Os textos nazi-subversivos [ou, representativos da resistência nazista] de Savitri Devi, profetisa do renascimento Ariano e do avatar Hitler, exerceram [e exercem] forte influência no nazismo pós-Segunda Guerra no mundo anglo-americano e além. Sua devoção fervorosa a Hitler, seus escritos, caracterizados por altos vôos de pensamento, suas peregrinações na Alemanha ocupada pelos Aliados, fizeram desta mulher um modelo da fé nazista. [Fé, sim; os discurso de Devi conferiam ao nazismo uma aura de religião]. O suporte doutrinário-ideológico hindu de seus argumentos forneceu aos apologistas do Nazismo as justificativas acadêmicas respeitáveis que lhes permitiram assumir o paganismo sem maiores pudores e mais, ensaiar a rejeição ao Cristianismo que podia ser vislumbrada no nacionalismo alemão.
Savitri Devi desdenhava dos ideais republicanos de liberdade, igualdade e fraternidade [considerando-os hipocrisia] e desdenhava do cristianismo, judaísmo e marxismo. Valorizava e desejava o resgate da herança cultural e noética [espiritual, religiosa, metafísica] Ariana, com seus panteões de mitos, heróis e deuses gregos, nórdicos e védicos, da antiga Índia.
Influenciada por uma vigorosa literatura arianista, que começou a se tornar popular no século XIX, a jovem Maximiani Portas facilmente assimilou e adotou o maniqueísmo, o dualismo, oposição entre Arianos e Semitas. Seu arianismo era menos violento que o racismo radical dos nacionalistas germânicos; porém, não era menos ardoroso.
Influenciada por uma vigorosa literatura arianista, que começou a se tornar popular no século XIX, a jovem Maximiani Portas facilmente assimilou e adotou o maniqueísmo, o dualismo, oposição entre Arianos e Semitas. Seu arianismo era menos violento que o racismo radical dos nacionalistas germânicos; porém, não era menos ardoroso.
Concebia os arianos como uma raça de nobres guerreiros, cavaleiros intrépidos que haviam conquistado territórios contínuos entre extremos do mundo, do sul da Índia ao Pólo Norte! Portas-Savitri estava interessada, sobretudo, no sistema de castas hindu, que ela entendia como modelo de Lei racial, gerenciando a segregação das diferentes raças de modo a manter puro o sangue dos Arianos. Quando os arianos invadiram a Índia, já eram um povos dividido em três castas: a guerreiros ou aristocracia, os sacerdotes e o povo, as pessoas comuns.
Esses guerreiros referiam-se os nativos indianos, os Drávidas, em termos como: pele-escura [tudo bem, albinos eles não eram...], povo do nariz-chato [ok, não eram narizes aquilinos... contra fatos não há argumentos...] e Daysus, isso sim, depreciativo, significando escravos, macacos, uns acocorados . [Veja bem, você, leitor de maus bofes, este tradutor-articulista não está dizendo nada! Eu até gosto de sentar no chão acocorada feito índio carijó! e meu painho era cearense. Esse negócio de acocorados-macacos, isso é lá o que pensavam aqueles arianos arcanos, quatro mil anos antes de Cristo, seis mil anos antes de mim e de você... E neo-nazismo é 1. burrice-ignorância; 2. é crime]. Ocorre que a delicada Portas-Savitri Devi achou tudo isso muito correto, muito bonito, bacana mesmo... [eu queria ver foto de marido dela]. Aqueles arianos foram os primeiros e paradoxais Nazistas, nacionalistas na terra dos outros.
Meditemos... Bien, a conquista estava feita mas os conquistadores não estavam tranqüilos: temiam a proximidade daqueles Daysus e abominavam a possibilidade de perda da identidade [e da ui! beleza...] ariana por um processo de assimilação, interação cultural [e pior, sexual!] entre conquistadores e conquistados. A palavra sânscrita para casta é varna que, atualmente significa cor. Portas venerava a Raça Ariana por sua pureza genética, que ela considerava o apogeu da perfeição física aliada à inteligência, poder da Vontade e Eficiência em Ação. Admirava, sobretudo, a proeza da minoria branca, loura, alta, de olhos azuis, os brâmanes: eles tinham sobrevivido, puros, em meio àquela mistura de raças por seis mil anos; eram o testemunho vivo do valor e verdade da superioridade do sistema ariano de castas [e dos Arianos, por extensão]. E Portas sonhava com o re-erguimento desse sistema em uma Nova Ordem cujo alvorecer ela identificava com o advento do Nazismo.
Em 1936, em Calcutá, integrou-se à Hindu Mission, de orientação nacionalista onde conheceu Srimat Swami Satyananda. presidente daquela instituição. Savitri expôs Satyananda sua ideologia: apresentou-se como pagã, ariana e avessa à conversão dos europeus ao Cristianismo. Falou de sua devoção por Adolf Hitler, o líder do único movimento expressivo europeu a favor do espírito pagão e contra o cristianismo-judaico. Foi Satyananda que teve o insight de que Hitler era a encarnação de Vishnu, expressão da força que preserva a ordem cósmica. Para ele, os discípulos de Hitler eram espiritualmente hindus! ...E ela acreditou! Savitri Devi via Hitler como encarnação do Eu coletivo [Ego, Inconsciente coletivo, diria Jung] da Raça ariana.
