quinta-feira, 4 de junho de 2009

TOTALITARISMO


O governo de Lenin enfrentou logo forte oposição dos setores ligados ao antigo regime czarista. Militares, nobres, elementos da burguesia (industriais, banqueiros, comerciantes), começaram a atacar o novo regime, contando com o apoio militar de outros países (França, Inglaterra, Japão, Estados Unidos). Teve lugar então uma prolongada guerra civil, que causou milhões de mortos – vítimas não apenas da guerra, mas principalmente da fome, pois a produção agrícola caiu assustadoramente, e o sistema de abastecimento ficou totalmente desorganizado. A guerra civil só terminou em 1921, quando o Exército Vermelho, comandado por Trotski, derrotou os últimos contingentes contra-revolucionários .

Como a guerra civil tinha devastado o país e a fome atingia grande parte da população, o governo decidiu abandonar momentaneamente os rígidos princípios do socialismo, que deveriam demorar um certo tempo para dar frutos, e voltar a utilizar algumas formas de produção capitalistas, que vigoravam antes da Revolução. Assim, foram autorizadas certas atividades econômicas particulares no campo e na cidade. Os agricultores podiam comercializar seus produtos; comerciantes podiam abrir pequenos estabelecimentos; pequenas fábricas podiam ser dirigidas por particulares; eram admitidas diferenças de salários; o capital estrangeiro podia ser investido no país. Essas medidas receberam o nome de Nova Política Econômica (NEP) e, graças a elas, a produção se normalizou em parte e a fome diminuiu.

Em dezembro de 1922, foi fundada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), uma federação que reunia sete repúblicas: Rússia, Transcaucásia, Ucrânia, Rússia Branca, Uzbequistão, Turquemenistão e Tadiquistão.

Lenin morreu em 1924. Dois importantes dirigentes do partido disputaram o poder: o secretário-geral, Joseph Stalin, e Leon Trotski, Comissário do Povo para Assuntos de Guerra. Stalin venceu a disputa. Trotski não concordava com a orientação que Stalin imprimia à direção do país e passou a fazer oposição ao novo dirigente, mas foi expulso do partido e do território soviético. Morreu no México em 1940, assassinado por um agente de Stalin.
Controlando a burocracia partidária e estatal, Stalin foi afastando seus opositores, até conseguir se tornar ditador absoluto em 1929.

A erradicação do analfabetismo e a expansão do ensino técnico também contribuíram para que a União Soviética alcançasse rapidamente um elevado nível
de desenvolvimento industrial.

Uma nova Constituição, outorgada por Stalin em 1936, confirmou seu poder totalitário. Por meio de uma política de expurgos maciços, que instalou o terror permanente, o governante promoveu o afastamento e a eliminação dos que se opunham a ele, até mesmo de antigos e leais defensores do regime socialista. Com essa extrema centralização e com o aumento do controle burocrático e policial sobre a população soviética, Stalin instaurou o culto a sua personalidade, transformando a ditadura do proletariado em ditadura pessoal.Enquanto Stalin, por meio da força, impunha à União Soviética seu governo totalitário, o restante da Europa também assistia à ascensão de regimes totalitários, como o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha.
Inicialmente, a União Soviética apoiou a coligação com potências ocidentais contra a Alemanha Nazi e frentes populares em vários países contra o fascismo doméstico. Esta política foi largamente mal sucedida devido à desconfiança mostrada pelas potências ocidentais (sobretudo pela Grã-Bretanha) face à União Soviética.
O Acordo de Munique entre a Alemanha, França e Inglaterra contribuíram para o receio soviético de que as potências ocidentais estariam desejosas de força-la a lutar contra o Nazismo. A falta de ímpeto por parte dos britânicos durante as negociações diplomáticas com os soviéticos serviu para tornar a situação ainda pior. Os soviéticos mudaram a sua política e negociaram um pacto de não-agressão conhecido como o Pacto Molotov-Ribbentrop em 1939.
Vyacheslav Molotov afirma nas suas memórias que os soviéticos acreditavam que isto era necessário para ganharem tempo e prepararem uma guerra esperada com a Alemanha. Stalin não esperava que os Alemães atacassem antes de1942, mas o pacto acabou em 1941 quando a Alemanha Nazi invadiu a União Soviética na Operação Barbarossa.

Hitler demonstrou a intenção de reocupar o corredor polonês, uma saída para o mar.
Para evitar uma guerra em duas frentes, Hitler firmou um acordo secreto com a União Soviética para dividir a Polônia (Pacto Germano-Soviético de 27/8/39).
Stalin concordou, mediante a promessa germânica de não intervir na expansão soviética pelo Mar Báltico.

Em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polônia. A Inglaterra e a França finalmente reagiram ao expansionismo de Hitler e declararam guerra à Alemanha. Começava a Segunda Guerra Mundial.

Enquanto isso, respaldada por seu pacto com a Alemanha, a União Soviética se apossava da Polônia Oriental e invadia a Finlândia.

Em junho de 1941, em claro desrespeito ao pacto estabelecido com Stalin, Hitler ordenou a invasão da União Soviética. A expansão para o território soviético era uma antiga aspiração do líder nazista, que já a anunciara em seu livro Mein Kampf, escrito no início da década de 1920.

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