DROGAS-POESIA-Realidade Cruel
São 2 da manhã ,e eu de calça e blusa
O tempo frio, do céu cai chuva
Eu sou sozinho parceiro e é foda
Com meu destino ninguém mais se importa
Chegar, ao ponto que eu cheguei é lamentável
Estado físico inacreditável eu sinto crise
Eu sinto convulsão, é muito triste o meu estado sangue bom
30 quilos mais magro vai vendo
O resultado é pura essência do veneno
O vício tira a calma, a cabreragem me acelera
O demônio rouba a alma, o inferno me seqüestra
Cadê a luz que vem lá do céu
Cadê Jesus pra julgar mais este réu
Tenho vontade de morrer constantemente
O descontrole da mente me deixa impaciente e é foda
Eu saio que nem louco pela rua
Eu preferia ta falando de amor
Falando das crianças e não da minha dor
Mas eu sou o espelho da agonia de um homem
Sem identidade, caráter, sem nome
Sem Mercedes, Audi ou Mitsubish
Consumidor da praga do apocalipse
Tão jovem sem esperança de vida
Tão novo e já suicida
São 2 da manhã e faz chuva
O pesadelo ainda continua...
Um dia frio
Um bom lugar pra ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu comecei de forma curiosa
Um cigarro de maconha não era droga
Era o que todo mundo me falava
Primeira vez, outra sensação
Sentia fome, sentia a viagem inteira
A fumaça me deixava cada vez mais louco
Segundo passo, veio a cocaína
Morava com a minha mãe, me lembro da minha mina feliz
Cheirava comigo sem parar
2 loucos 24 horas no ar
Parei com estudo, perdi até o trampo
Ganhei o mundo e uma desilusão e tanto
Perdi a minha própria mãe, que trauma!
Nem assim eu consegui parar vich!
Pra manter o vício e não morrer, que dó
Suicídio lento era o processo
Eu nunca fui estrela, eu nunca fui sucesso
Contaminado HIV positivo
Continua ladrão, o pesadelo ainda continua...
Um dia frio
Um bom lugar pra ler um livro
E o pensamento lá em você
de um viciado)
Amigo, aí , eu falei esta palavra
Me desculpa foi erro, não pega nada
Só prejuízo na vida de ponta a ponta
Mas quem vai se importar, eu sou apenas mais um
Aidético viciado, infelizmente comum
Escravo desta triste detenção
Eu não sou Rafael e nem a Vera Fischer
A minha história parceiro é mais triste
Eu nunca engoli escova de cabelo
Mas já matei pelo crack e por dinheiro
Mas já matei pelo crack e por dinheiro
Puta que pariu, o inferno me chama
Quem sabe lá eu consigo a fama ou o drama
Condenado a escuridão do inferno
Hoje, eu sou louco de intensa coragem
Com o ferro a favor do crack
Não sei se a malandragem é minisérie ou história
Mais sei, que a carreira parceiro é sem glória
Vou tentar não matar mais ninguém
Chega de ser refém, eu preciso é do bem
Ter conseguido escapar do diabo
Pra quem tá começando, parceiro como eu comecei
São 2 da manhã faz chuva
É madrugada faz chuva
Eu vou orar pela minha alma e pela sua...
Um dia frio
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo (depoimento de um viciado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário