Prostituição - As meninas do trecho
A prostituição infantil e a exploração sexual de menores está presente em todas as capitais brasileiras, principalmente nas cidades litorâneas do Nordeste. Dados estatísticos comprovam que a violência dentro de suas próprias famílias levam a criança e o adolescente por este caminho, os quais são vulneráveis a esse tipo de atitude que causam danos irreparáveis para o seu desenvolvimento físico, psíquico, social e moral. Esses danos podem trazer conseqüências penosas como, por exemplo, o uso de drogas, o abandono dos estudos, a gravidez precoce indesejada, distúrbios de comportamento, condutas anti-sociais e infecções por doenças sexualmente transmissíveis.
Locais com grande movimentação de caminhões e entroncamentos de rodovias como o de Feira de Santana/BA, o maior eixo rodoviário do Norte e Nordeste, e caminho para todas as estradas estaduais e BRs que cortam o Estado da Bahia, são estratégicos para a economia do País, mas por outro lado são pontos de encontro e desencontros, onde meninas menores são levadas e trazidas de outras cidades para ganhar a vida na prostituição.
Na maioria das vezes fogem de suas casas numa boleia de caminhão para tentar uma vida melhor. Além de ser uma aventura perigosa, elas oferecem qualquer tipo de prazer para os carreteiros que comungam com esta investida. As formas adotadas pelas meninas e adolescentes em situação de exploração sexual são variadas. Algumas ficam nas beiras de estradas acenando para os carreteiros, enquanto outras, no horário entre 17 e 18 horas, abordam os mesmos no momento em que vão tomar banho, lanchar ou abastecer seus caminhões nos postos de combustíveis. O preço cobrado pelo programa depende do serviço prestado ao cliente. Pode custar apenas R$ 5, um prato de comida ou, então, até mesmo um refrigerante.
A adolescente J.S.S., loira, magra e com o rosto cheio de manchas, hoje com 16 anos, está nesta vida desde os oito anos de idade. Ela é de Barreiras, Oeste da Bahia, e chegou a Feira de Santana, na boléia de um caminhão, onde está até hoje. Diz ter saido de casa por não receber atenção dos pais. Começou fazendo sexo oral, aos 12 anos perdeu a virgindade e aos 13 começou a se drogar e a se prostituir para alimentar o vício. Na opinião da maioria dos motoristas de caminhão, o governo deveria lançar programas para ajudar as famílias carentes, pois a exploração sexual infanto-juvenil é uma das mais cruéis conseqüências da miséria.
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