A crise do escravismo greco-romano, observada entre os séculos III e IV, apresentou novas condições históricas para que uma nova forma de organização da ordem sócio-econômica fosse empregada. A crise dos centros urbanos, a crise demográfica, relacionadas ao advento das invasões bárbaras, e a crise do escravismo, incitaram um processo de ruralização das populações do período.
A partir de então, os feudos tornaram-se o centro de um conjunto de práticas culturais, instituições políticas e relações econômicas que denominavam o chamado feudalismo. O feudo consistia em uma unidade de produção agrícola de subsistência, estruturada por uma rígida organização social e fortemente influenciada pelos valores disseminados pelo cristianismo católico.
Além de trabalhar nas terras, o servo era obrigado a pagar uma série de tributos que eram pagos pelo uso das instalações e ferramentas do feudo. Submetidos às exigências do senhor feudal, os servos ainda se conformaram a essas relações de trabalho, pois eram legitimadas pela Igreja. De acordo com o pensamento cristão, a harmonia entre nobres e servos – sob a tutela espiritual dos clérigos – representava um reflexo da Santíssima Trindade pregada pela doutrina católica.
Durante seu auge, entre os séculos V e XI, o feudalismo foi o mais importante modo de organização sócio-política da Alta Idade Média. Com o reaquecimento das atividades comerciais, o movimento cruzadista e a instabilidade vivida nos século XIII e XIV observamos a afirmação de uma nova configuração das relações sociais e econômicas a partir do surgimento da burguesia mercantil.
A crise do feudalismo é um processo de longa duração que conta com uma série de fatores determinantes. Entre outros pontos, podemos destacar que a mudança nas relações econômicas foi de grande importância para que as práticas e regras que regulavam o interior dos feudos sofressem significativas transformações. Essa nova configuração econômica, pouco a pouco, influiu na transformação nos laços sociais e nas idéias que sustentavam aquele tipo de ordenação presente em toda a Europa.
Além disso, o comércio sofria grandes dificuldades por conta dos monopólios que dificultavam e encareciam a circulação de mercadorias pela Europa. Os árabes e os comerciantes da Península Itálica eram os principais responsáveis por esse encarecimento das especiarias vindas do Oriente. A falta de moedas, ocorrida por conta da escassez de metais preciosos e o escoamento das mesmas para os orientais, impedia o desenvolvimento das atividades comerciais.
Tantos empecilhos gerados à economia do século XV só foram superados com a exploração de novos mercados que pudessem oferecer metais, alimentos e produtos. Esses mercados só foram estabelecidos com o processo de expansão marítima, que deflagrou a colonização de regiões da África e da América. Dessa forma, a economia mercantilista dava um passo decisivo para que um grande acúmulo de capitais se estabelecesse no contexto econômico europeu.
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