quinta-feira, 24 de setembro de 2009


A ultra-direita e os religiosos ortodoxos defendem a reconquista da Grande Israel, em suas fronteiras bíblicas.

Extremistas da direita nacionalista israelense e colonos anunciaram hoje suas intenções de construir nas próximas semanas 30 novos enclaves judeus na Cisjordânia, informam meios de imprensa locais. Os ativistas explicaram à emissora de rádio do Exército israelense "Galei Tzahal" que pretendem levantar essas novas estruturas no território ocupado palestino, em resposta ao "crescimento natural" da população, argumento defendido pelas autoridades para continuar a edificação dentro do perímetro dos assentamentos.Meir Bretler, membro do grupo "Lealdade à Terra de Israel", integrado por colonos judeus, declarou à emissora que alguns dos enclaves serão levantados em lugares onde não há assentamentos a fim de se estender no território o máximo possível.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu uma total paralisação da construção nas colônias judias, um dos principais empecilhos no processo de paz entre israelenses e palestinos.As ameaças dos radicais de direita judeus acontecem em resposta ao discurso que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pronunciou ontem à noite na Universidade de Bar-Ilan, próxima a Tel Aviv, onde afirmou que não "haverá mais assentamentos", mas sem se comprometer a cessar a construção porque disse, "devemos dar resposta ao crescimento demográfico" dos colonos.Netanyahu também condicionou a paz no Oriente Médio a que os palestinos reconheçam Israel como "lar nacional judeu" e que o futuro Estado palestino seja "desmilitarizado".

Deputado do Likud, principal partido da oposição de direita de Israel, Mosheh Feiglin, fez em 1995 uma apologia da Alemanha nazista e elogiou Adolf Hitler
"o nazismo permitiu à Alemanha sair de uma situação de miséria e a levou a uma situação fantástica, do ponto de vista físico e ideológico".
"Uma juventude esfarrapada e suja se tornou uma parte disciplinada da sociedade e a Alemanha teve um regime exemplar, uma justiça de verdade e ordem pública", acrescentou.
Na entrevista, Feiglin qualificou Hitler de "gênio militar incomparável". "Hitler apreciava a boa música. Era um pintor e os nazistas não eram um bando de vadios."

Feiglin, que coordenava o grupo de ultradireita Liderança Judaica, entrou há alguns anos no Likud.

O deputado Avigdor Lieberman, o líder do partido ultradireitista israelense Yisrael Beitenu (Israel é Nossa Casa, em hebraico), afirmou que a sua legenda --acusada de racismo, tamanha a oposição aos árabes-- tem a "chave do próximo governo" de Israel.

Lieberman ganhou importância na formação das alianças políticas em Israel após a ofensiva militar que o Estado realizou em Gaza, entre 27 de dezembro de 2008 e 18 de janeiro desde ano, que deixou 1.300 palestinos mortos e cerca de 5.000 feridos.

Depois do conflito, que foi considerado um fracasso por não ter conseguido acabar com os lançamentos de foguetes por parte do grupo radical islâmico palestino Hamas, o eleitorado israelense passou a dar preferência à direita, e Lieberman cresceu nas pesquisas.

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