Era a realização das palavras do Bhagavad-Gita: "Quando a justiça é esmagada, quando mal se mostra triunfante, então eu volto. Para a proteção do bem, para a destruição dos mal-feitores, para re-estabelecer o Reino da Justiça eu venho, volto a nascer de novo, de novo e de novo, Era após Era". Sobre Hitler-Vishnu, Savitri Devi escreveu:Ele nasceu em uma tarde de 20 de abril, pouco depois das seis da tarde, em um quarto grande e arejado no segundo andar. da tarde. Ela sentia-se fraca, mas muito feliz. Três janelas se abriam para a rua. O bebê dormia e ela não sabia que estava sendo instrumento de uma poderosa Vontade cósmica. Ela amava o filho; amava Deus em seu filho.
Não suspeitava que estava absolutamente correta, como o verdadeiro espírito santo, o divino Eu coletivo da Raça Humana Ariana, manifestava-se, ali, na forma daquele extraordinário ser...
As idéias de Savitri Devi alçaram várias gerações alimentaram a ideologia dos neo-nazistas dos anos de 1980 e 1990 e sobrevivem, neste século XXI, sendo, hoje, um potente e instrumento de perigosa sedução para aqueles que crêem na primeira coisa que lêem. Essa mulher virou uma espécie de Evita entre aqueles que combatem a sociedade, o mundo! inter-racial. Seus leitores são racistas pagãos, skinheads [carecas] e apreciadores sem noção de certo tipo de rock chato [eu acho...] norte-americano, escandinavo e europeu oriental.
Savitri Devi & A Profunda Ecologia da Morte
A influência de Savitri Devi no neo-nazismo e correntes híbridas de místico fascismo começou nos anos de 1960 e se estende até os dias atuais. Suas idéias excêntricas são adotadas e adaptadas pelas mais estranhas alianças, pelas ideologias mais radicais. O pensamento de Devi abriga: supremacia racial Arya, anti-semitismo, hinduísmo, direitos dos animais e uma visão bio-cêntrica da realidade. Relaciona-se com o ocultismo em geral, o neo-paganismo e uma ecologia que, por sua indiferença e severidade para com a condição humana, pode ser chamada de ecologia macabra. Savitri Devi defende a necessidade de uma violenta onda fascista que seja capaz de purificar a humanidade corrupta, deixando vivos apenas os Aryanos, dignos da pureza alcançada.
É a Ecologia da Morte dos Excedentes Humanos, que emerge, por absurdo que possa parecer, de fontes tão diversas quanto: cristianismo, hinduísmo, taoísmo, zen budismo etc.. Isso porque é sempre possível recortar uma doutrina e, aqui, na ecologia de Devi, o recorte é aquele que valoriza a vida em Si mesma, igualando todas as criaturas, retirando da espécie humana qualquer direito a mais ou privilégio. Um ser humano degenerado não tem mais direito a existir que um nobre tigre de sangue puro.
A doença, a fraqueza, a burrice, a feiúra, a deformidade são aberrações que devem ser exterminadas em civilização tal como seriam exterminadas se estivessem submetidas às Leis da Natureza. As idéias de Savitri Devi encontraram acolhimento e desenvolvimento no conceito de Ecologia Profunda, expressão usada pelo filósofo norueguês Arne Naes, em 1973 e idéia desenvolvida a partir de 1985 quando Bill Devall e George Sessions publicaram Deep Ecology expondo amplamente o assunto.
A Terra Primeiro!
─ Em 1980, David Foreman, [nascido em 1947], fundava o movimento Earth First! [A Terra Primeiro!] ─ considerado um movimento ecológico tão radical que muitos classificam-no como eco-terrorista. Quando as manchetes mundiais mostravam a fome na Etiópia, Foreman comentava que deveriam deixar os flagelados morrerem porque: Existe gente demais na Terra! Naquela época, [anos de 1980], alguns os ecologistas profundos defendiam uma redução de, no mínimo, cem milhões de pessoas na população mundial. Outros, achavam pouco e apontavam o extermínio de 80% da população como medida ecologicamente ideal de regulagem da presença humana no planeta e comemoraram o advento da AIDS como uma
Providência ambiental mais que necessária. O líder Verde Herbert Gruhl, repete Savitri Devi e aspira uma solução para a superpopulação via destruição nuclear! Já que somente os ocidentais superiores, sabiamente, utilizam programas de controle da natalidade, as multidões miseráveis do Terceiro Mundo deveriam ser radicalmente reduzidas com uma só bala; uma explosão atômica; e um dia, aqueles terceiro-mundistas que sobrevivessem lembrariam da bomba não como uma catástrofe mas como uma libertação ─ como diria a doce Savitri ajeitando graciosamente as dobras do seu sari... E com a mesma lógica recomenda, não somente no
Terceiro Mundo, mas em todo o mundo, a eutanásia dos velhos, doentes terminais, aleijados dependentes vegetais e pobres miseráveis já tão degenerados que só nascendo de novo. Com esse conjunto de idéias, ficou mais fácil virar nazista. O sujeito não precisa necessariamente ser ariano para abraçar e ideologia de morte aos fracos; e fracos em todos os sentidos. O neo-nazismo é a doutrina da intolerância total dos estetas psicopatas que desejam um mundo melhor nem que seja através do genocídio. Um mundo mais belo! Sem velhice, sem doentes, sem aleijados, sem favelas, sem mendigos. Talvez isso explique porque grupos de jovens espancam e incendeiam, vivos, os miseráveis que encontram dormindo pelas calçadas das metrópoles do mundo. Meditemos...
Fonte:GOODRICK-CLARK, Nicholas. Hitler's Priestess: Devi, the Hindu-Aryan Myth, and Neo-Nazism.
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