sábado, 25 de abril de 2009

Drogas - Questão Social
ONU: guerra entre traficantes, invasão policial e alta densidade populacional pioram a qualidade de vida nas favelas


A presença de facções criminosas é um dos motivos dos altos índices de criminalidade no Rio de Janeiro, apontados pelo Relatório Global sobre Assentamentos Humanos, da Organização das Nações Unidas. A avaliação é do secretário estadual de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame.
Para ele, a violência explícita no Rio é fruto da concorrência entre os grupos criminosos. “Além da criminalidade urbana que acontece nos grandes centros urbanos, nós temos aqui pelo menos três facções criminosas que se digladiam, o que aumenta muito a impressão e a sensação de criminalidade”, avaliou o secretário.
De acordo com o relatório, divulgado , a capital fluminense registra mais que o dobro da média nacional de mortes por armas de fogo.
O documento destaca também
que a Favela da Rocinha, que fica em São Conrado, na Zona Sul do Rio, é uma das mais ricas da cidade e que, devido à ausência do Estado, ela está sob controle de traficantes. Diz ainda que há mais de 100 mil habitantes na Rocinha, mas que a maioria sonha em deixar a favela e só não o faz por falta de dinheiro.

"Na ausência do Estado, menos quando a polícia invade a favela, o controle da Rocinha é dos traficantes", aponta o relatório.

Segundo o relatório, no Rio de Janeiro os índices de homicídios triplicaram desde a década de 70, enquanto que em São Paulo o número quadruplicou. No Brasil, mais de 100 pessoas são mortas por armas de fogo todos os dias, sendo que no Rio de Janeiro a taxa de mortes por armas é maior que o dobro da média nacional. De acordo com a ONU, a guerra entre traficantes, a invasão policial e a alta densidade populacional pioram a qualidade de vida nas favelas. Rio e São Paulo registram mais da metade dos crimes violentos no país.O estudo da ONU também mostra que o crime está crescendo assustadoramente em grandes aglomerados urbanos na América Latina - onde 80% das população vive em cidades - e na África - onde 40% da população não está nos campos.Sobre o Brasil, o levantamento também aponta que existem 35 mil automóveis blindados no país, e que entre 40% e 70% da população das principais cidades vivem em assentamentos irregulares.

A estatística confirma que a cultura do medo do crime e da violência está enraizada na maioria dos países. A pesquisa foi feita em cidades de 35 países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os entrevistados responderam à pergunta: sentem-se seguros quando voltam para casa à noite? Os índices mais elevados de medo vieram do Brasil (70%) e o menor índice foi da Índia (13%). Os dez primeiros lugares estão divididos entre países da África (4%) e da América Latina (6%).



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