segunda-feira, 14 de setembro de 2009


O Movimento Cristão Alemão ( Deutsche Christen (DC)) era um movimento racista e anti-semita da igreja protestantealemã, orientando-se nos seus princípios a ideologia nazista. O movimento propunha uma síntese entre fé cristã e as teses do nacional-socialismo, afirmando que Deus não se revelara apenas por intermédio de sua palavra, mas também na pátria, na história e na raça. Seguindo esse raciocínio, cabia à igreja colocar-se a serviço do povo alemão e de sua incumbência histórica. A Igreja Confessante, liderada por Karl Barth, era a principal oposição ao Movimento Cristão alemão.

Ludwig Müller (23 de junho de 1883 em Gütersloh - 31 de julho de 1945 em Berlim) foi um alemão protestante que chefiou os "cristãos alemães" (Deutsche Christen) e mais tarde tornou-se Bispo da Igreja do Reich. Müller era associado ao nazismo desde os anos de 1920. Ele apoiava o cristianismo positivo, e o revisionismo que considerava Jesus Cristo como sendo ariano e depurava o cristianismo em sua forma atual por considerá-lo "ter sido corrompido pelos judeus".

De 1926 a 1933 Müller foi Capelão e Pastor do exército do distrito da Prússia Oriental(atual Polônia). Em 1931 Müller aderiu ao partido nazista, tornando-se amigo de Adolf Hitler, foi o primeiro que permitiu ao Führer falar com o General Werner von Blomberg, quando ele comandava o distrito. Em 1932 Müller tornou-se chefe do Movimento dos Cristãos Alemães (ou somente Cristãos Alemães), um grupo neo-pagão, Müller também era conselheiro de Hitler em assuntos da Igreja Protestante.

Em 1933 quando foi criada a Igreja do Reich, Müller tornou-se candidato para ser o bispo do Reich, Hitler insistia em sua eleição, porém os dirigentes da Federação das Igrejas propuseram o pastor Friedrich von Bodelschwing para o cargo, por isso, o governo nazista interveio, dissolvendo algumas organizações eclesiásticas provinciais, suspendendo diversos membros das igrejas protestantes, utilizando a S.A e a Gestapo para aterrorizar os que apoiavam Bodelschwing.

Na véspera da eleição dos delegados ao sínodo que escolheria o bispo do Reich, Hitler pessoalmente ocupou o rádio para exortar à eleição os cristãos alemães. Bodelschwing retirou sua candidatura, e a eleição apresentou uma maioria de cristãos alemães que em setembro, no sínodo de Wittenberg, local escolhido por ser onde Martinho Lutero pela primeira vez desafiara a Igreja Católica, Müller foi eleito bispo do Reich.

Porém não foi capaz de estabelecer umaa unidade e nazificar completamente as igrejas protestantes, renunciando no final de 1935 depois que a Gestapo prendera setecentos pastores da Igreja Confessional, a opositora da Igreja do Reich. Apesar da renúncia sua influência na Igreja do Reich ainda era muito grande.Porém o interesse de Hitler pela Igreja diminuiu em 1937 teve, quando o partido nazista assumiu uma atitude mais agressiva contra os cristãos resistentes. Müller permaneceria empenhado no nazismo até o fim, cometendo suicídio após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundia

UM EVANGELHO SEGUNDO O TERCEIRO REICH

A ideologia dos nazis lançaria um braço religioso, numa religião totalitária de Estado, desejando apropriar-se também de Jesus Cristo como mais um dos seus apoiantes, não obstante algumas das igrejas evangélicas no Terceiro Reich terem mantido uma atitude de oposição.Como a propaganda anti-religiosa e neo-pagã do NSDP iria fazer um apelo a uma mistura de reacções premonitórias contra o regime ora instalado, por parte de católicos e protestantes, é facilmente explicável pela História. Não obstante Hitler ter pronunciado em 23 de Março daquele ano, o que em linhas gerais e no seu tom espalhafatoso de discurso demagógico seria uma «promessa»: «Os direitos das igrejas não serão atingidos», a verdade é que cinco mêses depois declararia «que a unidade dos alemães deve ser garantida por uma nova concepção do mundo, pois o cristianismo, sob a forma actual, não está à altura das exigências.»Havia já para bom entendedor uma depreciação do cristianismo enquanto doutrina de Cristo, uma desvalorização de quem se achava predestinado e a incorporar, politica e socialmente, a filosofia do Super-Homem de Nietzche.Mas que apesar disso muitos cristãos alemães -o conselho superior da Igreja Evangélica, luteranos e reformados - tivessem optado por uma colaboração quase estreita com o Movimento hitleriano para criar um Cristo à imagem e semelhança das ideias do regime, já não se explica tão facilmente.No entanto, isso aconteceu e até respaldado por um sínodo. Com efeito, realizado na Saxónia em 1933, o Sínodo de Braune comprometer-se-ia a criar um «novo Cristo» que alegadamente iria fornecer um conteúdo teológico numa nova comunidade: não a Igreja, mas o povo alemão. A igreja evangélica alemã adaptar-se-ia ao ideário nacional socialista e procuraria, a partir daquele sínodo, justificar o regime emergente através do Movimento dos Cristãos Alemães (os Deutsche Christen ).Estes iriam combater o marxismo, o comunismo e... o judaismo, para agradar a Hitler e aos filósofos nazis como Rosemberg, Streicher e outros, inclusivamente pensavam criar a Igreja do Reich nacional socialista. E exprimiram até a «alegria da igreja alemã em participar da formação de uma nação e do renascimento do sentimento patriótico.»

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