quarta-feira, 23 de setembro de 2009


Neonazismo cresce na Suíça


Enquanto os ataques racistas e manifestações aumentam, muitos criticam as autoridades pela sua passividade em relação à extrema-direita.
Um perigo que parecia d
istante da realidade suíça: jovens extremistas, que agridem estrangeiros ou gritam em público "Heil Hitler". Porém nos últimos tempos, os casos tem se repetido com uma freqüência assustadora.

um grupo de skinheads agridiu em Thurgau dois jovens. Os ferimentos foram tão graves, que eles ficaram paraplégicos. Dois anos depois, os seis autores do crime foram condenados a penas entre quatro e cinco anos de prisão.

800 jovens neonazistas compareceram aos festejos do dia nacional da Suíça no Rütli e agridiram verbalmente o presidente da Confederação Helvética, Samuel Schmid. Depois o grupo marchou pelas ruas de Brunne num protesto organizado pelo Partido dos Suíços Nacionalistas (PNOS, na sigla em alemão).
400 neonazistas participaram de um concerto musical em homenagem a Ian Stuart, um inglês falecido recentemente e fundador da organização de extrema-direita "Blood & Honour" (Sangue e Honra). Durante o evento jovens gritaram palavras de ordem contra judeus e aclamaram Hitler. A polícia não interveio.
O jornal dominical "Sonntags-Zeitung" publicou uma reportagem-denúncia sobre um neonazista de Lucerna que fez uma carreira meteórica no exército suíço.
No final de setembro, jovens neonazistas distribuíram no pátio de recreação de quatro escolas em Aargau, centro da Suíça, CDs com músicas e hinos extremistas.
"Existem alguns suíços, incluindo também alguns da classe política, que não vêem perigo no racismo e nos riscos que ele representa para a democracia"
O departamento de análise e prevenção (Dienst für Analyse und Prävention - DAP) da Polícia Federal Suíça, responsável pela segurança interna do país, tem como uma das tarefas mais importantes a análise e planejamento de medidas preventivas contra o terrorismo e movimentos extremistas.
No caso de manifestações de neonazistas, sua obrigação é informar o mais rápido possível as autoridades cantonais, para que medidas possam ser tomadas. Porém no caso do concerto de 17 de agosto, onde grupos neonazistas homenagearam o inglês recém-falecido Ian Stuart, fundador do grupo extremista "Blood & Honour", o DAP falhou apesar do evento já estar anunciado há semanas em diversos sites na Internet.
A polícia cantonal acabou sendo informada apenas no último minuto e não pode tomar providências.
Na opinião do jurista Niggli, a culpa está no fato das autoridades federais darem muito mais atenção aos riscos do extremismo de esquerda do que os da direita. Na Alemanha, país europeu que conhece também o mesmo problema, os movimentos neonazistas provocam cinco vezes mais delitos do que os extremistas de esquerda. "Na Suíça o problema não deve ser tão diferente", explica.

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