dois anos após o fim da Segunda Guerra e a abertura dos campos de concentração na Alemanha! Apesar disso, ou exatamente por isso, a política de Menahen Begin teve êxito: os britânicos decidiram sair o mais rápido possível da Palestina.
No final de 1947, as Nações Unidas propuseram a única solução plausível: o fim do mandato britânico e a divisão da Palestina em dois estados, um judeu e outro árabe; a cidade de Jerusalém permaneceria sob administração internacional, idéia defendida por Theodor Herzl no século XIX. Os sionistas aceitaram, mas dessa vez a voz discordante veio do mundo árabe, que começou a se preparar para a guerra. Os Estados Unidos e a União Soviética votaram a favor da resolução da ONU; a Grã-Bretanha votou contra, mas não tinha mais como controlar os acontecimentos.
Mesmo assim a violência não diminuiu e, em dezembro de 1947, os ingleses anunciaram sua retirada da Palestina para o dia 15 de maio de 1948. Até lá morreriam mais de mil pessoas, entre árabes e judeus.
Um dia antes do término do mandato, 200 líderes judaicos reuniram-se no Museu de Arte Moderna de Telaviv para ouvir o novo Primeiro-ministro da nação, o socialista Ben Gurion (1886-1973), ler uma curta declaração proclamando o estabelecimento do Estado de Israel. O novo país foi logo reconhecido oficialmente pelos Estados unidos e pela União Soviética. O Estado de Israel foi proclamado no dia 14 de maio de 1948, de acordo com o plano de partilha da ONU de 1947.
Menos de 24 horas depois, os exércitos regulares do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país, forçando Israel a defender a soberania que acabara de reconquistar em sua pátria ancestral. Nesta luta , conhecida como a Guerra de Independência de Israel , as recém-formadas Forças de Defesa de Israel (FDI), pobremente equipadas, rechaçaram os invasores em lutas ferozes e intermitentes, que se prolongaram por 15 meses, e custaram a vida de 6.000 israelenses (quase 1% da população judaica no país na época).
Um mediador da ONU, o conde Folke Bernadotte (1895-1948), famoso por haver tentado uma trégua entre a Alemanha nazista e os Aliados (sem sucesso), conseguiu uma trégua de um mês. Os israelenses foram rápidos e aproveitaram a oportunidade para comprar armas (na França e na Checoslováquia) e em julho lançaram uma ofensiva bem sucedida.
Uma nova trégua foi acertada em julho, mas Bernadotte foi assassinado por membros da Stern. Com receio da condenação da opinião pública, Ben Gurion dissolveu a Stern e a Irgun.
De qualquer modo, os israelenses lançaram sua ofensiva, agora melhor equipados e preparados. Em contrapartida, sírios e iraquianos haviam retornado à suas fronteiras; jordanianos estavam dispostos a um cessar-fogo, após terem tomado a Velha Jerusalém; egípcios perderam o sul de Jerusalém para os israelenses.
A união árabe durou apenas até o final do primeiro mês de guerra. O Conselho de Segurança das Nações Unidas declarou o cessar-fogo em dezembro de 1948 e no início de 1949 terminou a guerra de independência de Israel, que tinha agora cerca de 20% a mais de terras do que a resolução da ONU de 1947.
Mais de 500.000 árabes buscaram refúgio na Faixa de Gaza, no Egito, no Líbano e na Jordânia.
Israel tinha um milhão de judeus agora dispostos a defender seu país.
Quando o Egito novamente deslocou um grande número de tropas para o deserto do Sinai (maio de 1967), ordenou que as forças de manutenção de paz da ONU (aí estacionadas desde 1957) se retirassem da área, reimpôs o bloqueio do Estreito de Tiran e fez uma aliança militar com a Jordânia, Israel viu-se diante de exércitos árabes hostis em todas as frentes. Como o Egito violara os acordos alcançados após a Campanha de Sinai de 1956, Israel invocou seu direito inerente de auto-defesa e desencadeou um ataque preventivo contra o Egito, no sul, (5 de junho de 1967), seguido por um contra-ataque à Jordânia, no leste e a expulsão das forças sírias entrincheiradas no planalto do Golan, ao norte. Ao fim de seis dias de combates, as antigas linhas de cessar-fogo tinham sido substituídas por novas; a Judéia, a Samaria, Gaza, a península do Sinai e o planalto do Golan estavam agora sob o controle de Israel. Os núcleos populacionais do norte do país ficavam livres do bombardeamento sírio, que durara 19 anos; a passagem de navios israelenses e com destino a Israel, através do Estreito de Tiran estava assegurada; e Jerusalém, que estivera dividida entre Israel e Jordânia desde 1949, foi reunificada sob a autoridade de Israel.
A Guerra dos Seis Dias foi uma grande derrota para os Estados Árabes, que perderam mais de metade do seu equipamento militar. A Força Aérea da Jordânia foi completamente destruída. Os árabes sofreram 18.000 baixas, enquanto do lado de Israel houve 766.

A criação do Estado de Israel ocorre em 1948, na Palestina, com a volta dos judeus ao território de onde tinham sido expulsos 2 mil anos antes.
O controle de Jerusalém foi de considerável importância para o povo judeu por causa do valor histórico e religioso, já que a cidade foi judaica até a quase 2000 anos, quando os romanos expulsaram os judeus. Depois, com o passar dos séculos, Jerusalém esteve quase sempre sob o controle de grandes Impérios, como o Bizantino, o Otomano e o Britânico, sendo que, apenas após a Guerra, voltaria totalmente ao controle de um estado judeu.

Como idioma, retoma-se o hebreu, até então só utilizado em cerimônias religiosas.

Sua fundação gera uma das mais importantes disputas territoriais do mundo.

Ainda hoje é motivo de complexas negociações de paz com os palestinos, habitantes da região, e com os Estados árabes vizinhos. Apesar da região em grande parte árida, Israel implanta uma agricultura moderna, com o apoio de avançada tecnologia, o que permite a exportação de frutas e verduras.Mas, mesmo tendo a economia mais desenvolvida do Oriente Médio, depende muito da ajuda financeira e bélica de seu principal aliado, os Estados Unidos.

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