terça-feira, 7 de abril de 2009


DROGAS LICITAS (BEBIDAS)

Ironicamente, mesmo na definição do dicionário Aurélio, o álcool parece não ser considerado como droga, sendo socialmente aceito e estimulado em propagandas e associado ao sucesso, principalmente de natureza sexual como nas de cerveja.
Em algumas religiões sincréticas afro-brasileiras o consumo de bebidas alcoólicas faz parte do ritual.
Fontes: Uma grande quantidade de plantas fornece álcool depois de destiladas ou fermentadas.
As uvas os vinhos, alguns cereais destilados o uísque, outros fermentados a cerveja, a cana de açúcar a cachaça, as batatas a vodka, por exemplo.
Efeitos: O álcool pode ter alguns efeitos positivos na personalidade como maior desinibição, relaxamento, facilidade em se comunicar, alegria, analgesia para algumas dores físicas. Porém os negativos são falta de coordenação motora (responsável por grande número de acidentes automobilísticos em todo o mundo), náusea e vômito (pode ser fatal se a pessoa está inconsciente), fluência descoordenada de emoções como tristeza, raiva e alegria, urinação freqüente, perda de memória. A confusão e desinibição podem causar encontros sexuais indesejados ou mesmo estupro. Abuso freqüente pode levar a danos cerebrais, pâncreas (pancreatite) e ao fígado (cirrose), mulheres grávidas podem prejudicar o feto.

Filhos de alcoólicos podem ter tendência ao vício.

Uma das doenças mais graves devido ao abuso do álcool é o Delirium tremens, quadro de abstinência onde surgem alucinações, tremores, confusão, irritabilidade, agitação grave.
A duração dos efeitos do álcool é em média 3 horas. Quanto maior a ingestão, maior a ressaca no dia seguinte que pode se manifestar como exaustão física, sono, sede, dor de cabeça, falta de atenção.
A legislação brasileira não atenua crimes cometidos durante a embriaguez.
Curiosidades: A palavra álcool origina-se do árabe al-kuhul que significa líquido.
Nidaba era a deusa da cerveja entre os babilônios. A cerveja antiga não era produzida com malte e lúpulo e sim com pão de cevada.

Dionísio (Baco) era o deus grego da embriaguez, da alegria, do vinho, da vegetação, dos frutos, do delírio místico, da desordem. Ele representa os aspectos obscuros da alma humana, sua sombra. Também representa a fertilidade da terra e dos seres vivos. O termo bacanal deriva dele.
No antigo Egito a cerveja e o vinho já eram produzidos. O vinho era bebido em honra à deusa Isis. A embriaguez era tolerada em festividades religiosas. O álcool também era usado pelos famosos médicos egípcios para tratar diversas moléstias, aliviar dores e como abortivo.
No ritual Cristão o sangue de Jesus é representado pelo vinho. Jesus era criticado pelos Fariseus (Lucas 7:34): “...Eis ai um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e
pecadores!”
A Lei Seca, proibição do álcool na década de 20 nos Estados Unidos, caiu rapidamente por motivos econômicos e não morais.
Cafeína
A cafeína é um alcalóide, ou seja, uma substância encontrada em muitos vegetais, que exerce pronunciada ação fisiológica sobre os animais.

Fonte: A cafeína está presente em muitos alimentos, bebidas, energéticos e medicamentos, sendo o alcalóide mais consumido no mundo. Café, chocolate, erva-mate (chimarrão) e refrigerantes são as fontes mais comuns.

Efeitos no organismo: acelera os batimentos cardíacos e a respiração, aumenta a produção de ácidos estomacais e de urina, relaxa a musculatura lisa. Geralmente a cafeína estimula o sistema nervoso central, diminui o sono e dá um pouco mais de energia para manter esforços mentais prolongados.
Em doses elevadas (acima de 750mg ou 7 xícaras) pode dar cefaléia, tensões musculares, insônia, ataque de ansiedade e pânico, delírios, apito nos ouvidos, visão de luzes (flashes), vômito,
diarréia, tremedeiras, arritmia cardíaca, dificuldade em respirar.
A cafeína relaxa o piloro facilitando o refluxo estomacal, sendo causa de queimaduras no esôfago.
Pode dar azia e úlceras devido a incrementar as secreções dos ácidos digestivos.

Curiosidade: O café nem sempre gozou da popularidade que desfruta hoje. Em 1600 os conselheiros do Papa Clemente VIII queriam que a bebida favorita dos Otomanos fosse proscrita.Porém o Papa, que gostou da bebida, a reconheceu como aceitável pelo cristianismo.

O alcoolismo constitui grave problema de saúde pública, sendo que cerca de 10% da população brasileira enfrenta sérios problemas relacionados ao uso excessivo de álcool, isto é, são dependentes dessa substância psicoativa.
Trata-se de síndrome de dependência do álcool, que é caracterizada por um continuum de gravidade, devido à presença intensa de sintomas, desencadeados pelo aumento gradativo de consumo, em proporção direta ao grau de dependência no decorrer do tempo.
Define-se dependência química como um estado psíquico e físico que sempre inclui compulsão de modo contínuo ou periódico, podendo causar várias doenças crônicas físico-psíquicas, com sérios distúrbios de comportamento. Pode, também, ser resultado de fatores biológicos, genéticos, psicossociais, ambientais e culturais e considerada hoje como epidemia social, pois atinge toda a gama da sociedade, desde a classe social mais elevada à mais baixa. A Classificação Internacional de Doenças – CID-10, define-a como transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas.
Não há dados detalhados do padrão de consumo de álcool e drogas na população geral, mas existem dados consistentes para algumas variáveis como o maior consumo de álcool encontra-se na população masculina, atingindo cerca de 12-15% nesse grupo; a grande maioria não busca tratamento; as mulheres com prevalência de abuso do álcool representam de 3-5%, com forte tendência à elevação desse número.



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